por Emília Salvado Borges 14 de janeiro de 2017 às 16:00 Biblioteca Municipal de Serpa Entrada livre SOBRE A PALESTRA: “Na conferência abordaremos o impacto que a longa guerra da Restauração teve nas terras e nas populações alentejanas, sobretudo na vila de Serpa, de quanto lhe foi exigido, ao longo de 27 anos, em homens, cereais, carros e animais, alojamentos, dinheiro e trabalho, e de como isso contribuiu para a sua decadência. Relataremos ainda as operações militares realizadas e preparadas a partir da vila, as sistemáticas razias e pilhagens que sofreu, e de que modo conseguiu, em parte, defender-se delas. Refletiremos igualmente sobre o impacto da guerra no exercício do poder concelhio, agora confrontado com novos e difíceis problemas: problemas de natureza defensiva, nomeadamente, no tocante ao levantamento de soldados e às obras de fortificação; dificuldades de gestão financeira, devido à diminuição das receitas; conflitos de jurisdições e aumento da agressividade e da conflitualidade social, potenciada, muitas vezes, pela prepotência dos poderosos. Analisaremos ainda as atitudes e os comportamentos pessoais e sociais, nomeadamente, os comportamentos demográficos da sua população, durante o longo conflito. Pretendemos assim lançar nova luz sobre a então vila de Serpa durante tão conturbado período da história portuguesa seiscentista, compreendendo-o não a partir do centro político, mas a partir da periferia, onde foram realmente vividos os longos anos da guerra.” SOBRE A ORADORA: Emília Salvado Borges, licenciada em História, pós-graduada em História Regional e Local e mestre em História Moderna, tem-se dedicado ao estudo da História do Alentejo no Antigo Regime nas vertentes artística, demográfica, económica, social, política e militar. Publicou vários livros didáticos de História e um livro de poesia, bem como alguns artigos: “Para a história do ensino da História em Portugal: Análise dos Programas do ensino Secundário (1910-1968)”, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1992; “O motim popular de Beja em 1637” in Ler História, n.º 43, 2002, e “O Alentejo de Fialho de Almeida” in Actas do Congresso “Portugal no Tempo de Fialho de Almeida”, Lisboa, 2011. Entre as suas obras destacam-se: “O Concelho de Cuba – Subsídios para o seu inventário artístico” (1.ª e 2.ª edições: 1981, 1990), 3.ª edição, Lisboa, Edições Colibri, 1999; “O Concelho de Cuba nas Memórias Paroquiais de 1758”, Lisboa, Edições Colibri, 1994; “Crises de Mortalidade no Alentejo Interior – Cuba (1586-1799)”, Lisboa, Edições Colibri, 1996; “Homens, Fazenda e Poder no Alentejo de Setecentos – O caso de Cuba”, Lisboa, Edições Colibri, 2001 e “A Guerra da Restauração no Baixo Alentejo (1640-1668)”, Lisboa, Edições Colibri, 2015, galardoada recentemente com menção honrosa do júri do Prémio Defesa Nacional 2015.
