Obrigada por seres tu mesmo, Omar. É um agradecimento justo, em jeito de sempre presente reverência. É bom tê-la e mantê-la, é bom demonstrá-la. Porque Omar S é quem é, e isso basta. Basta que abrace a música com a paixão que tem, basta que se exprima sem rodeios, todo ele cru, autêntico. E basta que nunca lhe baste, que não lhe assole o comodismo, que continue a trazer os ecos de Detroit para o mundo – a cidade natal e cidade a que é leal, embora lamente o fraco interesse norte-americano no que faz. O resto do mundo, porém, parece estar de ouvidos completamente sintonizados na fusão de influências que se traduz em música que tanto pode ser uma meditação profunda sobre o House, ou simplesmente batidas despidas e fortes, em visões Techno aguçadas. Emoção, e uma boa dose de realidade. Com a sua FXHE Records, criou uma plataforma de lançamento não só da sua música (se não entenderam a primeira frase deste texto, é na FXHE que podem encontrar um álbum intitulado “Thank U For Letting Me B Myself” – explicado não vale, o melhor é irem escutar) como também de outros artistas: por lá passaram em início de carreira nomes como Jus-Ed, Kyle Hall ou Seth Troxler, que continuariam o seu percurso para serem eles próprios artistas de referência. Mas voltemos a Omar S, e a este seu regresso depois de noites passadas em que deixou a pista rendida. Os discos que traz são aqueles em que acredita, os que escolhe meticulosamente como ferramentas do seu trabalho. Agradecemos-lhe, mais uma vez. Antecipadamente. Como antecipamos que serão muitos a murmurar agradecimentos finda a noite, à beira Tejo. - Inês Duarte
