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Isabel Rato 'Para Além da Curva da Estrada'  Concerto Solidário para Associação Mão Amiga

Isabel Rato "Para Além da Curva da Estrada" Concerto Solidário para Associação Mão Amiga

"Entre o jazz e a pop, mas sempre para além da curva da estrada é como se apresenta a pianista e compositora Isabel Rato neste que é o seu disco de estreia.

Por ANDRÉ PINTO in JORNAL DE LETRAS
Entre o jazz e a pop, mas sempre para além da curva da estrada é como se apresenta a pianista e compositora Isabel Rato neste que é o seu disco de estreia. É a própria quem diz, em conversa com o JL, que “teve total liberdade” para escolher os músicos que participam no disco. E são eles o cantor João David Almeida, Desidério Lázaro em saxofones, o guitarrista Gonçalo Neto, André Rosinha em contrabaixo e o baterista Alexandre Alves. Foi através da Escola Superior de Música de Lisboa, onde fez a licenciatura em Jazz, que conheceu alguns deles.

O disco tem um poema musicado: o Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa. Uma escolha arriscada e com outra ligação académica. É que Isabel estudou Poesia, paralelamente ao estudo da música. “Apaixonei-me pela obra de Fernando Pessoa e tem-me acompanhado ao longo dos anos, sendo sempre um poeta presente ao longo da minha vida. O Guardador de Rebanhos é uma obra que me diz muito. O heterónimo Alberto Caeiro acaba por ter um caráter universal, transmitindo ensinamentos como o de viver cada momento“. O cruzamento entre música tradicional e jazz, registado na versão de Milho da nossa terra vem duma vontade de “homenagear humildemente a música portuguesa e o nosso cancioneiro, que tem coisas lindíssimas”.

Isabel Rato vai desde os cinco anos, durante as férias ao País Basco e é daí que vem a adaptação de um tema folclórico daquele “sítio muito bonito, inspirador e um pouco místico, por causa das montanhas e mar” e que associa sempre a “boas memórias”. Há um certo ambiente que, mais do que Jazz, aproxima o disco à música erudita e dois temas têm, de facto, acompanhamento de quarteto de cordas. Isabel confessa ser influenciada por: Debussy, Ravel e, noutra vertente, Keith Jarrett, Fred Hersch, John Taylor, Hermeto Pascoal, Tom Jobim e Egberto Gismonti, bem como Jan Garbarek (“apesar de ser saxofonista” diz, entre risos).

Na música nacional, destaca admiração por João Paulo Esteves da Silva, que teve “a sorte e o privilégio de ter como mentor” e também o incontornável Mário Laginha e saudoso Bernardo Sassetti. Também a literatura é fonte de inspiração e, além de Pessoa, Isabel cita ainda o poeta indiano Rabindranath Tagore. Sentindo a música também como “muito visual” destaca na pintura, a influência de Monet e William Turner. No futuro vê-se a escrever para outras formações e até outros artistas, acima de tudo porque compor é algo que faz com “imenso prazer”.
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