23:45 até às 06:00
Abdulla Rashim (live) x Dr. Rubinstein x Dexter

Abdulla Rashim (live) x Dr. Rubinstein x Dexter

Abdulla Rashim

Há algo de hipnótico e calmante no observar de uma paisagem coberta de neve. Tanto branco, transmite uma ideia de pureza e de paz. Mas simultaneamente, sabemos que ela esconde algo. A própria natureza oculta-se sob aquele manto. Sons, cores e contornos são uniformizados ao ponto de tudo se tornar difuso, e é ao pensarmos nisto que a nossa imaginação começa a pregar-nos partidas.

Oriundo da Suécia, tantas vezes rodeado de paisagens assim e inspirado por elas, Abdulla Rashim desfila perante os fãs de techno a sua imaginação muito própria há cerca de 5 anos. Tal como sucede quando olhamos durante algum tempo para uma paisagem gelada, a nossa mente começa a criar os seus próprios padrões e formas ao escutamos o seu trabalho. Superficialmente, o loop e a repetição ditam o caminho, mas o movimento que criam impele o nosso cérebro a focarmos a nossa atenção em sons diferentes a cada escuta. A invulgar interação rítmica que pontua muita da sua música vai esculpindo texturas densas e melancólicas até resultar em momentos quase tântricos a que é difícil aplicar outro epíteto que não “hipnótico”. A pureza e características orgânicas do techno de Abdulla conectam-nos às suas raízes nórdicas e o seu manto gelado estimulou nestes 5 anos uma verdadeira escola de seguidores destes princípios, ao mesmo tempo que o próprio Rashim alistou para a sua visão naturalista do techno parceiros como Varg, Acronym e Korridor, em especial na sua label, já um culto, a Northern Electronics, podendo dizer-se que o novo techno sueco está irremediavelmente moldado por Abdulla Rashim.

O jovem enigmático sueco atingiu assim em curto espaço de tempo, algo que muitos levam décadas a estabelecer: há de facto um “som Abdulla Rashim”. Feito de sombras, visões alucinadas, do que de facto lá está e daquilo que a nossa mente é por ele levada a lá colocar. Das florestas geladas da Escandinávia, chegam-nos espíritos e vozes ancestrais que nos desafiam a usar a nossa ilusão, à descoberta da nossa essência.


Dr. Rubinstein

Devia ter sido alerta suficiente, que tenhamos escolhido a então pouco conhecida israelita Marina Rubinstein como nossa convidada para uma das noites RA In Residence que levámos a cabo em meados do ano passado, a par dessa marca incontornável da música de dança moderna que é Resident Advisor. Pois bem, no final da noite, a pergunta que dançava na boca de todos já não era “quem é ela?”, mas sim “quando é que volta?”.

Assim se quis, assim teve de ser feito. Naquele espaço de duas horas, Dr. Rubinstein provou dominar por excelência a ciência dos elementos que produzem o melhor acid techno, reconvertendo-o em verdadeiro elixir da juventude. Cérebros borbulharam, neurónios dançaram, mentes expandiram-se. Um sorriso tímido e mãos certeiras produziram um tapete sonoro feito para nos transportar à estratosfera. Mãos ergueram-se para o céu multicolor sobre a pista do Lux, como se subitamente estivesse ao alcance do nosso toque, numa sensação eufórica que vicia. Um dos segredos mais recentes do techno vindo de Berlim estava assim revelado. De então para cá a sua abordagem refrescante de um dos mais fundamentais e clássicos princípios do techno, a linha melódica ácida, levou-a cada vez mais festivais e eventos, e até a uma residência no Oval Space de Londres. A Doutora já dá palestras por todo o mundo, a sua caligrafia musical escrita a traços de 303, é entendida por todos. As modas vêm e vão, as pistas podem mudar, mas o acid, esse fica para sempre. Nós já vimos o seu futuro, e chama-se Dr. Rubinstein. Agora, regressamos a esse futuro.

Textos: Nuno Mendonça 

\\ ENGLISH //


ABDULLA RASHIM

There´s something hypnotic and calming in watching a snow covered landscape. All that white gives us a sense of peace and purity. But at the same time, we know that it hides something. Nature itself takes cover under that mantle. Sounds, colors, outlines, are made uniform to the point of becoming diffuse, and it´s when thinking about that our imagination starts playing tricks on us.

Hailing from Sweden, often surrounded by such landscapes and inspired by them, Abdulla Rashim has showcased his very particular imagination to techno fans for about 5 years now.  Just like when we look for some time at a frozen landscape, our mind starts creating it´s own patterns and shapes when we listen to his work. Superficially, that loop and the repetition show the way, but the movement they create impels our brain to focus our attention on different sounds with each listen. The unusual rhythmic interplay that molds much of his music, sculpts dense and melancholic textures, until they create almost tantric moments to which it´s impossible to avoid calling “hypnotic”. The purity and organic character of Abdulla´s techno connect us to his nordic roots, and it´s cold mantle has stimulated, over these 5 years, a true school of followers of the same principles, while at the same time Rashim itself has enlisted to his naturalistic vision of techno close partners like Varg, Acronym e Korridor, especially on his own cult-like label, a Northern Electronics, leading us to say that the new swedish techno is irredeemably shaped by Abdulla Rashim.

The enigmatic young swede has thus attained in a very short time what many take decades to establish. There is in fact a “Abdulla Rashim sound”. Made of shadows, allucinated visions, of what in fact is there and of what he influences our mind to put there.From the frozen forests of Scandinavia, come ancestral voices and spirits, who defy us to use our illusion, in the search for our essence.

DR RUBINSTEIN

It should have been sufficient warning, when we picked the then little-known israeli Marina Rubinstein as a guest for one of the RA In Residence nights we put on in the middle of last year, in partnership with a hallmark brand of modern dance music like Resident Advisor. Well, by the end of the night, the question dancing on everyone´s lips was not “who is she?” anymore, it was “when is she coming back?”

So let it be said, so let it be done. In the space of 2 hours, Dr. Rubinstein proved to control with excellence, the science behind the elements that produce the best acid techno, converting it into a true elixir of eternal youth. Brains bubbled, neurons danced, minds expanded. A shy smile and precise hands concocted a sonic carpet made to order to take us to the stratosphere. Hands reached for the multicolored sky above Lux´s dancefloor, like it was suddenly within our reach, in an euphoric communion that is addictive. One of the best kept recent secrets in techno coming from Berlin was now revealed. From then until now, her refreshing approach to one of the most classic and fundamental elements of techno, the acidic melody line, has taken her to more and more festivals and events, including a residence at London´s Oval Space. The Doctor now gives lectures all over the work and her musical handwriting scribbled by the 303, is understood by all. Trends come and go, the dancefloor may change, but the acid remains forever. We have seen it´s future, and it´s called Dr. Rubinstein. Now, we eagerly return to that future.

Words: Nuno Mendonça
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android