22:30 até às 02:00
Encontros Da Radicalidade Impossível

Encontros Da Radicalidade Impossível

ENCONTROS DA RADICALIDADE IMPOSSÍVEL

Performance Arte
Conversas & Polemos
Carlos Gordilho
Video Instalação
Gratia Plena
Sá Cabral
Never enough...
Sá Cabral
Espaço sonoro matadouro
Carlos Gordilho
18 janeiro 1934
Insurreicção odiada
Papeis da hidra anarquista
Documentário
Memória subversiva: Anarquismo e
sindicalismo Em portugal : 1910-1975
José tavares & Stefanie zoche

Não somos amáveis nem tão pouco precisamos de vender azeite e vinagre nietzscheniano. Por isso, questionamos se a programação de performance em contexto museológico, isto é, situada na envolvente dos recursos que o museu de arte contemporânea oferece à fruição dos visitantes, quer seja sistematicamente incluída no espaço expositivo quer o seu modo de apresentação se instale em espaços não convencionais, não produzirá o efeito de anulação do presente? 
Perguntamo-nos se a performance arte viverá no presente transformado pelo trabalho de produção que exige uma reflexão cuidada, o backgroud de muitos profissionais de áreas diversas para a implantação, montagem, tal como acontece numa produção teatral? Este formato da apresentação pública da performance não poderá tornar o seu plano de realidade em reportório, submergindo a experiência do instante numa espécie de novidade derivada do arquivo? A utilidade do documento subsistirá como um registo para servir de guião à replicação da performance arte, assumindo a possibilidade da construção duma ficcionalidade como se este ponto de contacto se identificasse com a performance arte?
Se o presente pode ser repetido, então haverá motivo para nos emocionarmos com a actualidade da performance arte, dado que o passado reciclado não é mais do que a ocasião da activação do tempo transformado em recepção? 
Na verdade, aproveitando a ocasião, pode-se ir mais além das simples adaptações; tudo pode ser acintosamente reciclado atendendo às condições do espaço que acolhe a performance. O museu de arte contemporânea, ao adoptar o princípio da adaptabilidade para a produção da performance arte, fixa um discurso artístico institucionalizado, permitindo-se fazer recriações e sucessivas combinações solidarizadas numa coligação entre os profissionais do museu, os artistas e o público receptor.
Na realidade qual é a orientação do museu de arte contemporânea relativamente à performance arte? Procurará o museu, suportado pelo desenvolvimento tecnológico, a reprodução técnica das obras como forma de ampliar a variedade da experiência originária? Será a museologia aplicada à interpretação da performance arte uma actividade recreativa ligada à expansão indiscriminada de qualidades artísticas, pressupondo a fragmentação da relação essencial da obra de arte da performance, multiplicando-a numa pluralidade de suportes de comunicação e, por isso, ultrapassando a dimensão dos seus limites? 
A intenção do museu de arte contemporânea levada a consequências extremas, pressupondo a boa vontade do diálogo acompanhado pelo dar a ver, dissolverá o lugar social da criatividade da performance arte? Qual será o epílogo da programação de performances no contexto das actividades do museu?


ENCONTROS DA RADICALIDADE IMPOSSÍVEL
As transformações em curso ameaçam modificar as condições da vida humana tal como a conhecemos e o ambiente social onde esta se processa, tão radicalmente que escapam às descrições artificiosas que exaltam projecções radiantes antecipando futuros. De facto, o mundo de amanhã está para além do nosso alcance: acabou-se a nossa complacência com o progresso. É um assunto esgotado. A performance arte insere-se numa perspectiva do pensamento ecológico assumindo uma responsabilidade perante aspectos da vida que ainda não existem. Não se pretende desenhar um movimento alternativo que se destine a ser a base de uma convivialidade. Na arte contemporânea como em muitos outros domínios, em tempo real, a arte da acção tem que intervir melhor para propor às pessoas a realização do espaço utópico da performance arte.

Dia 20 de Janeiro, Sexta-feira, FÁBRICA DO BRAÇO DE PRATA
23.30 horas l INSURREIÇÃO ODIADA -18 DE JANEIRO DE 1934
Com Sá Cabral, Carlos Gordilho e José Tavares

Sá Cabral, é artista visual e investigador científico transdisciplinar que reflecte sobre a volubilidade do sujeito, passível de narrativas e experiências criativas. Detentor de um percurso académico vasto, onde se destaca o Doutoramento Cum Laude na Universidade de Barcelona (2006), dois pós-doutoramentos com colaboração nacional e internacional, sempre com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Simultaneamente lecciona e colabora em diferentes projectos de investigação. Dirige e elabora obra artística em diversos eventos, nacionais e internacionais, desde 1998. Desenvolve ainda o trabalho de curadoria e conta com um substancial número de publicações.

Gratia Plena [2016], confidencia a influência erótica da imagem contida na etimologia da expressão «cheia de graça» no credo oratório «Ave Maria, gracia plena dominus tecum, (...)» com o existencial corpóreo feminino provocado pela obra L’ Origine du monde (1866), de G. Coubert. Uma simbiose que porfende a contingência do desejo, em, por do acto onanístico. (Vídeo Instalação, Sala Wolf)

«Never enough ...» [2004], «Perdido para sempre na sua intenção, o sujeito, é como que um ser inacabado, que impossibilitado de regressar à unidade que antecede o nascimento, vive no âmago de uma nostalgia de plenitude. Um vazio intrinsecamente estruturado no desejo. Desejo que, segundo Lacan, não é mais que o desejo do outro. Motivo que reflecte a procura incessante por ideais de identificação e, ou de superação. (...)» (Vídeo Instalação, Átrio)

Carlos Gordilho, é artista plástico e consultor cultural, foi fundador, em Almada, do grupo de artes visuais NovoSelvagem, em 1981, para o qual organizou a logística para exposições de arte, produziu performances em espaços públicos, produziu textos de análise critica, concebeu a estratégia de comunicação e de divulgação, fez criação gráfica e editou catálogos. Criou em Amesterdão a revista Tendências & Locais / Cadernos da Triangularidade, em 1987, da qual foi director e editor. Em Almada
organizou a plataforma multidisciplinar para as artes Divisão Central, em 1992, desenvolvendo o trabalho de curadoria de exposições de arte contemporânea em várias regiões do país, organizou espectáculos de dança, performances, fez criação gráfica e editou catálogos, prospectos, cartazes. Foi omentor do evento Artistas em Transito, realizado, em 2006, no Museu de História Natural e daCiência, em Lisboa. É investigador do Centro de Estudos Sociais/CES e doutorando do Colégio dasartes da Universidade de Coimbra.

Matadouro [1982], é um registo áudio obtido ao vivo e integralmente deferido da acção desumana que consiste no abate em massa de animais. Trata-se de um documento onde é evidente a problemática da violência humana sistematicamente praticada sobre o mundo animal. A hierarquia é um indicador de que no caso de a aceitarem os animais são facilmente domesticáveis. Importa realçarmos o aspecto mais importante: o som gravado de Matadouro contribuiu para definir a ambiência da performance Sono e Vigília ao Despertar da Arte (1º parte), apresentada no Festival Internacional de Arte Viva - Alternativa 3, em 1983, em Almada. (Espaço Sonoro, Sala Platão) 

José Tavares, define-se como operário crítico da sociedade industrial, heterodoxo acrata livre, artista elástico e criador de cavalos. Cedo, com quinze anos de idade, se juntou ao movimento anarquista numa época em que a moda era o marxismo-leninismo. Ao longo de décadas, sem interrupção colaborou na imprensa libertária, na formação de grupos, de associações, de encontros, de lutas, de publicações, de acampamentos, conferências... Foi coordenador da revista Maldição e mais recentemente do Coice de Mula. Nos anos oitenta, elemento do grupo ecológico da Associação Académica de Coimbra, foi um dos membros fundadores da livraria Crise, naquela cidade. E, no final do passado século, abriu a livraria-editora Crise Luxuosa, em Lisboa. Realizou a Memória Subversiva, junto com a companheira Stefanie Zoche, e também o vídeo arte Mind the Gap. Escreve, pinta, tendo realizado várias exposições de pintura, individual e colectivamente. 

Memória Subversiva [1989], é um documento sobre a história do movimento libertário desde as primeiras décadas do século XX, onde se destaca o ideal anarquista e particularmente o sindicalismo de cariz anarquista que, inequivocamente, foi uma força pujante em Portugal. Nessa época, a Confederação Geral do Trabalho, CGT, organização anarco-sindicalista, era a única central sindical que existia no país. Memória Subversiva é um singular documento sobre este movimento, reunindo os testemunhos de activistas anarquistas e sindicalistas. Os resistentes falam sobre greves insurreccionais e agitação social dos anos vinte, do confronto com a ditadura nacional do Estado Novo, da revolução social em Espanha nos anos 1936-39, da repressão e clandestinidade, do campo de concentração do Tarrafal, do 25 de Abril de 1974... o filme realça o pendor humanista e o autodictatismo, características essenciais das actividades anarquistas e sindicalistas. (Documentário, 1hora e 50minutos, Sala Visconti)


FÁBRICA BRAÇA DE PRATA 
Rua da Fábrica de Material de Guerra, nº1
1950-128 Lisboa

COMO CHEGAR:
Autocarros: 728, 718, 755, 781, (horário - 00h05; 01h05; 02h05; 03h05; 04h05 no sentido Poço do Bispo-Cais Sodré)
GPS: 38.7433703 / -9.1006499


Observação: A organização da Fábrica do Braço de Prata cobra o valor de € 5,00 para ingresso com acesso a todas as actividades que decorrem nesta noite.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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