"The whole idea behind Mastermix was to give me the chance to showcase my wider musical tastes and invite a mix of DJs to play alongside me that best represent where my head is musically right now at some of my favourite clubs in the world.” - Jackmaster Mastermix é uma série de festas curadas por Jackmaster, em conjunto com a Numbers, que respeitam uma única premissa: misturar tudo, cirar encontros improváveis, sem barreiras, nos seus clubes favoritos. A festa chega ao Lux no dia 23 de Dezembro com Midland, Jasper James e o anfitrião Jackmaster. Jackmaster Jackmaster, de nome verdadeiro Jack Revill, era só mais um miúdo traquina de Glasgow até ter, aos 14 anos, perdido a sua mãe (a sua melhor amiga); ao ver o seu "Origins" para o site Resident Advisor - uma série de vídeos em que ficamos a conhecer as raízes de alguns dos maiores DJs do underground global - ficamos com uma pista não só de uma infância difícil mas também do carácter aberto, absolutamente genuíno e maior-que-a-vida que esta estrela internacional carrega consigo. Por entre um sotaque escocês completamente cerrado e uma certa hiper-actividade confiante, percebemos também a importância que instituições locais como a Soma Records, a loja Rubadub (onde trabalhou durante largos anos) ou o Sub Club tiveram na sua educação musical - assim como a influência do pai, enquanto fã de música negra. Jack é, em simultâneo, uma enciclopédia andante da melhor música de dança e o centro de qualquer festa onde se apresenta; se isso não é terreno sólido para construir uma meteórica carreira de DJ então nada é. Traçando uma linha recta improvável entre um conhecimento profundíssimo da electrónica de Detroit e Chicago e temporadas como residente nas pistas mais pirotécnicas de Ibiza, o percurso de Jack reflecte também essas mesmas forças desde cedo; quando Jack, pela primeira vez, pede aos seus patrões na Rubadub uma promo que tinha chegado de house comercial a resposta foi: "Não. Esse vai para o lixo, leva antes este". "Este" era um clássico de Model 500, também conhecido como Juan Atkins - "Vai ser o teu primeiro disco de jeito", disseram-lhe. Como todos os grandes (verdadeiros), soube integrar todo esta preciosíssimo conhecimento sem perder a sua própria voz, desenvolvendo uma intuição absolutamente mortal para saber, no momento, que faixas vão ser especiais. Aplica-a nos seus celebrados DJ sets que, sem descanso, vai fazendo um pouco por todo o mundo, mas também enquanto cabecilha da editora tornada plataforma global de festas, Numbers. Antes disso já tinha gerido editoras. Várias. Através de selos como Wireblock ou Dress 2 Sweat (precursoras da Numbers), trouxe-nos trabalhos seminais de estrelas globais como Hudson Mohawke (que hoje em dia produz para Kanye West), Rustie, Bok Bok & L-Vis 1990, Deadboy, Sophie, Jamie XX, Mosca entre outros. Jackmaster é uma força da natureza e um autêntico barómetro humano que definiu a década passada como poucos. Midland Só este ano, já nos deu dois clássicos de pista irrepetíveis: Blush e Final Credits. Cada um deles conta uma história distinta, o primeiro um slow-burner épico e o segundo uma homenagem orgânica ao disco. Midland é assim tão camaleónico desde 2010, quando lançou o seu primeiro disco na Aus Music em colaboração com Pearson Sound (então Ramadanman) - desde então fez muita música a solo, mas também discos a meias com artistas tão inventivos como Pariah e Bicep, afinando o seu toque como produtor à medida que desenvolvia uma agilidade incrível nos pratos. Hoje é um DJ de house que nunca perde de vista as matrizes igualmente dançáveis do techno, disco, e, claro, o som rave da sua Inglaterra. Opera desde Londres mas cresceu na Tanzânia e passou por Leeds para estudar, onde vivia na Midland road, que lhe emprestou o seu nome de artista. É inegável que terá esta sido uma altura formativa para o seu futuro como um dos principais actores da música de dança global da década que corre: Leeds é conhecida pelas suas festas e Midland sabe muito bem como começar uma. Já levou as suas DJ skills a cabines tão lendárias como o Trouw de Amsterdão, O Panorama Bar em Berlim ou o Fabric em Londres. Visto como um escultor de som firmemente lançado, já se sentou na cadeira de remisturador para editoras vitais como a Warp, a Autonomous Africa ou a Phonica. Em 2013 criou os seus próprios selos Graded e Regraded e no ano passado fundou com Robert Redway os AKASE, um projecto de pop electrónica que rapidamente foi assinado pela icónica !K7 de Berlim. 2016 tem sido o ano de Midland, e nós mal podemos esperar por ouvi-lo na nave-mãe de Santa Apolónia. Jasper James Vai mais ou menos a meio dos 20s - mas Jasper James tem uma história musical muito mais profunda do que a sua idade deixa adivinhar. Tinha apenas 13 anos quando o seu pai (Harri da dupla de UK House icónica Harri & Domenic) o ensinou a misturar discos, e reza a lenda que foi o DJ mais novo a alguma vez tocar na pista do lendário Sub Club de Glasgow, uma verdadeira instituição da vibrante cidade escocesa, que albergou as festas dos Optimo e é conhecida pelo seu pelo público exigente e conhecedor. Hoje, Jasper pode gabar-se de já ter tocado em formato back to back com figuras tão centrais do underground global como Gerd Jansen, Jackmaster ou Craig Richards. 2016 tem mesmo sido um ano charneira para este jovem DJ escocês: por um lado, alargou a sua visão da house e do techno através de sets em alguns dos clubes mais respeitados do planeta,como o Smartbar de Chicago; The Warehouse Project de Manchester; Circoloco, Paradise e Zoo Project em Ibiza e festivais como Glastonbury, Strafwerk ou Secret Garden Party. Por outro lado, moldou a sua maturidade através de uma residência semanal num dos melhores novos clubes londrinos, o Phonox. Em 2017 espera-se já a sua estreia como produtor em editoras como a Edible Records de Eats Everything e a Play It Say It de Seth Troxler. Mas o ano ainda não acabou, e antes disso Lisboa ainda vai ser testemunha do seu talento, versatilidade e conhecimento. Nasceu uma estrela. Textos: Inês Coutinho \\ENGLISH // Jackmaster Jackmaster, real name Jack Revill, was just another lively kid from Glasgow until he lost his mom (his best friend) at age 14; watching his "Origins" feature for Resident Advisor - a series of short video documentaries showcasing the roots of relevant DJs in the global underground scene - we get a look into his difficult childhood but also a taste of his open, genuine and larger-than-life character. In between a hard as nails Scottish accent and a certain confident hyperactivity, we also get the important role that local institutions such as Soma Records, Rubadub (his employer for many years) or Sub Club played in his musical education - as well as his father's influence as a fan of black music. Jack is, simultaneously, a walking encyclopedia of dance music and the centre of the party everywhere he shows up; if that isn't a solid foundation to build a meteoric DJ career on then nothing is. Tracing an unlikely straight line between a profound knowledge of Detroit and Chicago's best electronic music, and seasons as resident DJ in some of Ibiza's most pyrotechnical dancefloors, Jackmaster's path reflects those two forces very early on; when Jack, for the first time, asked for a commercial house music promo that had arrived to Rubadub the answer was: "No, that one goes to the bin, take this one instead". By "this one" they meant none other than a Model 500 classic, also known as Juan Atkins - "It'll be your first good record", they added. As all true greats, he was able to integrate all this precious knowledge without losing track of his own voice, meanwhile developing a absolutely deadly intuition for records. He then applied that instinct not onlu to his widely celebrated DJ sets, that he restlessly plays worldwide, but also to his label-turned-international party-platform, Numbers. Before that he had already managed labels. Several of them. Through imprints such as Wireblock or Dress 2 Sweat (both precursors of Numbers), he had already brought to us seminal works by soon to be global starts like Hudson Mohawke (now a part of Kanye West's production team), Rustie, Bok Bok & L-vis 1990, Deadboy, Sophie, Jamie XX, Mosca and others. Jack is a force of nature and a true human barometer that defined the last decade in music as few did. Midland He's given us two incomparable club classics this year alone: Blush and Final Credits. Each one of them tells a distinct story, the first is an epic slow-burner and the latter, an organic ode to disco. Midland has been this chameleonic since 2010, when his first record, a collaboration with Pearson Sound (then Ramadanman) was released - since then he's put out plenty of solo music, but also collaborative efforts with the likes of inventive artists like Pariah and Bicep, cutting his teeth as a producer while developing an incredible agility in the decks. Today he is a house DJ that never loses sight of the equally danceable patterns of techno, disco and his UK rave sound. He operates from London but grew up in Tanzania and studied in leeds, where he lived in Midland road, which lended him his artist name. It's undeniable that this will have been a formative time for his future as one of the main players in this decade's global dance music arena: Leeds is known for its parties and Midland sure knows how to start one. He's taken his DJ skills to legendary booths like Amsterdam's Trouw, Berlin's Panorama Bar or London's Fabric. Seen as a firmly rooted sound sculptor, he has remixed for vital labels like Warp, Autonomous Africa and Phonica. In 2013 he created his own labels Graded and Regraded and last year he started, alongside Robert Redway, AKASE, an electronic pop project that was quickly signed to iconic Berlin label !K7. 2016 has been Midland's year, and we can barely wait to hear him in the Santa Apolónia mothership. Jasper James He's in his mid-twenties - but Jasper James has a musical history that is much deeper than his age suggests. He was only 13 when his dad (Harri from iconic UK House pair Harri & Domenic) taught him how to mix records, and legend has it that he was the youngest DJ to ever play the legendary Sub Club in Glasgow, a genuine institution in the vibrant Scottish city, which hosted Optimo parties and is knows for its demanding, discerning crowd. Today, Jasper has played back to back with some of the global underground's most prominent names, like Gerd Jansen, Jackmaster or Craig Richards. 2016 has really been a crucial year for this young Scottish DJ: on one hand, he's broadened his vision of house and techno though sets in some of the world's most respected venues like Chicago's Smartbar, Manchester's The Warehouse Project, Ibiza's Circoloco, Paradise and Zoo Project and festivals like Glastonbury, Strafwerk or Secret Garden Party. On the other hand, he's moulded his maturity through a weekly residency at one of the best new London clubs, Phonox. 2017 is expected to see his debut as a producer on labels like Eats Everything's Edible Records and Seth Troxler's Play It Say It. But the year isn't over yet, and before that, Lisbon will still witness his talent, versatility and knowledge. A star is born. Words: Inês Coutinho
