E é com este filme que encerramos o ciclo de cinema dedicado a Theodoros Angelopoulos que contou com a ajuda imprescindível de uma sua conterrânea, amiga do clube, á qual estamos muito agradecidos. O último filme projectado será "A viagem dos artistas" de 1975. O filme tem a duração de 3h50m, por isso, pedimos desculpa mas decidimos adiar a data para sábado á tarde. Desta forma achamos que estarão reunidas as condições ideais para a conclusão do ciclo e contamos com a vossa presença.
Theodoros Angelopoulos (Atenas, 27 de abril de 1935 – 24 de janeiro de 2012) é considerado um dos maiores realizadores do cinema grego, não só pelo seu reconhecimento internacional e prémios adquiridos, mas também pela força da sua linguagem. Conhecido pelos longos planos sequência, os silêncios, as alegorias e a forma poética como nos revela a paisagem. A narrativa dos seus filmes está intrinsecamente marcada pela situação política do lugar, a que faz alusão através de diversos momentos históricos antigos e contemporâneos.
Estuda Direito em Atenas, mas abandona o curso e entra na Universidade de Sorbonne em Paris, no curso de Literatura. Em paralelo às aulas de literatura francesa, recebe aulas de filmografia com Georges Sadoul e de etnologia com Claude Levi-Strauss. Após o curso de Literatura, começa a estudar Cinema na Escola IDHEC, embora não tenha concluído o curso. Continua a viver e trabalhar em Paris até 1964.
"Foi no verão de 1964. Terminei os meus estudos na França e voltei para a Grécia para ver a minha família. O autocarro do aeroporto deixa-me na praça da Constituição. Com a bolsa no ombro dirijo-me para a casa. Encontro-me numa manifestação estudantil. A polícia está toda em cima dos jovens batendo-lhes. Eu não tinha nada a ver com o que estava a acontecer, então continuei o meu caminho. Bateram-me. Partiram os meus óculos. Voltei para casa muito nervoso. Senti que estava perante um dilema: "interessa-te este lugar ou não?" Disse à minha amiga, a Tonia Marketaki, [...] que eu tinha vindo para a Grécia, para ir embora outra vez. No dia seguinte, liguei-lhe e disse-lhe que ía ficar. E fiquei. Para perceber. Fiz os meus primeiros filmes ("Representação", "Dias de '36" e "Viagem dos artistas") para perceber a Grécia... "
- Theo Angelopoulos
Começa a filmar em 1968 e assina cerca de 15 longas metragens, entre elas «A Eternidade e Um Dia», que recebe a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1998.
Em janeiro de 2012, morre num acidente, atropelado por uma moto, durante a rodagem do seu filme “O outro mar” em Pireus.
