Tudo o que os filmes nos ensinam Exposição de Diana Rogagels Igreja de São Vicente, 26 nov - 23 dez) Surge a possibilidade de criação de um novo espaço psicológico, que vem de um universo já existente e que se torna familiar para um todo. Existe um processo onde o sentir é a matriz, onde posteriormente o elemento criador e espectador ganha uma enorme necessidade de organização deste espaço mental, para que se torne cada vez menos espectador e mais criador, podendo ganhar mais controlo deste universo. O tempo e toda uma perspectiva do mesmo, que também envolve o espaço e principalmente a constante permanência da noção de memória, faz aparecer um espaço de introspecção, onde se aplicam contradições e repetições de sensações mais ou menos verdadeiras, de flashback e déjà vu. Existe também o processo do discurso, em que a personagem criadora se permite ser também espectadora da sua obra, onde toda a natureza da criação se torna imprevisível. Existe uma base sólida mas que, com os pequenos e normais percalços, permite que surjam diferentes nuances na voz da fotografia, vídeo, desenhos, pinturas e escrita semi-automática, ou uma ligeira perda de sentido nas palavras. O criador depara inevitavelmente, porém sem aviso, com o que lhe resta assumir (ou não): a exposição do seu trabalho. Inevitavelmente, encontramos outros elementos que entram nesse universo, como o tempo, a memória, a repetição das palavras e frases que se elevam propositadamente mais do que outras, que nos transportam para sentimentos mais imediatos e drásticos, que quebram de alguma forma, a rotina do discurso, embora fazendo inteiramente parte dele. A partir do momento em que a personagem criadora cria uma linguagem automática ou semi-automática, vai sempre existir um momento em que a própria acaba sempre por também se identificar como espectadora da sua própria acção, e assim que esse momento se dá, utiliza-o para ampliar a obra e para permitir a si mesma, o atrevimento de ser a consciência do espectador, visto que anteriormente, a obra já foi a sua consciência. Aqui dá-se inevitavelmente a importância do seu Eu e do Eu de todos os espectadores, que possam vir a existir na participação de todas as futuras acções. Diana Rogagels nasceu em Lisboa, em 1993. Frequentou a Escola Artística António Arroio, onde concluiu o Curso Artístico Especializado de Comunicação Audiovisual. A Prova de Aptidão Artística foi realizada na área de Fotografia. Actualmente é aluna da Universidade de Évora, frequentando o mestrado de Práticas Artísticas. “Aos 14 anos descobri a fotografia e fiz dela a matriz da minha organização mental, conduzida por uma obsessão pela imagem, numa busca constante de criar aquilo que existe mentalmente e que precisa de existir visualmente. Tudo numa linguagem pessoal que se pode tornar universal, simultaneamente imperceptível e perceptível, para um todo”. Contactos: http://dianarogagels.wix.com/dianarogagels | dianarogagels@gmail.com | 914 021 342