+ Teatro Diogo Bernardes + Teatro "As Três Irmãs (Making Of)", pelo O Teatrão, de Coimbra | A partir de “Três Irmãs”de Tchekhov, com encenação de Marco Antonio Rodrigues. Bilhetes à venda no Teatro Diogo Bernardes - 2,00€. Maiores de 12 anos. Os bilhetes encontram-se à venda no Teatro Diogo Bernardes e todas as informações podem ser obtidas pelo telefone 258 900 414 ou pelo email teatrodb@cm-pontedelima.pt. Tchekhov (e a casa Russa) Império Russo, a meio do século XIX: Czar Alexandre II inicia a industrialização e urbanização do território, abolindo as relações de servidão entre camponeses e proprietários de terras. A miséria das classes baixas manteve-se, expressa noutros modelos de servidão, e aliou-se ao crescente descontentamento popular das novas classes operárias. Surgem os primeiros ensaios de manifestação e greve, apoiados no pensamento marxista e nas novas ideias socialistas. Ainda antes do Domingo Sangrento de 1905, antes de se acender o rastilho da I Guerra Mundial, antes da Revolução de Fevereiro de 1917 e da morte do último Czar, Anton Tchekhov escreve sobre a mudança. As “Três Irmãs” de uma casa de pequena-burguesia atravessada por mudanças que não prevê nem pode travar, num cenário de profunda mudança social. Para quê? Ainda não se sabia. "Como se sabe, as Irmãs andaram procurando de Seca em Meca solução para o problema da casa, da morada. Não sei se o fato de se instalarem agora em endereço fixo, sobre fundação sólida e sob telhado fixo dá notícia definitiva de solução do problema. Não creio. Acredito tratar-se mais de uma estratégia diferenciada, ganhando tempo e fôlego para continuidade da batalha. A chegada do outono e o anúncio do inverno arrefece as vontades e desarma um pouco os corações. Disso eu entendo. Também não acredito, já que não há indícios ou matéria comprovatória, que tenham se amancebado, como já ouvi desdizer, arranjando alguma sinecura que lhes fizesse sumir, como num passe de mágica, as dívidas acumuladas que acabaram por resultar, como é público e notório, na hipoteca da casa, com a dramática e consequente desocupação e o lutuoso e trágico despejo. Claro que não. Esta não é uma história de vilões e bandidos, por mais que eles assombrem as imediações das casas, dos corações e das vontades. Pelo sim, ou pelo não, eu colocaria a mão no fogo por estas Irmãs. Ou não deveria? O que sei é que na qualidade de colaborador e confidente da família, vou penhorar meus esforços e recursos no sentido de que este trancar-se em casa de espetáculos, este recolher-se a um campo que é próprio às batalhas, mesmo que de festim e de confete, aprimore as armas com que as Irmãs, o Irmão e o Convidado voltem a se atirar aos braços do mundo - na ânsia de aprimorarem este documentário a que como tarefa aderiram. A história é a mesma, são similares as peripécias mas mudam os tempos e as vizinhanças se renovam." Marco Antonio Rodrigues, Encenador Tchekhov, agora. A adaptação do original de Três Irmãs acontece no que nos é próximo e no que se pode antever de futuro. A mudança social que Tchekhov adivinhava continua a sentir-se e a fazer sentido hoje, aqui. Em Portugal do século XXI, na União Europeia, nas crises que se sucedem e nas oscilações dos mercados, das bolsas, das bancas, dos juros, das taxas – e das pessoas. Por isso, estas Três Irmãs tiveram cortes no salário (na verdade apenas uma delas trabalha), vivem ilusões, vícios e o desespero da perda e do desalojamento. Agora que se fecharam numa sala as condições mudam um pouco, mas a luta é semelhante. FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA Texto a partir de “Três Irmãs” de Anton Tchekhov Encenação Marco Antonio Rodrigues Elenco Inês Mourão, Isabel Craveiro, João Santos, Margarida Sousa, Rui Raposo Elenco de apoio Miguel Rocha e João Amorim Cenário e Figurinos Filipa Malva Desenho de Luz Alexandre Mestre Corpo e Movimento Joana Mattei Banda Sonora Rui Raposo Grafismo Joana Corker Comunicação Margarida Sousa e Mariana Pardal Fotografia Carlos Gomes Vídeo Alexandre Mestre, Bruno Pires e Zeca Rodrigues Pré-edição vídeo do documentário Rui Raposo Participação Especial em vídeo Ricardo Pereira Cabeleireiro Carlos Gago (Ilídio Design) Costureira Albertina Vilela Cenotécnicos Inácio Trindade, Sílvio Carvalho e Tó Amado Direção de Produção Cátia Oliveira Produção Executiva Carlos Pinto Direção Técnica João Castro Gomes Equipa Técnica Alexandre Mestre, João Castro Gomes, Rui Capitão Apoio Equipamento Vídeo Caminhos do Cinema Português Apoio Logístico Grupo de Teatro de Sobral de Ceira Produção Teatrão 2015 M12
