POST SCRIPTUM Se, pela escassez de lançamentos e informação que existe sobre ele, seríamos tentados a dizer que estamos perante um rookie, pela qualidade e maturidade do trabalho que apresenta, Post Scriptum não soa de todo a um novato. Houve até quem pensasse tratar-se de um alter-ego de Function, o patrão da Infrastructure NY que bem recentemente recebemos entre nós. Pois bem, sim, é um veterano da cena techno e não, não é Function, e mais não podemos revelar. Mas a escassez de dados biográficos sobre Post Scriptum, é largamente compensada pelo muito que a sua música nos dita. Através do álbum ‘Post Scriptum 01’ e de faixas avulsas presentes em compilações na Infrastructure e no Mix-CD Berghain 07 de Function, desvendamos um praticante assombrosamente eficaz e sabedor das linguagens do techno europeu clássico processadas com um detalhe e minúcia que nos levam a pensar que cada som, cada nota, foi esculpida através das máquinas e meticulosamente aplicada a composições absorventes na sua atmosfera e efeito de transe, e que até mesmo o espaço entre cada som está pensado para ser tão impactante como cada linha de baixo ou estilhaço de sintetizador. Mínimas distrações, máximo impacto, parece ser o mote de Post Scriptum. A juntar a esta coerência, há uma forte componente conceptual que se debruça sobre o papel e lugar da humanidade no espaço e no tempo, que transforma aquilo que à superfície seria uma mera colecção de faixas funcionais, numa narrativa a pedir para ser experienciada em formato contínuo e em total imersão sonora. Post Scriptum representa o techno visto ao microscópio, a redescoberta de algo que pensávamos já conhecer por inteiro. - Nuno Mendonça DJ NOBU Para lá do Sol Nascente, uma nova visão do techno emerge. A visão de um som tão puro e elementar como a terra sobre a qual caminhamos. A mutabilidade e permanência intemporal de uma forma de expressão que se apresenta umas vezes sólida, outras flui como líquido, outras ainda flutua como vapor. Uma melodia e batida primordiais, que emanam da neve, das florestas, dos rios do Japão. DJ Nobu dominou os elementos, e resolveu ensiná-los a quem o queira escutar, através de discos. Com eles, conta-nos o passado e faz-nos imaginar o futuro. Psicadélico, tribal, aterradoramente belo ou proibitivamente sinistro. É assim o techno segundo este japonês. Os seus DJ sets vertiginosos, dotados da solidez, graça e misticismo de um templo budista, têm levado a que, cada vez mais, Nobu seja um nome com um culto que extravasa e muito as fronteiras do Japão e que o levam a ser presença habitual em templos de outro tipo, as modernas catedrais do techno da Europa e América do Norte. Aqui e ali, complementa a lenda com produções escassas mas marcantes na sua editora Bitta, ao mesmo tempo que alimenta e apoia como poucos a sua cena local, graças à nuclear série de festas Future Terror, no Japão. O outrora jovem DJ de punk e hip-hop cuja vida mudou no dia em que ouviu Jeff Mills, o feiticeiro do techno, tornou-se ele mesmo numa espécie de samurai do techno. A mesa de mistura é o seu campo de batalha, os discos a sua espada, a pista de dança o seu império. Antes mesmo de chegar, sentimos que a nossa rendição a DJ Nobu será inevitável, e não há vergonha em capitular perante tamanha grandeza. - Nuno Mendonça \\ ENGLISH // POST SCRIPTUM Judging by the scarcity of information and releases from him, we´d be tempted to say we´re facing a rookie, but, going on the quality and maturity of the work he´s put out, Post Scriptum doesn´t sound like a newcomer at all. Some even thought this was an alter ego for Function, the Infrastructure NY boss who just recently visited us. Well, yes, he is a techno veteran and no, he isn´t Function, and that´s all we can say. But the lack of bio data about Post Scriptum is largely compensated by how much his music speaks to us. From the ‘Post Scriptum 01’ LP and through tracks scattered on Infrastructure compilations and on Function´s Berghain 07 mix-CD, we discover an astonishingly proficient and effective practicioner of the languanges of classic european techno, processed with such detail and attention, that you believe that each sound, each note, was sculpted by the machines and meticulously applied to compositions with engrossing and trance-inducing atmospheres, and that every sound and space between each sound, is created to be as impactful as the basslines or scatters of synth melodies. Minimal distractions, maximum impact, such seems to be Post Scriptum´s motto. Along with this coherence, there comes a strong conceptual component, which occupies itself with the place and role of humanity, in space and time, transforming what on the surface would seem as a merely functional body of work, in a narrative to be experienced in full sonic immersion. Post Scriptum represents techno as seen through the microscope and the rediscovery of something we thought we knew in full. - Nuno Mendonça DJ NOBU Beyond the Rising Sun, a new vision of techno emerges. A vision of a sound so pure and elemental as the earth that we walk upon. The mutability and timeless permanence of a form of expression which sometimes appears solid, other times flows like liquid, and some other times, floats like a vapor. A primordial beat and melody, which emanate from the snow, from the forests, from the rivers of Japan. DJ Nobu has mastered the elements and decided he would teach them to anyone who will listen, with records. Through them, he recalls us of the past and makes us imagine the future. Psychedelic, tribal, frighteningly beautiful of forebodingly sinister. Such is techno according to this japanese DJ. His vertigo-inducing sets, possessing the strength, grace and mysticism of a buddhist temple, have made it so that, more and more, Nobu is a name whose cult crosses way beyond the frontiers of Japan, and turned him into a habitual name in another kind of temple, techno´s modern cathedrals in Europe and North America. Here and there, he complements the legend with rare but impressive productions, mainly on how own label Bitta. And the same time, he nurtures and supports as few others do, his local scenes, thanks to the cornerstone Future Terror parties, in Japan. The then young punk and hip hop DJ, whose life was changed one night by the wizard of techno Jeff Mills, became himself a sort of samurai of techno. The mixer is his battlefield, the records his blade, the dancefloor his empire. Even before he arrives, we feel that surrendering to DJ Nobu is inevitable. And there is no shame in capitulating to such greatness. - Nuno Mendonça * os bilhetes estarão disponíveis apenas na nossa bilheteira, na noite do evento. obrigado. * tickets available only at the door. thank you.
