Shifted • Soundcloud • https://soundcloud.com/shifted • RA Page • https://www.residentadvisor.net/dj/shifted Com o crepúsculo do Verão, chega o tempo de armazenar as suas memórias nos recantos do nosso pensamento. Os dias encurtam, as temperaturas descem, as sombras alongam-se. Dessas sombras, vultos encorajados pela crescente escuridão emergem, criando assim o contexto perfeito para que uma figura como Shifted faça a sua aparição em Santa Apolónia. Admitidamente, isto soa um pouco tétrico, mas até recentemente, seria a introdução ideal para falar de Guy Brewer e do seu trabalho. As coisas mudam, e mudança é a própria essência do que Shifted faz. Para já, sabemos agora o seu nome, que permanecia em segredo desde que surgiu em 2011 na cena techno com 2 EPs na Mote-Evolver de Luke Slater. De forma a distanciar-se de possíveis interpretações erróneas do seu passado como membro do trio drum´n´bass Commix, Shifted surgia-nos como uma figura tão fastamagórica e mutante como muita da sua produção. Assentando ideias com a sua editora Avian e álbuns de novo na Mote-Evolver e na Bed Of Nails de Vatican Shadow, Brewer deu-se enfim a conhecer, numa fase em que já era sinónimo de um praticamente por excelência do techno moderno, sombrio, económico mas incrivelmente detalhado nos pormenores e texturas, repleto de influências industriais, noise e experimentais. Confortável na sua pele e alvo de um culto crescente que tem convertido os desconfiados, Shifted prepara-se para lançar um novo LP, ‘Appropriation Stories’, cuja tour de promoção passa agora pelo Lux. O próprio título indicia uma áparte sarcástico aos que o acusaram de estar a apanhar uma “moda” passageira, atrevendo-se até a misturar alguns dos ritmos quebrados do seu passado, com a sua sempre progressista visão do techno. Arriscamos dizer que Brewer parece agora um tipo feliz, solto e mais acessível. Um artista no topo da sua maturidade e identidade. O timing da sua visita é, por isso, perfeito. À medida que os nossos dias e noites ganham novas formas e tonalidades, Shifted vem dizer-nos que a vida é feita de mudança, transformaçao e coragem para as levar a cabo. Como no outono, em que cada folha é uma flor, com Shifted, cada batida pode ser uma história. - Nuno Mendonça \\ ENGLISH // With the crepuscule of summer, comes the time to store it´s memories in the corners of our mind. Days get shorter, temperatures fall, shadows grow. From these shadows, encouraged by the increasing darkness, figures emerge, thus creating the perfect context for a character like Shifted to make an appearance at Santa Apolónia. Admittedly that may sound a bit gloomy, but until recently, it would be the perfect intro to talk about Guy Brewer and his work. Things change, and change is the essence of what Shifted does. For starters, we now know his name, which was a secret since he first appeared on the techno scene in 2011, with 2 EPs on Luke Slater´s Mote-Evolver. As a way of distancing himself from possible erroneous interpretations of his work as a member of drum´n´bass trio Commix, Shifted presented himself as a character as ghostly and mutant as a lot of his productions. Further cementing ideas on his Avian label and albums on Mote-Evolver and Vatican Shadow´s Bed Of Nails, Brewer finally made himself known, at a time when he was already considered a practitioner par excellence of modern techno, somber, economical yet incredibly accomplished in it´s details and textures, full of industrial, noise and experimental influences. Confortable in his own skin and a target of a growing cult which has converted the most suspicious, Shifted is now on the verge of releasing a new LP, ‘Appropriation Stories’, whose promo tour now comes to Lux. The title itself seems like a somewhat sarcastic aside to those who in the past accused him of jumping on a bandwagon, and it even dares to mix some breakbeats into his permanently progressist vision of techno. We risk saying that Brewer seems now like a happier, looser and more accessible guy. An artist at the top of his maturity and identity. The timing of his visit is, then, perfect. As our days and nights assume new shapes and tonalities, Shifted comes to tell us that life is made of change, transformation, and the balls to carry them out. Just like in autumn, when every leaf is a flower, with Shifted, every beat can be a story.
