23:45 até às 07:00
Marcel Fengler

Marcel Fengler

Façamos um pouco de role-playing. Imaginem-se enquanto um bem sucedido DJ, com uma residência fixa há vários anos no mais famoso club de techno do mundo. Além dessa residência, passam os fins de semana a viajar pelo mundo para gigs, muito graças a estarem no roster da agência pertencente a esse mesmo clube. Enquanto produtores, já criaram uma sólida discografia, com o reconhecimento da crítica e do público, maioritariamente editada pelo selo associado a esse club e agência. Dir-se-ia que estão a viver o sonho de muitos aspirantes a DJs e produtores. Agora, imaginem-se a abdicar de tudo isto, em nome de um novo começo, sozinhos, buscando definir a vossa própria identidade, a vossa arte, longe de comparações ou rótulos.

Foi isto que Marcel Fengler fez no início de 2016, ao deixar a sua residência de mais de 10 anos no Berghain, e o roster da Ostgut. Uns aplaudirão a coragem e o risco da decisão, alguns até lhe poderão chamar loucura, mas os seguidores mais atentos do percurso de Fengler, não terão ficado totalmente surpreendidos. A presença frequente de melodias celestiais e texturas sedutoras na sua música, a elasticidade e musicalidade dos seus sets, a desconcertante mistura de intensidade e hipnotismo que nunca perde o groove, que nele encontramos, já o marcavam como um artista à parte na família Ostgut. Fengler achou que era tempo de criar o seu caminho e conquistar o que lhe fôr devido por ser o que é e não pela associação a outros nomes. A sua label IMF (Index Marcel Fengler) é para a já o traço mais visível do “reset” de Marcel e logo no seu 1º lançamento pós-Ostgut, o EP ‘Kyu’, fez questão de o definir como um disco tão bom para ouvir num club, como enquanto aparamos o nosso bonsai. E francamente, o disco é tão bom, que mesmo quem não tem um bonsai, fica com vontade de ter um.

Mas acima de tudo, o que retiramos da arte de Fengler, é a noção de que a paixão e a diversão sempre foram os catalistas do que faz. A noção de que, se uma ideia especial cresce em demasia e se torna moda, torna-se banal, e então urge haver quem crie novas ideias. Que na música, como em tanta coisa, os líderes são muitas vezes os que escolhem os caminhos menos fáceis e mais solitários. Mas são os seus caminhos. E o caminho de Marcel Fengler é, definitivamente, um caminho para novas paragens, que queremos conhecer.
- Nuno Mendonça

\\ ENGLISH //

Let´s do some role-playing. Imagine yourselves as a successful DJ, with a long-term residence at the most famous techno club in the world. Beyond that, you spend your weekends travelling the world for gigs, due in part to you being in the roster of that club´s associated agency. As a producer, you´ve built a solid discography, which is recognized by critics and public, most of it having been released in that same club/agency´s record label. You could say you´re living the dream of many aspiring DJs and producers. Now imagine letting go of all of that, and going for a fresh start, by yourself, in search of defining your own identity, your art, away from comparisons or labelling.

That´s what Marcel Fengler did in early 2016, by leaving his residency of more than 10 years at Berghain, and Ostgut´s roster. Some will applaud the courage and the risk of such a decision, others may call it crazy, but Fengler´s fans were not totally surprised. The frequent presence of celestial melodies and seductive textures in his music, the elasticity and musicality of his sets, the disconcerting mix of sheer intensity and hypnotism which never forgets about groove, which we hear in him, had been setting him apart from much of the Ostgut family for a while now. So Fengler thought it was time to forge hiw own path and earn whatever was due, because of what he is, and not because of who he was associated with. His label label IMF (Index Marcel Fengler) is, so far, the most visible trait of Marcel´s “reset”, and right from his first post-Ostgut release, the ‘Kyu’ EP, he made a point of describing it a record appropriate to be listened to at the club or while pruning your bonsai. And frankly, it´s a such a good record, that even if you don´t have a bonsai, you´ll want to get one afterwards.

But most of all, what we take away from Fengler´s art, is the notion that passion and fun have always been his driving forces. The notion that if a special idea grows too much and becomes a trend, it becomes normal, and you need people with new ideas. That in music, the leaders are usually the guys who choose the hardest and most solitary ways. But it´s their own way. And Marcel Fengler´s way is definitely a way to somewhere new, that we truly wish to find.
- Nuno Mendonça
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android