N/D
Honey Soundsystem (Josh Cheon & Bézier)

Honey Soundsystem (Josh Cheon & Bézier)

Embora menos mencionada que as três cidades do triângulo sagrado da música de dança americana - falamos de Chicago, Detroit e Nova Iorque, claro - São Francisco é riquíssima em momentos-chave no que toca à evolução da cultura de clube. Nomes como DJ Garth (e o seu Wicked Sound System), Mark Farina, Scott Hardkiss (R.I.P.) ou os Dubtribe Soundsystem (Do It Now!) são apenas alguns dos importantíssimos marcos que se imortalizaram através do circuito de clubes e raves da cidade. O mais fresco capítulo desta incrível saga de hedonismo e comunhão tribal é agora protagonizado pelo colectivo Honey Soundsystem, cuja incrível aptidão para tocar a melhor música e organizar as melhores festas arrebatou a atenção das pistas a nível global e os catapultou para o centro de toda a acção.

Jason Kendig, Jackie House, Josh Cheon e Beziér - os membros do colectivo - agarram-se àquilo que há de eterno na música de dança e cruzam a melhor house, techno, electro, disco ou industrial de várias épocas e contextos. São, ainda assim, tão refrescantemente 2016 que seria difícil imaginá-los noutra era. Um collectivo como os Honey Soundsystem é tudo o que podíamos desejar num contexto em que o underground global se re-aproxima dos valores fundamentais de aceitação e libertação que marcaram os inícios da música de dança moderna em casas como o Paradise Garage de Nova Iorque ou o Warehouse de Chicago - autênticos refúgios para as comunidades queer, negras e latinas de ambas as cidades.

O contexto queer é, portanto, uma coordenada essencial para entender a visão do colectivo, que se inspirou nas festas gay de San Francisco para desenhar o seu próprio espaço de devoção à dança e à libertação comunal. Mas para lá das festas e do DJing, existe também outro braço de actividade que ajudou a cimentar uma reputação internacional - as várias editoras que gerem, claro. Selos como a Honey Soundsystem Records, Disciare ou a incontornável Dark Entries são saciantes fontes de música incrível em 2016, e são firmes favoritas entre DJs atentos e melómanos. Esta última, especialmente, tornou-se numa das mais vitais editoras de reissues da actualidade, com um catálogo de clássicos e arquivos esquecidos de fazer inveja ao coleccionador mais ávido. São pérolas atrás de pérolas que vão de novas prensagens em vinil de clássicos como "Dead Eyes Opened" de Severed Heads até às nunca antes editadas bandas sonoras de filmes gay porn de Patrick Cowley. Como se tudo isto não fossem motivos de sobra para vir celebrar o regresso dos Honey Soundsystem ao Lux, resta-nos relembrar que é deles o hit underground do ano: falamos da infalível remistura de Mike Servito para "Crystal" de Justin Cudmore na subsidiária HNYTRX. Que todas as decisões fossem assim tão fáceis. 
- Inês Coutinho

\\ ENGLISH // 

Although less cited than the three cities in American dance music's sacred traingle - Chicago, Detroit and New York, of course - San Francisco is rich in key moments to the evolution of club culture. Names like DJ Garth (and his Wicked Sound System), Mark Farina, Scott Hardkiss (R.I.P.) or Dubtribe Soundsystem (Do It Now!) are just some of the major milestones that became immortal in the city's club and rave circuit. The freshest chapter in this incredible saga of hedonism and tribal communion is now fronted by the Honey Soundsystem collective, whose incredible skill to play the best music and organise the best parties snatched the attention of global dancefloors and catapulted them to the centre of the action.

Jason Kendig, Jackie House, Josh Cheon and Beziér - the collective's members - hold on to all things eternal in dance music and blend the best house, techno, electro, disco or industrial from different eras and contexts. They are, nevertheless, as refreshingly 2016 that it would be hard to imagine them in a different time. A collective like Honey Soundsystem is all we can wish for in a context where the global underground re-approaches the fundamental values of acceptance and liberation that defined the beginnings of modern dance music in houses like New York's Paradise Garage or Chicago's Warehouse - genuine havens for queer, black and latino communities in both cities.

The queer context is, therefore, an essential vector to grasp the vision of this collective, who got inspiration from San Francisco's gay parties to carve their own space of devotion to dance and communal liberation. But beyond the parties and DJing, there is another activity that helped cement an international reputation - the various labels they run, of course. Honey Soundsystem Records, Disciare or Dark Entries are satiating sources of incredible music in 2016 and firm favourites among DJs and music-lovers. The latter, particularly, has become one of today's most essential reissue labels, boasting a catalog of classics and forgotten archives that will rather impress even the most avid collector. Pearl after pearl that span from re-presses of classics like "Dead Eyes Opened" by Severed Heads to never-before-released Patrick Cowley soundtracks to gay porn films. As if all these weren't enough reasons to come celebrate the return of Honey Soundsystem to Lux, may we remind you that they're responsible for this year's underground hit: the infallible Mike Servito remix for "Crystal" by Justin Cudmore, released on their sub-label HNYTRX. If only every decision was this easy.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android