Jeremy Fichon preferiu ser conhecido por Jeremy Underground. Compreensível. Talvez porque aos 10 anos de idade tenha pedido à mãe para o levar a uma loja de discos - culpa da rádio, e do programa que DJ Deep tinha na parisiense Radio Nova. Anos a gravar cassetes, atento aos discos, a querer ser igual aos seus heróis do som do House de Nova Jérsei, quando crescesse. E cresceu. Tanto que é um dos maiores responsáveis pelo reavivamento do Deep House. Do seu, do que assim considera, Deep House. Ou não, porque talvez, afirma, o verdadeiro Deep House seja demasiado profundo para ser apreciado condignamente num clube. Mas ele sabe bem o que procura. Algo cru, mas com alma, de inspiração americana (Costa Este!) mas que não é obrigatoriamente geograficamente restrito ou datado. Aliás, são as faixas intemporais que ele busca - sejam de há 25 anos ou há 2 semanas. O importante é que a pista entenda, que dance, que haja festa. Let there be House!, como há décadas foi declarado. E Jeremy assim faz. Na cabine, onde nos dá a conhecer as pérolas que traz na mala, fruto de buscas incessantes (e enganem-se os puristas, porque ele não se coíbe de dizer que procura mais vinil online do que em lojas), obsessivas, pelo ritmo perfeitamente certo. E o seu amor pela música expande-se continuamente. My Love Is Underground é a label que dirige e onde vai dando abrigo aos que lhe trazem música que o impressiona, bem como algumas reedições a não perder. O amor de Jeremy estará connosco. Amor e música, o que mais querer numa sexta de Setembro? - Inês Duarte \\ ENGLISH // Jeremy Fichon chose to be known as Jeremy Underground. It’s understandable. Maybe because he was only 10 years old when he asked his mother to take him to a record shop - a direct result of listening to DJ Deep’s radioshow on the parisian Radio Nova. That turned into years of home taping, his attention tuned in to the records coming in through the airwaves, wanting to be just like his New Jersey House heroes when he’d grow up. And he did. He grew so much that he became a key player in the interest Deep House has been getting lately. Let’s call it his spin on Deep House, his own pick of sounds, because he goes so far as to say real Deep House can be too deep to properly work in clubs. Yeah, he knows exactly what he’s looking for. Something raw but filled with soul, with that East Coast US inspiration, but that isn’t defined by boundaries or decades. It’s the timeless pieces he’s after, be them from 25 years or 2 weeks ago. The main focus is on working the crowd and the party. Let there be House, as it was declared decades ago. And Jeremy complies in the DJ booth, feeding us carefully picked gems that he obsessively digs for (and don’t fool yourselves, purists, as he spends more time digging online than on physical shops), always looking for the perfect beat. His dedication for music is continually expanding. My Love Is Underground is the record label he owns and runs and where you can find impressive new tracks along with some unmissable compilations filled with classic, obscure tracks. Jeremy’s love is with us. Love and music, what else to wish for on a Friday in September? - Inês Duarte
