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VOA 2016

VOA 2016

A organização do VOA 2016 tem o enorme prazer de anunciar que os britânicos PARADISE LOST vão ocupar o lugar deixado vago pelos Anthrax no cartaz do evento. Após o cancelamento recente, por questões logísticas imprevistas, da atuação dos thrashers norte-americanos, cabe aos autores de clássicos como «Gothic», «Shades Of God» e «Draconian Times» completarem o alinhamento de luxo que vai passar pelo palco da Quinta Da Marialva, em Corroios, nos dias 5 e 6 de Agosto. O quinteto junta-se assim aos OPETH, KREATOR, ANATHEMA, ABBATH, KATATONIA, MANTAR, SCHAMMASCH, ADIMIRON, EQUALEFT, DARK OATH e SOLDIER, sendo que vai aproveitar esta ocasião muito especial para estrear pela primeira vez em Portugal o material do seu mais recente álbum de estúdio, o muito aplaudido «The Plague Within». Editado a 29 de Maio de 2015, o 14º longa-duração do grupo encabeçado por Nick Holmes e Gregor Mackintosh, afirmou-se como uma declaração de intenções sem precedentes na sua já longa e influente jornada, recuperando de uma forma muitíssimo inteligente a atitude obscura e monolítica que os caracterizava nos inícios e que, com o passar das décadas, foi-se diluindo em doses massivas de experimentalismo. Hoje, ao olhar para trás, percebe-se que a opção de alargarem o seu raio de ação lhes permitiu crescerem e, numa altura em que já são vistos como veteranos do movimento underground, lidarem sem medos ou preconceitos com o seu passado brilhante.

Mikael Åkerfeldt e os seus OPETH passaram as últimas duas décadas e meia a labutar incessantemente – e a crescer, a vários níveis. Pelo caminho transformaram-se num dos nomes mais influentes da sua geração e acumularam um corpo de trabalho que revela, simultaneamente, uma devoção enorme pelo conceito de progressão estética e um fervoroso desejo de busca pela perfeição que, mais tarde ou mais cedo, culminará inevitavelmente na criação de um misticismo especial e na ocupação de um lugar de destaque semelhante ao que “deuses do metal” como os Black Sabbath, Led Zeppelin ou Iron Maiden ocupam hoje. Talvez a uma escala diferente, porque os tempos são obviamente outros, mas com a mesma criatividade e vitalidade. Prova disso é o facto de todos os anos tocarem para milhares de pessoas pelo mundo fora, sendo que atualmente são já um dos nomes mais consensuais no espectro da música pesada. As raízes no doom e no death metal sueco infundido de ocultismo e romantismo a pender para o obscuro são inegáveis e, ouvindo álbuns como «Orchid», «Morningrise» ou «My Arms, Your Hearse», essa abordagem nunca será razão para pedirem desculpa. Foi, no entanto, com a edição de «Still Life» e «Black Waterpark» que começaram a transformar-se no colosso que conhecemos hoje, com uma sequência irrepreensível de registos – «Deliverance», «Damnation», «Ghost Reveries», «Watershed», «Heritage» e «Pale Communion» – que os levou aos píncaros, provando que o inimitável Åkerfeldt, estratega, vocalista, guitarrista e compositor do grupo, sabe exatamente como remodelar o seu veículo artístico sem sacrificar o espírito criativo que o caracteriza desde a formação em 1990.

Por esta altura, Mille Petrozza e os seus KREATOR são muitíssimo bem conhecidos do público nacional, tendo construído uma relação sólida e bastante próxima dos portugueses desde que, nos idos de 1993, se estrearam por cá num marcante concerto no Armazém 22, em Lisboa. Quando chegou ao nosso país pela primeira vez, o quarteto – que fica hoje completo com Ventor na bateria, Christian Giesler no baixo e Sami Yli-Sirniö na segunda guitarra – já era uma figura de proa do speed/thrash germânico, parte de um triunvirato demolidor que incluía também Destruction e Sodom. Hoje são, indiscutivelmente, uma das bandas europeias mais influentes e bem-sucedidas de sempre no campeonato do peso, sendo que são também, de longe, uma das mais duradouras. A par dos conterrâneos anteriormente mencionados, os músicos oriundos de Essen pegaram no som inovador dos Metallica, juntaram-se umas pitadas do proto-black metal incendiário dos Venom, a atitude sem rodeios dos Motörhead e a perspetiva niilista que os Black Sabbath popularizaram e criaram uma descarga sem precedentes, que influenciou de forma mais que óbvia as gerações seguintes e deixou uma marca no movimento que dura até hoje. Da segunda parte dos anos 80 para a frente, Petrozza e companhia afirmaram-se como uma força a ter em conta no panorama metaleiro e, à custa de álbuns incontornáveis como «Endless Pain», «Pleasure To Kill», «Terrible Certainty», «Extreme Agression» e «Coma Of Souls», garantiram para sempre um lugar no panteão da tendência. Desde então têm vindo a solidificar de forma consistente a sua posição como um dos nomes seminais da música extrema e, apesar de uma fase mais inconstante durante a década de 90, conseguiram reinventar-se à luz do novo milénio. Agora já na sua terceira década de atividade, os KREATOR continuam a arrastar multidões sedentas de thrash por todo o mundo e a fazer digressões com mais frequência do que muitas bandas cujos elementos têm metade da sua idade... Não será fácil encontrar uma maior prova da resiliência que sempre os caracterizou.

Catorze álbuns e mais de vinte anos depois de terem mudado para sempre a cara do heavy metal, já não adianta sequer tentar traçar comparações. Os PARADISE LOST são caso raro, é certo, mas também não se tratam de uma banda qualquer. Porque não o são, não são como os outros – e têm um catálogo para prová-lo. Neste caso muito especial só se pode, e deve, compará-los com eles próprios. Senhores de uma personalidade muito própria e de uma capacidade aparentemente infindável de se recriarem, ao longo dos anos deram origem uma série de tendências – a fusão death/doom, o metal gótico e, por fim, o rock gótico pesadão com elementos eletrónicos e refrões a roçar a pop. Hoje, não há mesmo como negá-lo, são um nome incontornável dentro do estilo em que se movem e, também, um dos mais bem sucedidos a nível comercial – são já uns impressionantes dois milhões de discos vendidos a nível mundial. Sabe-se, no entanto, que uma banda só é tão boa quanto o seu último álbum e, até aí, os músicos britânicos sempre se destacaram da competição. «The Plague Within», editado há dois anos, é uma prova irrefutável de que continuam a fazer música tão vital e desafiadora como quando lançaram o disco de estreia, afirmando-se como o culminar de um processo de “redescoberta do passado” que começou há mais de uma década e que lhes permitiu fazerem, por fim, o álbum com que muitos fãs já andavam a sonhar desde meio da década de 90.

Ao lado dos Paradise Lost e My Dying Bride, os ANATHEMA completaram a tríade do doom britânico no início dos anos 90, ajudaram a estabelecer os parâmetros para a fusão death/doom e cimentaram-na, por direito próprio, como um subgénero da música extrema. Abraçando o imaginário gótico e cinzentão tipicamente britânico, entre lápides cobertas de musgo, os músicos de Liverpool assinaram, no espaço de quatro anos, algumas das pedras basilares do estilo. «Crestfallen», «Serenades», «Pentecost III» e «The Silent Enigma» estabeleceram a sonoridade, influenciaram toda uma geração e viram o nome da banda inscrito no panteão da música lenta e pesada. Desde «Eternity», em 1995, talvez inspirados pela imensidão de grupos que tentavam recriar o que tinham feito nos primeiros discos, optaram por uma abordagem mais melódica e atmosférica, que deu origem a outros tantos títulos um pouco diferentes mas igualmente incontornáveis e marcantes – «Alternative 4», «Judgement», «A Fine Day To Exit», «A Natural Disaster», «We're Here Because We're Here», «Weather Systems» e «Distant Satellites». Hoje, do doom inicial às paisagens encantadoras dos discos mais recentes, passando pela doce solidão que dominou grande parte dos álbuns que gravaram nos anos que rodearam a viragem de milénio, a banda britânica tem encarado sem qualquer receio ou pudor a missão a que se propôs desde muito cedo na sua carreira – transcender os limites da música como forma de arte.

Quando, corria o mês de Março de 2015, ABBATH anunciou que tinha deixado os Immortal, a sua banda de sempre, a notícia provocou ondas de choque que, para o melhor e para o pior, abanaram o cenário metal de uma forma inequívoca. Há muito que a inconfundível imagem do frontman da banda de Bergen se tinha tornado icónica, com o carismático músico a transformar-se numa das “caras” mais reconhecíveis do movimento black metal norueguês. No período compreendido entre 1991 e 2015, interrompido apenas por um pequeno interregno já na viragem do milénio, Olve Eikemo liderou uma das mais poderosas forças alguma vez saídas do controverso boom da cena underground escandinava dos anos 90 e que, apoiada numa sequência irrepreensível de álbuns que inclui clássicos como «Battles In The North», «At The Heart Of Winter» ou «Sons Of Northern Darkness», acabou por afirmar-se como uma das mais aplaudidas e melhor sucedidas bandas da sua geração. Não é por isso propriamente estranho que, face à abrupta separação dos seus ex-companheiros de grupo, o guitarrista/vocalista se tenha atirado quase imediatamente de cabeça a uma há muito adiada carreira a solo que, desde a edição da demolidora estreia homónima em Janeiro deste ano, muitos elogios lhe tem valido por parte da imprensa especializada e do público em geral. «Abbath» reúne todos os elementos que tornaram famosa esta figura grotesca, com a abertura a cargo do trio «To War!», «Winterbane» e «Ashes Of The Damned» a carregar com uma força avassaladora toda a fúria selvagem de uma tempestade de neve no Ártico. No entanto, ao quarto tema, Abbath Doom Occulta prova que esta sua nova aventura musical, onde repete a colaboração com King Ov Hell, que já o tinha apontado na estreia dos I, pretende ir muito além da repetição de fórmulas conhecidas. Alicerçado no mais que reconhecido talento para a composição do ex-baixista dos Gorgoroth, Sahg e Audrey Horne, um tema como «Ocean Of Wounds» prova que a banda está apta também a interpretar hinos a meio-tempo que, construídos a partir de riffs cortantes e de uma sonoridade bem pesada, dura e, ainda assim, cativante e melódica, revelam a exploração de uma vasta gama estilística, capaz de agradar a fanáticos dos Bathory, Motörhead ou até mesmo Kiss. Resultado, tanto em estúdio e como em palco, onde já provaram o seu valor com participações explosivas em vários festivais e na digressão norte-americana que estão atualmente a levar a cabo com os High On Fire, Skeletonwitch e Tribulation, ABBATH e companhia mostram-se prontos para conquistar o mundo.

Os KATATONIA cresceram muito desde que, pelas mãos de Jonas Renkse e Anders Nyström, mostraram o seu black/doom de contornos góticos ao mundo, transformando-se num dos nomes mais fascinantes e únicos surgidos do boom underground do início da década de 90. Evoluíram para tão longe das suas raízes e o que fazem é tão próprio que, atualmente, são já detentores de um estilo próprio, impossível de rotular de forma estanque. Fala-se neles e vêm logo à cabeça os leads melancólicos, carregados de camadas de delay, a parede de guitarras fortes, a secção rítmica muito sólida, o registo embargado de Renkse e os enormes refrões, revelando a sensibilidade melódica irresistível que premeia a sua música. Coisa cada vez mais rara no mundo da música pesada, o coletivo sueco tem também uma capacidade inata para escrever grandes canções. «Teargas», «Criminals», «Ghost Of The Sun», «I Am Nothing», «Deadhouse», «Evidence», «I Break», «For My Demons» – a lista de temas, daqueles que se colam ao córtex cerebral para nunca mais o voltarem a largar, emoções à flor da pele e melancolia latente em todo o seu esplendor, não é difícil de elaborar a partir de um fundo de catálogo sempre em crescendo. Quatro anos e profundas mudanças de formação após o soberbo «Dead End Kings», que mostrou os músicos de Estocolmo ainda mais entregues à melancolia urbana que tem dominado grande parte da sua já longa carreira, 2016 vai marcar por fim um muito aguardado regresso do quinteto aos discos de originais, aos palcos e a Portugal.

Desde a sua criação em 2013 e do lançamento de seu primeiro álbum em 2014, os MANTAR têm vindo a afirmar-se como uma das mais talentosas e esforçadas bandas da nova geração da música extrema. Não tocava junta há sequer um ano, mas a dupla formada por Hanno e Eric, uma metade alemã e a outra turca, achou que, no seguimento de um EP, seria uma boa ideia entrar em estúdio para registar o punhado de temas que tinha escrito entretanto. A 7 de Fevereiro de 2014, percebe-se por fim o que os movia. «Death By Burning», editado pela reputada Svart Records, revelou-se quase de imediato uma baforada de ar fétido numa latrina onde há muito o ar se tinha tornado irrespirável. Derretendo num enorme caldeirão os elementos mais impactantes e sinistros do black metal, do doom e do punk, os dois músicos assinaram um manifesto de fúria primitiva não filtrada – ou, se preferirem, em estado puro. Dois músicos que soam mais pesados e poderosos que a maioria dos quartetos e quintetos que possamos conhecer, mesmo sem terem baixista na formação. Apenas bateria, guitarra e voz, afinados para a destruição. Híbrido de metal, hardcore e rock'n'roll, capaz de apelar a fãs dos Motörhead, dos Melvins ou até dos Darkthrone. São uma banda num milhão; uma exceção à regra numa cena cada vez mais formatada; músicos que não têm receio de pisar os calos dos puristas e que revelam uma força sónica avassaladora, capaz de abanar as estruturas de um prédio de pequenas dimensões. Apoiada em atuações extremamente intensas, no vértice do espancamento old school e da modernidade que lhes corre no ADN, a dupla passou os dois últimos anos a suar as estopinhas pelo mundo fora, com digressões constantes deste e do outro lado do Atlântico, incluindo diversas passagens demolidoras por Portugal em espaços fechados. O upgrade ao palco do VOA é natural, mais um fruto do crescimento que vai dar novos frutos no mês de Abril, com a edição de «Ode To The Flame» através da gigantesca Nuclear Blast.

Provenientes de Basileia, na Suíça, os SCHAMMASCH foram buscar inspiração a Samas – o Deus do Sol na mitologia Acádia/Babilónica – para a sua designação e, pouco interessados em vergar-se a questões de género, optaram por focar-se desde os primeiros passos naquilo que consideram ser mais artisticamente significativo para criarem o seu corpo de trabalho. Daí que o que fazem possa ver observado como uma visão futurista e progressiva do black metal, com os músicos apostados em equilibrar-se no fio de uma navalha moldada a partir de atmosferas obscuras, doom letárgico e misticismo hermético. Depois de passar mais de um ano fechado na sala de ensaios a delinear o primeiro passo, o grupo hoje composto por Chris S.R. na guitarra e voz, Boris A.W. na bateria, M.A. na guitarra e A.T. no baixo editou o primeiro registo de longa-duração, «Sic Luceat Lux», em Outubro de 2010. Apesar da distribuição reduzida, a sua visão artística muito peculiar suscitou boas críticas por parte da imprensa – com a revista alemã Legacy a descrevê-los como “uma obra de arte no espectro da música extrema” – e permitiu-lhes receberem as primeiras ofertas para atuarem ao vivo. As reações não se fizeram esperar e, dois anos depois, tornam-se a primeira banda suíça a integrar o catálogo da influente Prosthetic. Em 2014 é editado «Contradiction», um ambicioso álbum-duplo concebido em parceria com V. Santura, reputado produtor e guitarrista dos Triptykon e Dark Fortress. A colaboração permitiu-lhes apresentarem um colosso negro ainda mais desafiante, composto por 85 minutos de música arrojada e com pouco de ortodoxo. O registo mais recente do quarteto de Basel chama-se «Triangle» e, como o título faz adivinhar, é um álbum-triplo, que amplifica todos os predicados vanguardistas espelhados nos dois discos anteriores, afirmando-os de vez como um dos mais dignos herdeiros da tradição progressiva que tornou famosa a música extrema suíça.

O death metal técnico e progressivo dos italianos ADIMIRON começou a tomar forma quando, em 1999, o guitarrista David Castelli e o baterista Alessandro Carotenuto encetaram uma parceria e compuseram os primeiros temas juntos, ainda sob a designação Angels Of Darkness. Durante os três anos seguintes estabeleceram a formação com a entrada do vocalista Leonardo Alegria e do baixista David Corliano, mudaram de nome e gravaram duas maquetas. Pouco tempo depois fazem a primeira digressão, atuando como “suporte” aos Belphegor e The Crown e, já em 2003, apesar da mudança dos músicos para Roma, mantêm uma atividade regular ao vivo. Pelo meio entram em estúdio para gravar o álbum de estreia, «Burning Souls», que é lançado mundialmente no ano seguinte através da Hammerheart. Aproveitando o embalo, assinam as primeiras atuações fora do seu país ao lado de grupos como Vader, Behemoth, Dark Funeral, Dismember, e Destruction. É já com Danilo Valentini como segundo guitarrista que voltam a estúdio em 2005 para fazer a pré-produção do segundo disco, mas o súbito desaparecimento da editora holandesa precipita a saída de três elementos, pondo em stand by os seus planos. Voltam à carga uns longos cinco anos depois, com uma formação renovada e «When Reality Wakes Up», o muito bem recebido segundo longa-duração, que lhes permitiu elevarem ainda um pouco mais a fasquia e partilharem palcos com os Annihilator, Meshuggah e Sepultura. Apostados em afirmar-se como uma das mais valorosas propostas saídas do movimento de peso italiano, não mais voltaram a olhar para trás ou a fazer pausas, mantendo um regime regular de edições – «K2» e «Timelapse» foram lançados em 2011 e 2014, respetivamente – e de atuações ao vivo.

Contando já com mais de uma década de existência, os EQUALEFT juntaram-se em 2003 e, desde então, têm vindo paulatinamente a afirmar-se como um dos mais trabalhadores e astutos projetos nacionais criados no Séc. XXI. Optando por seguir um esquema de crescimento sustentado, este quinteto do Porto – formado por Miguel Inglês na voz, Miguel Seewald no baixo, Marcos Pereira na bateria e Nuno Cramês e Bernardo Malone nas guitarras – começou por gravar os singles «sober» e «(r)evolution», em 2006 e 2007, sucedidos rapidamente pela maqueta «as the irony preVails» e pelo EP «the truth Vnravels», já em 2010. Esses quatro lançamentos, recebidos de forma muito positiva pelo público e pela imprensa, mostraram uma banda apostada em fugir ao óbvio, à procura de uma linguagem própria enquanto iam, ao mesmo tempo, diluindo as suas referências num som forte e poderoso, em que o virtuosismo dos instrumentistas tem tanta preponderância como a energia e a entrega que caracterizam o vocalista do grupo. Talvez por isso, estabeleceram desde cedo reputação como banda para ver ao vivo, assinando concertos poderosos de norte a sul do país, que não só serviram para exorcizar a sua paixão pelo palco como para se transformarem numa máquina oleada e criarem fortes ligações com grupos do mesmo segmento, promovendo a união e a interajuda. Em 2014, pouco mais de dez anos após terem começado o seu percurso, lançaram finalmente o álbum de estreia – «adapt & survive», editado em parceria pela Raging Planet e pela Raising Legends, afirmou-se como um dos registos mais interessantes desse ano, verdadeira explosão de balanço grave, atitude e muito peso, apoiado em guitarras de oito cordas.

Com bandas como Amon Amarth, Ensiferum, Fleshgod Apocalypse e Septic Flesh entre as principais fontes de inspiração, não é difícil antever que os portugueses DARK OATH fazem música bem pesada, mas também épica, pautada por um sentimento vitorioso remanescente de outra época. De formação relativamente recente, o projeto deu os primeiros passos há seis anos quando, no Verão de 2009, os guitarristas José Bértolo e Joël Martins se juntaram pela primeira vez, dando início a uma colaboração artística que lhes permitiu começar por idealizar um conceito e, depois, dar início à sua afirmação como novo valor a ter em conta no panorama. Depois de um período inicial de composição que durou alguns meses, a dupla atira-se então à busca por outros músicos para completarem uma formação capaz de atuar ao vivo. É com Pedro Galvão sentado atrás do kit de bateria, Danilo Dias no baixo e, na voz, Carlos Pereira que se estreiam em palco em Fevereiro de 2010, numa altura em que ainda nem sequer tinham comemorado doze meses de existência. Pouco tempo depois Danilo abandona o coletivo, sendo substituído por Emerson Nunes ainda antes das gravações do EP de estreia «Under a Blackened Sky», que teve edição auto-financiada em Novembro do mesmo ano. Ainda a debaterem-se com mudanças, a banda troca de vocalista, recrutando Sara Leitão para as gravações do segundo EP, intitulado «Journey Back Home», que foi disponibilizado ao público em 2012. Já após a saída de Emerson e da entrada de Afonso Aguiar para a posição de baixista, o grupo consolida finalmente uma formação sólida, passando os próximos três anos a moldar a estreia no formato longa-duração. Agora, 2016 promete ser um ano de expansão para a banda de Coimbra, com a recente assinatura de um contrato com o selo italiano WormHoleDeath Records com vista à edição de «When Fire Engulfs The Earth», uma coleção de dez temas com raízes bem vincadas no death metal escandinavo, vertente melódica e épica.

Os SOLDIER são uma banda de thrash metal pouco ortodoxo proveniente das Astúrias, na vizinha Espanha. Criados em 2007, alcançaram recentemente notoriedade como um dos projetos mais refrescantes e trabalhadores de que há memória em muito tempo saídos da nova cena espanhola, partilhando palcos com nomes internacionais tão famosos como Overkill, Destruction e Sodom, tocando de norte a sul do seu país ao lado de conterrâneos tão influentes como Angelus Apatrida, Last Society e Lich King e arriscando as primeiras incursões pelo estrangeiro, com passagens por Portugal e França já no currículo. Seguindo as lições dos seus ídolos, os músicos provenientes de Oviedo passaram os primeiros anos da sua carreira a trabalhar arduamente na sala de ensaios, desenvolvendo uma personalidade e aperfeiçoando a técnica, tendo registado três maquetas, com os títulos «Killin D'emo», «Justice» e «Meet Your Society», no período compreendido entre 2007 e 2010. Sem estarem propriamente apostados em reinventar a roda, o som que praticam é reminiscente do thrash da velha escola norte-americana, com raízes óbvias na Bay Area de São Francisco, mas o coletivo formado pelo guitarrista/vocalista Phil González, pelo guitarrista Dani Pérez, pelo baixista Pei García e pelo baterista Lucas Díaz não se coíbe de injetar uma enorme variedade de influências mais recentes – com especial destaque para um balanço pesadão que não renega o seu quê de groove sulista – na música que faz, como espelhado nos dois álbuns, «Gas Powered Jesus» e «The Great Western Oligarchy», ambos autofinanciados, que editaram em 2012 e 2015, suscitando ótimos comentários dentro e fora do seu país.
BILHETES

Locais de Venda: Ticketline (1820 - http://www.ticketline.pt) e CTT. Em Espanha: Ticketmaster e Masqueticket.

Co-Produção: PEV Entertainment e Prime Artists.A organização do VOA 2016 tem o enorme prazer de anunciar que os britânicos PARADISE LOST vão ocupar o lugar deixado vago pelos Anthrax no cartaz do evento. Após o cancelamento recente, por questões logísticas imprevistas, da atuação dos thrashers norte-americanos, cabe aos autores de clássicos como «Gothic», «Shades Of God» e «Draconian Times» completarem o alinhamento de luxo que vai passar pelo palco da Quinta Da Marialva, em Corroios, nos dias 5 e 6 de Agosto. O quinteto junta-se assim aos OPETH, KREATOR, ANATHEMA, ABBATH, KATATONIA, MANTAR, SCHAMMASCH, ADIMIRON, EQUALEFT, DARK OATH e SOLDIER, sendo que vai aproveitar esta ocasião muito especial para estrear pela primeira vez em Portugal o material do seu mais recente álbum de estúdio, o muito aplaudido «The Plague Within». Editado a 29 de Maio de 2015, o 14º longa-duração do grupo encabeçado por Nick Holmes e Gregor Mackintosh, afirmou-se como uma declaração de intenções sem precedentes na sua já longa e influente jornada, recuperando de uma forma muitíssimo inteligente a atitude obscura e monolítica que os caracterizava nos inícios e que, com o passar das décadas, foi-se diluindo em doses massivas de experimentalismo. Hoje, ao olhar para trás, percebe-se que a opção de alargarem o seu raio de ação lhes permitiu crescerem e, numa altura em que já são vistos como veteranos do movimento underground, lidarem sem medos ou preconceitos com o seu passado brilhante.

Mikael Åkerfeldt e os seus OPETH passaram as últimas duas décadas e meia a labutar incessantemente – e a crescer, a vários níveis. Pelo caminho transformaram-se num dos nomes mais influentes da sua geração e acumularam um corpo de trabalho que revela, simultaneamente, uma devoção enorme pelo conceito de progressão estética e um fervoroso desejo de busca pela perfeição que, mais tarde ou mais cedo, culminará inevitavelmente na criação de um misticismo especial e na ocupação de um lugar de destaque semelhante ao que “deuses do metal” como os Black Sabbath, Led Zeppelin ou Iron Maiden ocupam hoje. Talvez a uma escala diferente, porque os tempos são obviamente outros, mas com a mesma criatividade e vitalidade. Prova disso é o facto de todos os anos tocarem para milhares de pessoas pelo mundo fora, sendo que atualmente são já um dos nomes mais consensuais no espectro da música pesada. As raízes no doom e no death metal sueco infundido de ocultismo e romantismo a pender para o obscuro são inegáveis e, ouvindo álbuns como «Orchid», «Morningrise» ou «My Arms, Your Hearse», essa abordagem nunca será razão para pedirem desculpa. Foi, no entanto, com a edição de «Still Life» e «Black Waterpark» que começaram a transformar-se no colosso que conhecemos hoje, com uma sequência irrepreensível de registos – «Deliverance», «Damnation», «Ghost Reveries», «Watershed», «Heritage» e «Pale Communion» – que os levou aos píncaros, provando que o inimitável Åkerfeldt, estratega, vocalista, guitarrista e compositor do grupo, sabe exatamente como remodelar o seu veículo artístico sem sacrificar o espírito criativo que o caracteriza desde a formação em 1990.

Por esta altura, Mille Petrozza e os seus KREATOR são muitíssimo bem conhecidos do público nacional, tendo construído uma relação sólida e bastante próxima dos portugueses desde que, nos idos de 1993, se estrearam por cá num marcante concerto no Armazém 22, em Lisboa. Quando chegou ao nosso país pela primeira vez, o quarteto – que fica hoje completo com Ventor na bateria, Christian Giesler no baixo e Sami Yli-Sirniö na segunda guitarra – já era uma figura de proa do speed/thrash germânico, parte de um triunvirato demolidor que incluía também Destruction e Sodom. Hoje são, indiscutivelmente, uma das bandas europeias mais influentes e bem-sucedidas de sempre no campeonato do peso, sendo que são também, de longe, uma das mais duradouras. A par dos conterrâneos anteriormente mencionados, os músicos oriundos de Essen pegaram no som inovador dos Metallica, juntaram-se umas pitadas do proto-black metal incendiário dos Venom, a atitude sem rodeios dos Motörhead e a perspetiva niilista que os Black Sabbath popularizaram e criaram uma descarga sem precedentes, que influenciou de forma mais que óbvia as gerações seguintes e deixou uma marca no movimento que dura até hoje. Da segunda parte dos anos 80 para a frente, Petrozza e companhia afirmaram-se como uma força a ter em conta no panorama metaleiro e, à custa de álbuns incontornáveis como «Endless Pain», «Pleasure To Kill», «Terrible Certainty», «Extreme Agression» e «Coma Of Souls», garantiram para sempre um lugar no panteão da tendência. Desde então têm vindo a solidificar de forma consistente a sua posição como um dos nomes seminais da música extrema e, apesar de uma fase mais inconstante durante a década de 90, conseguiram reinventar-se à luz do novo milénio. Agora já na sua terceira década de atividade, os KREATOR continuam a arrastar multidões sedentas de thrash por todo o mundo e a fazer digressões com mais frequência do que muitas bandas cujos elementos têm metade da sua idade... Não será fácil encontrar uma maior prova da resiliência que sempre os caracterizou.

Catorze álbuns e mais de vinte anos depois de terem mudado para sempre a cara do heavy metal, já não adianta sequer tentar traçar comparações. Os PARADISE LOST são caso raro, é certo, mas também não se tratam de uma banda qualquer. Porque não o são, não são como os outros – e têm um catálogo para prová-lo. Neste caso muito especial só se pode, e deve, compará-los com eles próprios. Senhores de uma personalidade muito própria e de uma capacidade aparentemente infindável de se recriarem, ao longo dos anos deram origem uma série de tendências – a fusão death/doom, o metal gótico e, por fim, o rock gótico pesadão com elementos eletrónicos e refrões a roçar a pop. Hoje, não há mesmo como negá-lo, são um nome incontornável dentro do estilo em que se movem e, também, um dos mais bem sucedidos a nível comercial – são já uns impressionantes dois milhões de discos vendidos a nível mundial. Sabe-se, no entanto, que uma banda só é tão boa quanto o seu último álbum e, até aí, os músicos britânicos sempre se destacaram da competição. «The Plague Within», editado há dois anos, é uma prova irrefutável de que continuam a fazer música tão vital e desafiadora como quando lançaram o disco de estreia, afirmando-se como o culminar de um processo de “redescoberta do passado” que começou há mais de uma década e que lhes permitiu fazerem, por fim, o álbum com que muitos fãs já andavam a sonhar desde meio da década de 90.

Ao lado dos Paradise Lost e My Dying Bride, os ANATHEMA completaram a tríade do doom britânico no início dos anos 90, ajudaram a estabelecer os parâmetros para a fusão death/doom e cimentaram-na, por direito próprio, como um subgénero da música extrema. Abraçando o imaginário gótico e cinzentão tipicamente britânico, entre lápides cobertas de musgo, os músicos de Liverpool assinaram, no espaço de quatro anos, algumas das pedras basilares do estilo. «Crestfallen», «Serenades», «Pentecost III» e «The Silent Enigma» estabeleceram a sonoridade, influenciaram toda uma geração e viram o nome da banda inscrito no panteão da música lenta e pesada. Desde «Eternity», em 1995, talvez inspirados pela imensidão de grupos que tentavam recriar o que tinham feito nos primeiros discos, optaram por uma abordagem mais melódica e atmosférica, que deu origem a outros tantos títulos um pouco diferentes mas igualmente incontornáveis e marcantes – «Alternative 4», «Judgement», «A Fine Day To Exit», «A Natural Disaster», «We're Here Because We're Here», «Weather Systems» e «Distant Satellites». Hoje, do doom inicial às paisagens encantadoras dos discos mais recentes, passando pela doce solidão que dominou grande parte dos álbuns que gravaram nos anos que rodearam a viragem de milénio, a banda britânica tem encarado sem qualquer receio ou pudor a missão a que se propôs desde muito cedo na sua carreira – transcender os limites da música como forma de arte.

Quando, corria o mês de Março de 2015, ABBATH anunciou que tinha deixado os Immortal, a sua banda de sempre, a notícia provocou ondas de choque que, para o melhor e para o pior, abanaram o cenário metal de uma forma inequívoca. Há muito que a inconfundível imagem do frontman da banda de Bergen se tinha tornado icónica, com o carismático músico a transformar-se numa das “caras” mais reconhecíveis do movimento black metal norueguês. No período compreendido entre 1991 e 2015, interrompido apenas por um pequeno interregno já na viragem do milénio, Olve Eikemo liderou uma das mais poderosas forças alguma vez saídas do controverso boom da cena underground escandinava dos anos 90 e que, apoiada numa sequência irrepreensível de álbuns que inclui clássicos como «Battles In The North», «At The Heart Of Winter» ou «Sons Of Northern Darkness», acabou por afirmar-se como uma das mais aplaudidas e melhor sucedidas bandas da sua geração. Não é por isso propriamente estranho que, face à abrupta separação dos seus ex-companheiros de grupo, o guitarrista/vocalista se tenha atirado quase imediatamente de cabeça a uma há muito adiada carreira a solo que, desde a edição da demolidora estreia homónima em Janeiro deste ano, muitos elogios lhe tem valido por parte da imprensa especializada e do público em geral. «Abbath» reúne todos os elementos que tornaram famosa esta figura grotesca, com a abertura a cargo do trio «To War!», «Winterbane» e «Ashes Of The Damned» a carregar com uma força avassaladora toda a fúria selvagem de uma tempestade de neve no Ártico. No entanto, ao quarto tema, Abbath Doom Occulta prova que esta sua nova aventura musical, onde repete a colaboração com King Ov Hell, que já o tinha apontado na estreia dos I, pretende ir muito além da repetição de fórmulas conhecidas. Alicerçado no mais que reconhecido talento para a composição do ex-baixista dos Gorgoroth, Sahg e Audrey Horne, um tema como «Ocean Of Wounds» prova que a banda está apta também a interpretar hinos a meio-tempo que, construídos a partir de riffs cortantes e de uma sonoridade bem pesada, dura e, ainda assim, cativante e melódica, revelam a exploração de uma vasta gama estilística, capaz de agradar a fanáticos dos Bathory, Motörhead ou até mesmo Kiss. Resultado, tanto em estúdio e como em palco, onde já provaram o seu valor com participações explosivas em vários festivais e na digressão norte-americana que estão atualmente a levar a cabo com os High On Fire, Skeletonwitch e Tribulation, ABBATH e companhia mostram-se prontos para conquistar o mundo.

Os KATATONIA cresceram muito desde que, pelas mãos de Jonas Renkse e Anders Nyström, mostraram o seu black/doom de contornos góticos ao mundo, transformando-se num dos nomes mais fascinantes e únicos surgidos do boom underground do início da década de 90. Evoluíram para tão longe das suas raízes e o que fazem é tão próprio que, atualmente, são já detentores de um estilo próprio, impossível de rotular de forma estanque. Fala-se neles e vêm logo à cabeça os leads melancólicos, carregados de camadas de delay, a parede de guitarras fortes, a secção rítmica muito sólida, o registo embargado de Renkse e os enormes refrões, revelando a sensibilidade melódica irresistível que premeia a sua música. Coisa cada vez mais rara no mundo da música pesada, o coletivo sueco tem também uma capacidade inata para escrever grandes canções. «Teargas», «Criminals», «Ghost Of The Sun», «I Am Nothing», «Deadhouse», «Evidence», «I Break», «For My Demons» – a lista de temas, daqueles que se colam ao córtex cerebral para nunca mais o voltarem a largar, emoções à flor da pele e melancolia latente em todo o seu esplendor, não é difícil de elaborar a partir de um fundo de catálogo sempre em crescendo. Quatro anos e profundas mudanças de formação após o soberbo «Dead End Kings», que mostrou os músicos de Estocolmo ainda mais entregues à melancolia urbana que tem dominado grande parte da sua já longa carreira, 2016 vai marcar por fim um muito aguardado regresso do quinteto aos discos de originais, aos palcos e a Portugal.

Desde a sua criação em 2013 e do lançamento de seu primeiro álbum em 2014, os MANTAR têm vindo a afirmar-se como uma das mais talentosas e esforçadas bandas da nova geração da música extrema. Não tocava junta há sequer um ano, mas a dupla formada por Hanno e Eric, uma metade alemã e a outra turca, achou que, no seguimento de um EP, seria uma boa ideia entrar em estúdio para registar o punhado de temas que tinha escrito entretanto. A 7 de Fevereiro de 2014, percebe-se por fim o que os movia. «Death By Burning», editado pela reputada Svart Records, revelou-se quase de imediato uma baforada de ar fétido numa latrina onde há muito o ar se tinha tornado irrespirável. Derretendo num enorme caldeirão os elementos mais impactantes e sinistros do black metal, do doom e do punk, os dois músicos assinaram um manifesto de fúria primitiva não filtrada – ou, se preferirem, em estado puro. Dois músicos que soam mais pesados e poderosos que a maioria dos quartetos e quintetos que possamos conhecer, mesmo sem terem baixista na formação. Apenas bateria, guitarra e voz, afinados para a destruição. Híbrido de metal, hardcore e rock'n'roll, capaz de apelar a fãs dos Motörhead, dos Melvins ou até dos Darkthrone. São uma banda num milhão; uma exceção à regra numa cena cada vez mais formatada; músicos que não têm receio de pisar os calos dos puristas e que revelam uma força sónica avassaladora, capaz de abanar as estruturas de um prédio de pequenas dimensões. Apoiada em atuações extremamente intensas, no vértice do espancamento old school e da modernidade que lhes corre no ADN, a dupla passou os dois últimos anos a suar as estopinhas pelo mundo fora, com digressões constantes deste e do outro lado do Atlântico, incluindo diversas passagens demolidoras por Portugal em espaços fechados. O upgrade ao palco do VOA é natural, mais um fruto do crescimento que vai dar novos frutos no mês de Abril, com a edição de «Ode To The Flame» através da gigantesca Nuclear Blast.

Provenientes de Basileia, na Suíça, os SCHAMMASCH foram buscar inspiração a Samas – o Deus do Sol na mitologia Acádia/Babilónica – para a sua designação e, pouco interessados em vergar-se a questões de género, optaram por focar-se desde os primeiros passos naquilo que consideram ser mais artisticamente significativo para criarem o seu corpo de trabalho. Daí que o que fazem possa ver observado como uma visão futurista e progressiva do black metal, com os músicos apostados em equilibrar-se no fio de uma navalha moldada a partir de atmosferas obscuras, doom letárgico e misticismo hermético. Depois de passar mais de um ano fechado na sala de ensaios a delinear o primeiro passo, o grupo hoje composto por Chris S.R. na guitarra e voz, Boris A.W. na bateria, M.A. na guitarra e A.T. no baixo editou o primeiro registo de longa-duração, «Sic Luceat Lux», em Outubro de 2010. Apesar da distribuição reduzida, a sua visão artística muito peculiar suscitou boas críticas por parte da imprensa – com a revista alemã Legacy a descrevê-los como “uma obra de arte no espectro da música extrema” – e permitiu-lhes receberem as primeiras ofertas para atuarem ao vivo. As reações não se fizeram esperar e, dois anos depois, tornam-se a primeira banda suíça a integrar o catálogo da influente Prosthetic. Em 2014 é editado «Contradiction», um ambicioso álbum-duplo concebido em parceria com V. Santura, reputado produtor e guitarrista dos Triptykon e Dark Fortress. A colaboração permitiu-lhes apresentarem um colosso negro ainda mais desafiante, composto por 85 minutos de música arrojada e com pouco de ortodoxo. O registo mais recente do quarteto de Basel chama-se «Triangle» e, como o título faz adivinhar, é um álbum-triplo, que amplifica todos os predicados vanguardistas espelhados nos dois discos anteriores, afirmando-os de vez como um dos mais dignos herdeiros da tradição progressiva que tornou famosa a música extrema suíça.

O death metal técnico e progressivo dos italianos ADIMIRON começou a tomar forma quando, em 1999, o guitarrista David Castelli e o baterista Alessandro Carotenuto encetaram uma parceria e compuseram os primeiros temas juntos, ainda sob a designação Angels Of Darkness. Durante os três anos seguintes estabeleceram a formação com a entrada do vocalista Leonardo Alegria e do baixista David Corliano, mudaram de nome e gravaram duas maquetas. Pouco tempo depois fazem a primeira digressão, atuando como “suporte” aos Belphegor e The Crown e, já em 2003, apesar da mudança dos músicos para Roma, mantêm uma atividade regular ao vivo. Pelo meio entram em estúdio para gravar o álbum de estreia, «Burning Souls», que é lançado mundialmente no ano seguinte através da Hammerheart. Aproveitando o embalo, assinam as primeiras atuações fora do seu país ao lado de grupos como Vader, Behemoth, Dark Funeral, Dismember, e Destruction. É já com Danilo Valentini como segundo guitarrista que voltam a estúdio em 2005 para fazer a pré-produção do segundo disco, mas o súbito desaparecimento da editora holandesa precipita a saída de três elementos, pondo em stand by os seus planos. Voltam à carga uns longos cinco anos depois, com uma formação renovada e «When Reality Wakes Up», o muito bem recebido segundo longa-duração, que lhes permitiu elevarem ainda um pouco mais a fasquia e partilharem palcos com os Annihilator, Meshuggah e Sepultura. Apostados em afirmar-se como uma das mais valorosas propostas saídas do movimento de peso italiano, não mais voltaram a olhar para trás ou a fazer pausas, mantendo um regime regular de edições – «K2» e «Timelapse» foram lançados em 2011 e 2014, respetivamente – e de atuações ao vivo.

Contando já com mais de uma década de existência, os EQUALEFT juntaram-se em 2003 e, desde então, têm vindo paulatinamente a afirmar-se como um dos mais trabalhadores e astutos projetos nacionais criados no Séc. XXI. Optando por seguir um esquema de crescimento sustentado, este quinteto do Porto – formado por Miguel Inglês na voz, Miguel Seewald no baixo, Marcos Pereira na bateria e Nuno Cramês e Bernardo Malone nas guitarras – começou por gravar os singles «sober» e «(r)evolution», em 2006 e 2007, sucedidos rapidamente pela maqueta «as the irony preVails» e pelo EP «the truth Vnravels», já em 2010. Esses quatro lançamentos, recebidos de forma muito positiva pelo público e pela imprensa, mostraram uma banda apostada em fugir ao óbvio, à procura de uma linguagem própria enquanto iam, ao mesmo tempo, diluindo as suas referências num som forte e poderoso, em que o virtuosismo dos instrumentistas tem tanta preponderância como a energia e a entrega que caracterizam o vocalista do grupo. Talvez por isso, estabeleceram desde cedo reputação como banda para ver ao vivo, assinando concertos poderosos de norte a sul do país, que não só serviram para exorcizar a sua paixão pelo palco como para se transformarem numa máquina oleada e criarem fortes ligações com grupos do mesmo segmento, promovendo a união e a interajuda. Em 2014, pouco mais de dez anos após terem começado o seu percurso, lançaram finalmente o álbum de estreia – «adapt & survive», editado em parceria pela Raging Planet e pela Raising Legends, afirmou-se como um dos registos mais interessantes desse ano, verdadeira explosão de balanço grave, atitude e muito peso, apoiado em guitarras de oito cordas.

Com bandas como Amon Amarth, Ensiferum, Fleshgod Apocalypse e Septic Flesh entre as principais fontes de inspiração, não é difícil antever que os portugueses DARK OATH fazem música bem pesada, mas também épica, pautada por um sentimento vitorioso remanescente de outra época. De formação relativamente recente, o projeto deu os primeiros passos há seis anos quando, no Verão de 2009, os guitarristas José Bértolo e Joël Martins se juntaram pela primeira vez, dando início a uma colaboração artística que lhes permitiu começar por idealizar um conceito e, depois, dar início à sua afirmação como novo valor a ter em conta no panorama. Depois de um período inicial de composição que durou alguns meses, a dupla atira-se então à busca por outros músicos para completarem uma formação capaz de atuar ao vivo. É com Pedro Galvão sentado atrás do kit de bateria, Danilo Dias no baixo e, na voz, Carlos Pereira que se estreiam em palco em Fevereiro de 2010, numa altura em que ainda nem sequer tinham comemorado doze meses de existência. Pouco tempo depois Danilo abandona o coletivo, sendo substituído por Emerson Nunes ainda antes das gravações do EP de estreia «Under a Blackened Sky», que teve edição auto-financiada em Novembro do mesmo ano. Ainda a debaterem-se com mudanças, a banda troca de vocalista, recrutando Sara Leitão para as gravações do segundo EP, intitulado «Journey Back Home», que foi disponibilizado ao público em 2012. Já após a saída de Emerson e da entrada de Afonso Aguiar para a posição de baixista, o grupo consolida finalmente uma formação sólida, passando os próximos três anos a moldar a estreia no formato longa-duração. Agora, 2016 promete ser um ano de expansão para a banda de Coimbra, com a recente assinatura de um contrato com o selo italiano WormHoleDeath Records com vista à edição de «When Fire Engulfs The Earth», uma coleção de dez temas com raízes bem vincadas no death metal escandinavo, vertente melódica e épica.

Os SOLDIER são uma banda de thrash metal pouco ortodoxo proveniente das Astúrias, na vizinha Espanha. Criados em 2007, alcançaram recentemente notoriedade como um dos projetos mais refrescantes e trabalhadores de que há memória em muito tempo saídos da nova cena espanhola, partilhando palcos com nomes internacionais tão famosos como Overkill, Destruction e Sodom, tocando de norte a sul do seu país ao lado de conterrâneos tão influentes como Angelus Apatrida, Last Society e Lich King e arriscando as primeiras incursões pelo estrangeiro, com passagens por Portugal e França já no currículo. Seguindo as lições dos seus ídolos, os músicos provenientes de Oviedo passaram os primeiros anos da sua carreira a trabalhar arduamente na sala de ensaios, desenvolvendo uma personalidade e aperfeiçoando a técnica, tendo registado três maquetas, com os títulos «Killin D'emo», «Justice» e «Meet Your Society», no período compreendido entre 2007 e 2010. Sem estarem propriamente apostados em reinventar a roda, o som que praticam é reminiscente do thrash da velha escola norte-americana, com raízes óbvias na Bay Area de São Francisco, mas o coletivo formado pelo guitarrista/vocalista Phil González, pelo guitarrista Dani Pérez, pelo baixista Pei García e pelo baterista Lucas Díaz não se coíbe de injetar uma enorme variedade de influências mais recentes – com especial destaque para um balanço pesadão que não renega o seu quê de groove sulista – na música que faz, como espelhado nos dois álbuns, «Gas Powered Jesus» e «The Great Western Oligarchy», ambos autofinanciados, que editaram em 2012 e 2015, suscitando ótimos comentários dentro e fora do seu país.

Os bilhetes custam 50 euros (passe dois dias) e 35 euros (bilhete diário), à venda nos locais habituais. Fã Pack passe + t-shirt oficial do festival já à venda. 

Pontos de venda de Bilhetes 
Portugal: Ticketline (1820 - www.ticketline.sapo.pt), CTT (www.ctt.pt). 
Espanha: Ticketmaster (www.ticketmaster.es), Masqueticket (www.masqueticket.com). 

Contactos: 
Informações: info@voa.rocks 
Imprensa: maria.valente@peventertainment.pt
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