22:30 até às 23:45
Folie à Deux / Dueto de Música Antiga - Festival Percursos da Música

Folie à Deux / Dueto de Música Antiga - Festival Percursos da Música

7 de Julho, quinta-feira – Largo de S. João – 22h30 – Entradas gratuitas

Dueto de Música Antiga – Estefânia Surreira (canto e percussão) e Cristina Costa (viola de gamba e percussão)

Programa do Concerto

Ai flores de verde pinho – texto D. Dinis, arr. Miguel Carneiro
Jeune fillette – Jehan Chardavoine 
Pase el agua – Anónimo; Cancioneiro do Palácio 
Romerico – Juan del Encina; Cancioneiro do Palácio 
Si dolce e il tormento – Claudio Monteverdi 
Allegro das 27 peças para Viola da Gamba solo – Karl Friedrich Abel 
La Nuit , da ópera Hippolyte et Aricie – J. P. Rameau
Ay mi Dios – Pedro de Cristo 
La mia Turca – Claudio Monteverdi 
Prelúdio em Mi menor para Viola da Gamba solo – Christophoro Simpson 
Music for a While – H. Purcell 
Eveille-toi Renaud – Canção tradicional das Ardenas, Arr. Étienne Daniel
Lamento de Dido, da ópera Dido e Eneias – H. Purcell 
Tourdion – Anónimo, arr. Pierre Attaignant 

"No projeto Folie à Deux, reduzimos peças corais e peças para voz e baixo cifrado ao seu conteúdo essencial, isto é, à junção das suas vozes extremas: baixo e soprano. 
O nome que escolhemos para o projeto é normalmente usado para catalogar uma doença do foro psiquiátrico onde duas ou mais pessoas partilham falsas crenças ou alucinações. Falsa ou não, a crença que pretendemos partilhar é a de que o sublime existe por vezes na simplicidade, e que a intensidade da expressão musical nem sempre requer a potência de grandes formações, podendo também encontrar-se no sentido oposto: numa amplitude sonora tão reduzida que raia o inaudível. 
Como exemplo máximo desta crença estética, apresentamos a famosa ária da morte de Dido, da ópera Dido e Eneias de Henry Purcell, onde a simplicidade musical se revela a melhor servidora da grandiosidade de sentimentos contida nas palavras. 
Eneias conduz os sobreviventes da Guerra de Troia através do Mediterrâneo para a fundação de uma nova cidade. No caminho, desembarca na ilha de Creta, onde tem um caso amoroso com a sua rainha. O amor de ambos é tão forte que Eneias chega a esquecer a sua missão, pretendendo ficar para sempre com Dido. No entanto, os deuses lembram-lhe que tem de continuar a viagem e o dever fala mais alto do que o amor. Com o coração despedaçado pela partida do amante, Dido está prestes a morrer de tristeza e despede-se do mundo, dirigindo-se a um Eneias já ausente:
“When I am Laid in earth, may my wrongs create no sorrow in thy breast . Remember me but forget my fate” (Quando estiver debaixo de terra, possam os meus males não provocar tristeza no teu peito. Lembra-te de mim mas esquece a minha sorte.)
Esta inesquecível ária, que comove as pedras da calçada, combina a música e a palavra num entrelaçado irredutível."

Cristina Costa
Cristina Costa nasceu em Braga e cresceu em Lisboa onde entrou para o Conservatório Nacional em 1983. Em 1991 fez aí o exame do 8º grau de contrabaixo como aluna externa. Depois de uma estadia de seis meses em Kromieriz (na então Checoslováquia), estabeleceu-se em Braga onde reside desde 1992. Desde 1993 leciona a disciplina de contrabaixo no Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga e em 2000 concluiu a licenciatura desse instrumento na ESMAE. A viola da Gamba surgiu na sua vida como um hobby fascinante a partir da frequência dos Cursos de Música Antiga da Casa de Mateus desde 1998. Para além da música, interessa-se também pelo uso da palavra, sobretudo na Literatura e na Filosofia. 

Estefânia Surreira
Estuda Canto Lírico desde 1997 e participa com regularidade em recitais de canto. Tem dedicado grande parte do seu tempo ao estudo de textos e sonoridades do repertório antigo, pelo qual nutre especial afeição. É vocalista dos NyX, banda de fusão entre a música eletrónica, o piano digital e o canto lírico. Fez formação em Técnicas de Introdução ao Teatro, tendo sido convidada, nos últimos anos, a participar em projetos teatrais e em diversos recitais encenados do Sindicato de Poesia de Braga. Apaixonada por literatura e ilustração para a infância, iniciou o seu percurso de Contadora e “Cantadora” de Estórias, criando o projeto “As tartarugas também voam”, pondo o álbum ilustrado, o canto e a narração oral no centro do seu trabalho.
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