Kieran Hebdan não anda nisto há pouco tempo. Não, ele não surgiu como mais um dos que se encaixaram no que se tornou comum chamar pós-dubstep, nem ficou órfão de batidas inglesas sem muito sítio definido para serem encaixadas pelos críticos. Pelo contrário, Kieran – Four Tet – foi inspiração onde muitos desses foram sorver alento para o caminho a percorrer. Em 1999 lançou na Output o seu primeiro álbum, “Dialogue”, onde a técnica rudimentar com o computador como chefe da coisa dá origem a um corta-e-cola muito próprio e meritório. O aproveitamento e manipulação de sons alheios e próprios aproximam a electrónica e os instrumentos tradicionais, com o gira discos a ser um instrumento tão válido como a tabla ou a cítara, e o nome Four Tet passa a ser sinónimo do futuro da música electrónica. Até que, com o passar dos tempos, tudo isto é transposto para a vivência da pista de dança. Em 2010, decide simplificar a sua complicada vida de álbuns – entrevistas – tournées e virar-se para os clubes – “o clube é o meu mundo agora”, diz. Começa a lançar singles para uma pequena-grande legião de fãs, concentra-se em honrar as aptidões como DJ (e que DJ se tornou!), colabora com um rol de nomes como Jamie XX, Roots Manuva, Burial ou Thom Yorke (sim, dos Radiohead). Prova-se enquanto DJ em residências ao lado de Timo Maas ou James Holden. De repente, Kieran Hebdan não mais era o menino bonito das batidas calmas a que a imprensa chamou “folktronica”, mas sim um génio criativo que também nos aponta ao nervo da dança e junta aos sons urbanos mais quebrado o House e o Techno, com uma aura mística que o torna verdadeiramente único. Um regresso aguardado. Um regresso essencial. - Inês Duarte Kieran Hebdan hasn’t been doing this for a short time. No, he’s not one of those who were left after what some called post-dubstep, orphans of a place to be pigeonholed in by the press. On the contrary, Kieran – Four Tet – was the inspiration for many of those to keep on strong on their paths. Em 1999 he released, on Output, his first record – “Dialogue” -, where the rudimentary technology of the time, with the computer as the centre of operations, gave nonetheless way to a unique cut-and-paste technique, blending in sounds and joining together electronic sounds and real intruments, with the turntable being as valid as a sound source as a tabla or a sitar. Four Tet then becomes synonymous with the future of electronic music. With the passage of time, all of this starts to turn into something more dancefloor oriente. In 2010, he decides to simplify his complicated life of album release schedules, interviews and tours and turn purely to the clubs – “the club is my world now”, he declares. He starts releasing singles to a dedicated fan base, starts honing his skills as a DJ (and what a DJ!) and collaborates with people such as Jamie XX, Roots Manuva, Burial or Radiohead’s Thom Yorke. Proving himself behind the decks in residencies alongside Timo Maas or James Holden, suddenly Kieran Hebdan isn’t the poster boy for the chilled out beats the press called “folktronica”, but a creative genius ready to makes us get up and dance, joining the urban broken beats to House and Techno and a mystic and ethereal aura that makes him truly unique. An awaited return. An essential return!
