Isto não é o que parece. O Pimba não fica em paz. Pelo contrário, é um concerto em que algumas das canções mais populares e acarinhadas vão ser reinventadas por alguns dos músicos mais conceituados do jazz e da música clássica. Com arranjos de Mário Laginha, Filipe Melo e Nuno Rafael e o acompanhamento da Orquestra Metropolitana de Lisboa, Bruno Nogueira e Manuela Azevedo mostram-nos o pimba como nunca foi visto antes, com a cumplicidade de alguns dos grandes nomes da música portuguesa: Jorge Palma, Marante e Sara Tavares. Do Teatro São Luiz para o Terreiro do Paço, prepare-se para um concerto único. “No dia 10 de Junho o “Deixem o Pimba em Paz” estará com a Orquestra Metropolitana de Lisboa no Terreiro do Paço, incluído na programação das Festas de Lisboa, depois de um simpático, mas pouco ponderado, convite da EGEAC. Será no dia de Portugal, o que já é dizer muito sobre o estado do país. Terá vários convidados, o que já é dizer muito sobre o estado de desespero dos mesmos. E terá, como sempre, a Manuela Azevedo ao meu lado. O que já é dizer muito sobre o estado da música em geral. Desde 2013 que andamos a percorrer o país com este espetáculo, mas nunca antes tivemos um enquadramento tão bonito para o fazer. Será também no dia do jogo de abertura do Euro 2016. O jogo será projetado antes do nosso espetáculo, pelo que também é possível que levemos com uma caneca na cara e o concerto dure dois minutos. Mas se isso não acontecer, vai ser um belo serão. E será também no ano em que a ponte 25 de Abril faz 50 anos. Mas sobre isso não tenho nada de relevante para dizer. A não ser que me faz impressão ir na faixa da esquerda porque faz aquela trepidação que me dá comichão nos ouvidos. Enfim, é muita coisa a acontecer num só dia. E nem estou a incluir aqui o momento em que um contrabaixista vai falecer em palco depois de ser atropelado por um chaimite. Posso garantir muito poucas coisas, mas uma delas é que nos vai saber bem cada minuto que estivermos em palco com a Orquestra Metropolitana de Lisboa. Se isso vos acontecer também, temos tudo o que precisamos para uma noite feliz. O resto será história, ou mais que isso.” Bruno Nogueira