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PREGOS

PREGOS

Um prego é um objecto duro, com duas extremidades, uma achatada, outra pontiaguda.
Um prego serve para segurar/fixar/unir duas superfícies diferentes, normalmente duas tábuas de madeira; embora havendo pregos de vários tipos, como pregos com cabeça e sem cabeça, prego anelado e prego quadrado, e até pregos de cabeça dupla as superfícies unidas ou fixas possam ser mais que duas tábuas de madeira, podem ser telhas, podem ser folhas de zinco, podem ser tacos e tudo o que mais alguém possa imaginar pregado.
Costas direitas,
Barriga para dentro,
Queixo para fora,
Cotovelos junto ao corpo,
Boca fechada,
Braços ao longo do corpo,
Mãos quietas,
Pés para a frente,
Calcanhar ponta do pé.
Não se faz isto, não se faz aquilo, faz-se desta maneira, faz-se como se vê…
Há coisas que não se vêm há coisas que se sabem porque nos disseram que era assim.
Martelaram-nos a cabeça até que esta coubesse no quadrado onde a nossa forma estava designada a caber.
Ajudar, deixar passar, agradecer, pedir por favor.
Regras que nos fazem ser.
E para ser devemos cumprir.
Regras que agarram os dois lados e os juntam. Que mantêm.
Um prego agarra duas matérias. Estas matérias podem ser as mesmas ou não. O prego deve ser das invenções mais cruciais da história da humanidade. 
Os nossos dogmas mantêm-nos?!?
Outro dia no café alguém dizia: os italianos são como nós…ah pois…também têm pelo na venta…
Nós portugueses? Pelo na venta? 
Que são estas ideias que temos de nós? Como indivíduos e membros da sociedade?
Não querendo pôr em causa nenhum dos preconceitos ou orgulhos de que somos detentores, esta peça aborda algumas destas ideias que temos. Cénicas ou não, como bailarinos ou como cidadãos.
Conceitos muito presentes em todos nós, o orgulho e o preconceito, duas extremidades que se tocam em conotações positivas e negativas.
Quantas vezes nos é prejudicial sermos demasiado orgulhosos? E/ou preconceituosos? E os outros? Quantas vezes beneficiamos com os nossos pregos?
No movimento as nossas opções são claras e livres de preconceitos e orgulhos?
Há quem diga que não tem preconceito. Há quem não tenha uma pinga de orgulho.
Há quem nade como um prego. E há quem pregue aos peixinhos.
Há quem defenda que um prego bem pregado é o mesmo que ter uma pedra no sapato.
O convite é feito a qualquer dogma a qualquer corrente ou contra corrente. Aqui como é óbvio estaremos sempre condicionados aos pregos que conseguimos pregar ou despregar e o público é convidado a ajudar a perceber quais são os pregos que valem a pena comer e quais aqueles que efetivamente poderíamos todos pôr na reciclagem e talvez até fazer uma escultura em ferro, como um marco de uma época em que decidimos mudar. Sem xis quis ou pis.
Direcção Artística/coreografia: Mariana Amorim
Interpretação: Cláudia Eiras, Gisela Pinto e Camila Neves
Desenho de Luz: Ricardo Alves.
Música/sonoplastia: Domingos Alves.
Figurinos: Salvador Moura
Duração: 50 min.
m/16 anos
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