Produtor. DJ. Artista visual. Label manager. Raver. Para Barnt, de nome próprio Daniel Ansorge, é esta última actividade que mais informa a maneira como encara a música que partilha enquanto criador e curador: abstracta, diferente, crua até - mas sempre com a experiência do clubber como centro da compulsão. "O bombo e +- 120 batidas por minuto são o coração da minha mensagem. Todas as minhas faixas têm que ser tocáveis num clube.", discorria o artista alemão numa entrevista recente. Faz sentido que assim seja, não estivéssemos perante alguém que é capaz de fazer maratonas de 30 horas como clubber na scene de Berlim. Regressemos à década que corre: em 2010, já com 20 anos de experiência como DJ, lança o seu EP de estreia na sua etiqueta Magazine, que é tocado por nada menos que Caribou no seu Resident Advisor mix. Dois anos depois, sai a sua faixa Geffen na enorme Cómeme de Matias Aguayo. O disco, minimalista mas cheio de ideias novas, é elogiado por meio mundo - incluindo Daniel Avery, Dixon e os lendários Optimo. Desde então, tem cruzado o planeta a agraciar as pistas de dança mais exigentes com os seus sets. Alavancando a sua reputação de imprevisibilidade, Barnt entrega uma viagem desapressada e 100% empática com o seu público, guiando-nos de acumulações de tensão a momentos perfeitamente oníricos. Depois dá a volta e segue para pesos-pesados quase arquetipais, provando-nos que o melhor êxtase é aquele ao qual chegamos devagar. - Inês Coutinho \\ english version // Producer. DJ. Visual artist. Label manager. Raver. To Barnt, real name Daniel Ansirge, it's the latter activity that informs his music the best, both as a creator and as a curator. That music is abstract, different, raw even - but keeping the clubbers' experience at the center of the compulsion. "For me the bass drum and +-120 bpm are the core of my message. All my tracks must be playable in the club", he shared in a recent interview. That makes sense, weren't he the type of person who can endure 30-hour marathons as a clubber in Berlin's scene. But it all started in Cologne, the city where he grew up and that he stills call home. As a teenager, he went to a local band's concert. By the end, he got a tape off the merch stall, added some scratch over it, and gave it back to the band: "your music sounds better now". Granted, he was recruited to join the formation. Throughout the years, his creative output took different shapes: film, photography, piano and even hip hop DJing. Fast-forward to the present decade: in 2010, with 20 years of DJ experience under his belt, he releases his debut EP on his own label Magazine, and it's played by none less than Caribou in his Resident Advisor mix. Two years later, his track Geffen comes out on the great, Matias Aguayo-founded Cómeme. The record, minimalistic but full of new ideas, is praised by everyone from Daniel Avery to Dixon and the legendary Optimo. Since then, he's been cruising the planet, gracing the most discerning dancefloors with his sets. Leveraging his oddball reputation, Barnt delivers a slow-burning journey that is 100% empathic with his crowd, guiding us from tension build-ups to perfectly oniric moments, twisting and turning to quasi-archetypal heavy hitters, proving us that the best ecstasy is the one we reach slowly. - Inês Coutinho
