Josephine Foster - Música, vocalista e escritora de canções norte-americana excecional e de percurso igualmente invulgar e independente, atualmente sediada na nossa vizinha Andaluzia. Cantora lírica de formação, dá por si a iniciar o seu percurso público autoral em Chicago vinda do estado do Colorado, a tocar uma canção que vinha tanto do amor pelo repertório da música clássica europeia, dos maravilhosos exemplos dos músicos dos espectáculos de variedades norte-americanos da viragem para o séc. XX, de Karen Dalton, Shirley Collins e de alguns das mais doces pérolas da cultura psicadélica, entre milhentas outras singulares referências. Não soava, nem soa hoje (cada vez menos, aliás) a nenhuma referência exata. Depois de um par de discos de tiragem altamente caseira, lança o glorioso álbum homónimo do duo Born Heller, com o hoje reputado baixista Jason Ajemian. Nesse documento, víamos já as características que ainda hoje a distinguem – as suas noções de espaço, respiração, dinâmica, métrica e desenho melódico completamente aparte e de equilíbrio harmónico desarmante. Após estreia a solo em maior escala, com ‘Hazel Eyes, I Will Lead You’ (Locust, 2005) passa por um disco em trio de acid rock discordante; um álbum de lieder de Schubert, Schumann e Brahms, escolhidas a dedo; o regresso à base com ‘This Coming Gladness’; em ‘Graphic As a Star’ pega nos colossais poemas de Emily Dickinson, musicando-os; em 2010 fez um álbum com o seu companheiro Victor Herrero e a sua banda, inteiramente dedicado ao cancioneiro de Lorca, banido em Espanha em 1931. E por aí fora. Um percurso tão idiossincrático, todo ele improvavelmente acessível (tendo em conta o currículo), generoso e reluzente. Nesta ocasião apresentar-se-á acompanhada por Victor Herrero, em guitarra portuguesa e Gyða Valtýsdóttir no violoncelo. Reservas: no Museu Municipal de Ourém, de terça a domingo das 09.00H às 13.00H e das 14.00H às 18.00H | T. 249 540 900 (ext. 6831) | M. 919 585 003 | museu@ mail.cm-ourem.pt