FALTA

25 a 28 de Abril | 5ª a Dom. | Teatro Taborda | 21h30

a contínua escuridão torna-se claridade
Al Berto


Havia textos de Al Berto e a ideia da solidão. Talvez a solidão fosse algo óbvio na poesia de Al Berto, pois a noite escura do poeta facilmente remeteria para um outro escuro – o que resultaria em escuro sobre escuro. Mas será possível partir de uma penumbra para um outro lado? A solidão como claridade – o outro lado da solidão. Através dos textos de Al Berto, onde pode parecer não haver luz, por que não procurá-la? Se nos toca a imagem da solidão de um quarto vazio seremos também capazes de reconhecer a sensação do calor que a companhia de alguém nos traz. A solidão não é apenas o sentirmo-nos sós, isolados do mundo e dos outros. Há uma solidão de não estarmos sós, isto é, de sentirmos a falta do outro. Sente-se a falta porque esse outro existe em nós, mesmo que possa não estar fisicamente perto. Há uma solidão irremediável em qualquer um de nós, pois de nós nunca saímos, mas procuramos os outros e através deles vamos reescrevendo-nos – somos capazes de ter pessoas em nós. A ausência é uma presença e a saudade pode ser uma companhia. A saudade não é um sinónimo de estar sozinho e no entanto é uma forma de solidão pela falta que alguém nos faz. Nesse sentimento comum e ao mesmo tempo tão singular onde nos acostumamos a ver apenas o escuro, poderemos então encontrar uma claridade? Há que procurar esse lugar.



Ficha Artística e Técnica

Texto | A partir do universo de Al Berto
Dramaturgia | Henrique Jesus e Mariana Reis
Encenação | Nuno Nolasco
Interpretação | Mariana Reis, Paula Moreira, Teresa Machado, Vera Barreto
Apoio Técnico | Catarina Mendes
Produção | Mariana Reis e Teatro da Garagem

Reservas e informações | 21 885 41 90, 96 801 52 51, geral@teatrodagaragem.com