9 de março tem lugar a sessão "Lugares e Sons", que inclui quatro filmes portugueses. O primeiro, "A Grade", realizado por Hellington Vieira, tem a duração de sete minutos e constitui-se como um olhar íntimo sobre um grupo de mulheres unidas por uma grade e por um amor incondicional pelo mesmo ídolo. Vieira licenciou-se em Comunicação Social em 2001, na Universidade Federal do Paraná (Brasil), dedicando-se depois à publicidade, com passagem por um mestrado de Antropologia – Culturas Visuais, na FCSH, da Universidade Nova de Lisboa. É, desde 2015, o diretor criativo da Fox International Channels Portugal. O segundo filme, "A Floresta do Ginjal" (14 min), de Catarina Simões, retrata os encontros de viúvos desirmanados, casais reformados, gente à procura de uma alegria e de uma companhia em matinés dançantes, num antigo restaurante na Margem Sul, que dá nome ao documentário e que se configura como um lugar onde o olhar se torna sensível ao deambular dos passos num fim de tarde. Na curta-metragem seguinte, "Sobre a calçada, a praia" (11 min), de Catarina Leal, Catarina Simões e Mariana Alves, recria-se, de algum modo, uma das mais célebres palavras de ordem que emergiram no Maio de 1968 foi "sob a calçada, a praia" (sous les pavés, la plage). Então, era a praia que se descobria sob o empedrado das ruas de Paris. Agora, é o Jardim do Torel que se transforma num outro lugar, fazendo aparecer, no meio da cidade de Lisboa, a praia sobre a calçada. Finalmente, o quarto filme, “Cidade Guiada"(39 min), de Catarina Leal, leva-nos por uma cidade portuguesa que, tal como as congéneres europeias, também parece adotar estratégias que visam desenvolver o potencial económico do seu centro histórico. Assim, no coração de Lisboa prolifera uma indústria turística cada vez mais especializada, que se vai apropriando do espaço urbano, contribuindo para a transformação da paisagem social e humana da cidade. Nos bairros da Graça, Alfama e Mouraria o turismo representa um dos principais recursos adotados para dinamizar a economia.
