- Disco - Batucadeiras "Sem Conversa" | ao vivo Maio Coope djumbai djazz | concerto - Bar - Celeste/Mariposa | dj set Djumbai Djazz O Psicadelismo vem de África. Pelo menos três séculos antes da sua re-interpretação ocidental por artistas fantásticos como Jimi Hendrix ou os Jefferson Airplane, já a Kora (instrumento da África ocidental entre a arpa e a guitarra) fazia alucinar os povos da Guiné-Bissau. Os Djumbai Djazz são o avant-garde dançante do psicadelismo tradicional-urbano da África ocidental. Cresceram a ouvir o génio dos Cobiana Djazz e mais recentemente os Super Mama Djombo, e são os únicos que não tiveram medo de tentar construir sobre a obra deixada por eles, ao invés de se deixarem intimidar pelos avanços meteóricos que estas bandas tiveram a audácia de levar a cabo na música guineense e mundial. No entanto, o impressionante é que a missão impossivel dos Djumbai Djazz está a ser tremendamente bem sucedida: Maio Coopé descobriu, afinal, um caminho para o futuro da música guineense, que parte das origens mas tem a capacidade de trazer um estilo próprio que se prepara para ocupar o seu território duradouro. É isso que faz de Maio Coopé um herói: o sucesso estrondoso vindo do risco total. Batucadeiras "Sem Conversa" Ao fim do dia na Damaia, como em Cabo Verde, junta-se um grupo de mulheres tocando instrumentos de percussão que, enfeitiçadas pelo ritmo hipnótico, cantam letras que falam dos problemas de hoje, das preocupações, das alegrias, das angústias, do amor. O ritmo toma conta do corpo e acelera, obrigando a tristeza a ir embora à força. Há gritos altos, relatos de episódios recentes, ritmo, suor, aceleração, mais ritmo, e como resultado: hipnotismo. Tudo junto mas de forma arrumada. O batuco é a tradição em estado bruto, sem introdução nem desculpas. Vem de uma ilha que "não tem petróleo, mas tem tradição". Assistir a uma sessão de Batuque é uma experiência bruta mas tremendamente libertadora. Está tudo à frente dos olhos, sem filtro, sem maquilhagem, sem tempo para lamentações nem melancolia, porque a vida não deixa. As letras são todas de Codé, a líder que através das suas letras, no transporta para o seu quotidiano. É impossível cavar mais fundo nas profundezas do ritmo e da magia. Está tudo aqui.
