23:45 até às 06:00
JAMES RUSKIN • LEWIS FAUTZI • GUSTA-VO

JAMES RUSKIN • LEWIS FAUTZI • GUSTA-VO

JAMES RUSKIN

Diz-se dele que é o homem que nunca sorri. Mas a eloquência de James Ruskin está toda guardada para a música que faz e os discos que toca. E aí, não tenhamos dúvidas, ele já nos contou tanta coisa, e tem tanto mais para nos dizer. E o que a sua música nos diz é que Ruskin é, a par de Luke Slater, Regis e Surgeon, um dos narradores fundamentais da história do UK techno dos últimos anos 20 anos. Seja for feitio ou por vontade própria, mantém uma presença mais discreta, aos olhos do público, que os outros 3 nomes referidos, mas dificilmente se encontrará algum aficionado do techno que não conte na sua colecção com pelo menos um disco de James Ruskin. E esse mesmo aficionado vos dirá que sem esse disco, a sua colecção seria bem mais pobre. Os seus lançamentos, principalmente na primordial Tresor e na sua própria Blueprint, são autênticos statements do pináculo da arte de fazer techno. Geralmente minimalistas, hipnóticas, impiedosamente groovy e subtilmente arrasadoras, criaram uma “marca de água” religiosamente adorada por nomes clássicos e modernos como Marcel Dettmann, Lucy, DJ Pierre, Robert Hood e até Boys Noize. Faz dupla com Regis no projecto O/V/R ou com Mark Broom nos The Fear Ratio e cria sets febris e alucinantes como aquele com que terraplanou o festival Neo-Pop no Verão passado. Após estes 20 anos chega por fim ao Lux como o “outsider” que sempre esteve na vanguarda de um estilo do qual já é parte da mitologia. James Ruskin é o techno como modo de vida.

LEWIS FAUTZI

Por vezes, o facto de um artista português atingir reconhecimento fora de portas, não é sinónimo de igual projecção a nível interno. Não tem sido esse, justificadamente, o caso de Lewis Fautzi. Actua tão frequentemente entre nós como no estrangeiro, reflexo de uma agenda alucinante de actuações que, desde a sua última presença no Lux, o levou já, por exemplo, à estreia no venerável Berghain, ou a actuar em 3 cidades diferentes só na noite de passagem de ano. Este regresso a Santa Apolónia é então não só justificado, como muito desejado. Luís Gonçalves justifica o seu crescente sucesso com trabalho. A sua fama de workaholic já o precede, e é inspiradora para todos nós, ainda mais tendo noção que para quem vem de um meio pequeno, o trabalho tem de ser ainda mais aturado. Trabalho, aliado à crença no techno como uma forma de arte, mais do que só um estilo musical, colocam agora no Lewis Fautzi no ponto mais alto da sua carreira, mas deixam a certeza que mais e melhor ainda estão para vir. Entre produçoes a meias com Par Grindvik, remixes para Oscar Mulero e mais edições em labels como Soma, Figure e Pole Group (e não esqueçamos a sua Faut Section), seremos esta noite testemunhas de um instantâneo da contínua epopeia de Lewis Fautzi pelo firmamento techno mundial.

GUSTA-VO

Há quem diga que nos últimos anos, se tem assistindo na actividade do DJing, a um fenómeno de especialização de muitos DJs, em especial entre os que o são há menos tempo, numa só linha estética. Simplificando, diz-se que há uma tendência para surgirem DJs que tocam o mesmo set, independentemente do contexto em que actuam, seja de hora ou local. Mencionamos isto ao falar de Gusta-vo, pois trata-se de um exemplo do oposto. de um DJ com versatilidade, conhecimento e aptidão para impressionar quem o escuta, pela coerência e qualidade do que apresenta, adaptadas à ocasião em que o faz. Tal só pode espantar os menos conhecedores do seu percurso. A bagagem de Gusta-vo é vasta e baseia-se nos 12 anos de carreira que já leva enquanto metade da dupla Freshkitos, e tem sido ampliada com uma presença que quase se diria hiperactiva no panorama electrónico nacional, enquanto promotor, manager, director artístico e divulgador. Gustavo Pereira tem unido persistência e dedicação como programador do Indústria no Porto, mentor, junto com o seu parceiro Philly, do Gare Porto, manager de alguns dos mais valorosos nomes emergentes da cena electrónica portuguesa e mais recentemente, um dos “cérebros” do festival Neo-Pop, evento de cada vez maior preponderância até a nível internacional. É por isso notório que Gusta-vo representa um caso raro de feliz união de conhecimento e paixão pela música. As suas progressivamente mais frequentes actuações a solo, têm-no demonstrado enfaticamente. Gusta-vo é um farol da música de dança nacional, que nos vai levar a bom Porto nesta noite.

Textos: Nuno Mendonça

\\ english version //

JAMES RUSKIN

It is said of him that he is the man who never smiles. But James Ruskin´s eloquence is all kept for the music he makes and the records he plays. And when it comes to that, have no doubt, he has already told us so much, and there´s so much more to be spoken. And what his music tells us is that Ruskin is, along with Luke Slater, Regis e Surgeon, one of UK techno´s history fundamental narrators, for the last 20 years. Whether by design or desire, he keeps a more low-key presence than the other 3 names mentioned, at the eyes of the audience, but you´ll be hard pressed to find a true techno afficionado whose collection doesn´t contain at least one James Ruskin. And that afficionado will tell you that without that record, his collection would be much poorer. His releases, mainly on the primordial Tresor label and his own Blueprint, are pure statements of the pinnacle of the art of creating techno. Usually minimalistic, hypnotic, remorselessly groovy and subtly devastating, they have created a “watermark” devotedly adored by classic and modern names, like Marcel Dettmann, Lucy, DJ Pierre, Robert Hood and even Boys Noize. He has duos with Regis as O/V/R or Mark Broom as The Fear Ratio e creates feverish and mind-wreching sets like the one with which he levelled the Neo-Pop festival last summer. After 20 years he finally comes to Lus as the “outsider” who´s always been at the vanguard of a style of which he´s part of the mythology. James Ruskin is techno as a way of life.

LEWIS FAUTZI

Sometimes, just because a portuguese artist achieves recognition outside of his country, doesn´t mean he gets the same projection indoor. That hasn´t been the case with Lewis Fautzi, justifiably. He performs as much amongst us as he does in foreign lands, reflecting a frantic performance schedule which, since his last presence at Lux, has seen him make his debut at the venerable Berghain, for example, or play in 3 different cities on New Year´s Eve.  His return to Santa Apolónia is, as such, deserved and quite awaited. Luís Gonçalves explains his increasing success with work. His fame as a workaholic precedes him and is an inspiration to us all, and even more when you realize that when you come from a small scene, that work must be even harder. Work, coupled with a belief in techno as an art form, much more than just a genre, have placed Lewis Fautzi at an high point of his career, but assures us that more and better is yet to come. Amongst productions with Par Grindvik, remixes for Oscar Mulero and further releases on labels like Soma, Figure and Pole Group (and don´t forget his own Faut Section), we will witness a new snapshot of Lewis Fautzi´s continued odyssey through the world´s techno firmament.

GUSTA-VO

Some say that over the last few years, we´ve seen a phenomenon in the DJing activity, whereby many DJs have become too specialized in just one aesthetic. To simplify, it is said that there´s a tendency for up and coming DJs to play the same set, independent of their context, the time or place when and where it happens. We mention this when talking about Gusta-vo, since he´s an example of the opposite, a DJ with the versatility, knowledge and ability to impress anyone who listens to him, through the coherence and quality on display, tailor-made to the occasion in which he does it. That will only be a surprise to those unaware of his journey so far. Gusta-vo´s baggage is vast and based upon a 12 year career already under his belt as half of the Freshkitos duo, and it´s been expanded by an almost hyperactive role in the national electronic music scene, as a promoter, manager, artistic director and music evangelist. Gustavo Pereira marries persistence and dedication, as programmer at Industria Porto, mentor (along with his partner in Freshkitos, Philly) at Gare Porto club, manager for some of the most vital up-and-comers in the national scene and, more recently, as one of the brains at the Neo-Pop Festival, an event with increasing status internationally. It is then very clear that Gusta-vo represents a happy merging of knowledge and passion for the music. His increasingly frequent solo appearances have emphatically proven as much. Gusta-vo is a beacon of dance music in Portugal, who will guide us all to safe “port”, tonight. 

Words: Nuno Mendonça
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android