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Mostra : Portugal - Irão: 500 anos | 19 nov. '15 - 9 jan. '16 | BNP

Mostra : Portugal - Irão: 500 anos | 19 nov. '15 - 9 jan. '16 | BNP

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Cumpre-se em 2015 meio milénio sobre a segunda tomada de Ormuz – «joia do anel do mundo» – por Afonso de Albuquerque. Chegados ao Golfo Pérsico como conquistadores e mercadores, no quadro de um império em expansão, os portugueses assenhorearam-se de uma das mais importantes zonas do comércio oriental, entrando em contacto direto com a Pérsia, com a qual foram obrigados ao estabelecimento e aprofundamento de uma aliança diplomática e militar ditada pelo realismo geopolítico. Tendo por inimigo comum o ascendente Império Otomano – persas xiitas e turcos sunitas disputavam o domínio sobre o sul do Cáucaso, o curso do Tigre e do Eufrates, bem como a península arábica e os seus lugares santos – a coroa portuguesa e a dinastia safávida mantiveram intensa troca de embaixadas e missões diplomáticas.

Destas enviaturas – Rui Gomes, em 1510; enviado do xá Ismail I a Goa, em 1513; Miguel Ferreira a Tabriz, em 1513; Fernão Gomes de Lemos à corte persa, em 1515; Baltazar Pessoa, em 1523; religiosos agostinhos António de Gouveia, Jerónimo da Cruz e Cristóvão do Espírito Santo, em 1602; Luís Pereira de Lacerda, em 1604, e D. García de Silva y Figueroa, em 1614 – resultaram relações de assinalável amplitude em áreas como o tráfico comercial, a arte da edificação militar, a construção naval, a assistência militar recíproca na luta contra o Turco, bem como trocas artísticas de objetos de luxo e a permissão de estabelecimento de Embaixador persa, séc. XVIII. A Pérsia dos safávidas manteve intensa a prática diplomática de enviar e receber embaixadas. Na imagem: Mehmet Riza Beg, embaixador do xá Soltan Hosein (1668–1726), recebido na corte francesa em 1715 (Teodoro Viero – Raccolta di 120 stampe, che rappresentano, figure, ed abiti di varie nazioni, secondo gli originali, e le descrizioni dei piú celebri recenti viaggiatori […]. Venetiis: apud Theodorum Viero, 1783-1791, BNP E.A. 50 A.)religiosos portugueses em território persa, para aí desenvolverem atividade missionária entre os mandeus (cristãos de São João), os cristãos de rito caldaico, os arménios e os georgianos. O conhecimento da Pérsia e dos seus limites, então raro património de informação sobre uma politeia muçulmana, terá sido um dos maiores contributos de Portugal para o conhecimento pelo Ocidente da diversidade étnica, linguística e religiosa daquela região do globo.

Nas naus e taforeias que demandavam o Golfo Pérsico, cavalos, sedas, tapetes, pérolas do Bahrein, drogas medicinais e drogas aromáticas faziam a riqueza da alfândega de Ormuz. Na afirmação desse poder comercial, foi erigida uma impressionante rede de sistemas defensivos – fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Ormuz, obra de vulto de Inofre de Carvalho, mas também Keshm, Larak, Bahrain, Soar, Mascate, Quelba, Mada, Doba, Libédia e Corfação – cujos vestígios importa preservar como memória da primeira globalização. As relações luso-persas não terminaram em 1622, por ocasião da queda de Ormuz. Portugal manteve-se na península da Arábia ou continuou a demandar o Golfo Pérsico. Com o restabelecimento de boas relações na década de 1630, a feitoria de Bandar-e Kong prosperou e foi um importante centro de comércio até ao início do seculo XVIII.

Fortaleza de Ormuz (Gaspar Correia – Lendas da Índia. Lisboa: Typ. da Academia Real das Sciências 1859-1866, BNP VAR. 2326).No século XIX, com a lenta adesão da Pérsia à comunidade internacional, os dois Estados voltaram a abrir canais de relacionamento permanente. A assinatura de tratados, o estabelecimento de agentes diplomáticos e a intensificação dos contactos económicos e culturais – jamais interrompidos, tanto antes como após a implantação da República Islâmica do Irão – demonstram a normalidade de relações paritárias e o mútuo respeito entre o Ocidente e o mundo iraniano.
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