23:45 até às 06:00
S T A R D U S T B A L L S ❚ ZENKER BROTHERS • PATRICE SCOTT • DEXTER

S T A R D U S T B A L L S ❚ ZENKER BROTHERS • PATRICE SCOTT • DEXTER

Para a última S T A R D U S T B A L L S do ano, o Dexter convidou os Zenker Brothers e o Patrice Scott.

PATRICE SCOTT

Ao que soam o cintilar de uma estrela, a explosão de uma supernova ou a cauda de um cometa? Ao contrário do que muitos filmes nos tentam fazer crer, no espaço o som não se propaga, pelo que a resposta é, ao silêncio. No entanto, Patrice Scott parece dedicar boa parte da sua música a tentar trazer os sons imaginários do espaço, para o house e techno.

É conhecida a tendência de muitos artistas de Detroit para criarem imaginários alternativos para a sua música: o espaço no caso de Jeff Mills, os oceanos no caso dos Drexciya. Para escaparem à realidade desoladora da cidade em decadência onde cresciam, os seus filhos buscavam refúgio para além de onde a vista alcançava. Há 30 anos que Patrice Scott cria o seu mundo de exploração interior e descoberta exterior pincelado de uma curiosa nostalgia de um futuro por viver em galáxias onde o Homem nunca chegará. Meditativa, cinemática e profunda, mas de pujança ritmíca assinalável, a música de Scott, quase toda ela auto-editada no seu selo Sistrum, é imensamente respeitada por gente como Levon Vincent, Fred P ou Efdemin, e isso também ajuda a perceber quais as suas coordenadas sonoras.

Esta é a estreia por cá de uma das entidades mais únicas e individuais do actual techno e deep house made in Detroit. Um homem em iguais partes fascinado pelo piscar de uma estrela ou o pulsar de um coração. Este é Patrice Scott, criador de rituais cósmicos.

ZENKER BROTHERS 

Uma das labels que tem ajudado a redefinir o techno em 2015, é sem dúvida a Ilian Tape dos manos Zenker. E por redefinir, entenda-se trazer cor, personalidade e imprevisibilidade a um género que, apesar da sua pujança actual, não se pode dar ao luxo de não prestar atenção a quem traga todas estas características em quantidades massivas como estes dois irmão de Munich.

O techno de Dario e Marco é caleidoscópico, não se esconde de ser emotivo e é muitas vezes trippy e inventivo, sem nunca sacrificar nenhum do poder primordial que associamos ao género. Partilha com outros nomes da Ilian Tape (Stenny e Andrea, por exemplo) a variedade nos ritmos, frequentemente quebrados, com clara inspiração (aliás, assumida) no techno e bass music britânicos, vestígios de melodias clássicas à Warp nos anos 90 e ecos de sons abertamente rave. Ouvido num sistema de som potente, produz efeitos simultaneamente eufóricos e imersivos, como se palpita pelo nome do seu álbum de estreia na Ilian Tape, precisamente chamado “Immersion”. Com linhas similares se cosem os trabalhos lançados a solo em labels como 50 Weapons ou a Marcel Dettmann Records (Marcel é talvez o fã nº 1 dos Zenker), sendo Dario (o mais velho) mais expansivo, e Marco mais introspectivo.

Um esboço do que esperar nesta Stardust Balls já foi desenhado por Dario há uns meses quando actuou no piso do bar, integrado na Green Ray curada por Dettmann. O glorioso nascer do Sol que entrava pelas janelas sobre o rio, foi por ele recebido ao som de um misto de graciosidade e poder com que poucas vezes nos deparamos. Desta vez, teremos o quadro completo, nascido da paleta de cores vibrantes que só os Zenker Brothers sabem combinar.

Textos Nuno Mendonça

\\

PATRICE SCOTT

What do a scintillating star, an exploding supernova or the tail of a comet sound like? Unlike what most movies want us to believe, sound doesn´t exist in void of space, so the answer is, like silence. However, Patrice Scott has dedicated a good share of his music to bringing the imaginary sounds of the void of space, onto house and techno.

It´s well documented how a lot of Detroit artists created alternative realities to contextualize their music: Jeff Mills with space, Drexciya with the oceans, for example. Maybe as a way of escaping the desolate reality of the decaying city in which they were growing up, many of Detroit´s sons sought solace beyond what their eyes could reach. For 30 years now Patrice Scott has built his world of inner exploration and outer discovery, fueled by a peculiar nostalgia for a future not yet lived on galaxies Man has not yet reached. Deep, meditative and cinematic, but with a considerable rhythmic punch, Scott´s music, almost all of it self-released on his own Sistrum seal, has the immense respect of people like Levon Vincent, Fred P or Efdemin, which should also tell you something about is sonic coordinates.

It is then time for the debut amongst us, of one of the most unique and individual entities in today´s Detroit techno and deep house panorama. A man equally fascinated by the twinkling of a star and the pulse of the human soul. This is Patrice Scott, creator of cosmic rituals.

ZENKER BROTHERS

The Zenker Brothers´ Ilian Tape label is undoubtedly one of the names which is helping redefine techno in 2015. And by the redefining, read bringing color, personality and unpredictability to a genre that despite it´s current power, can´t afford to not pay attention to someone who brings to the table these characteristics in as massive quantities as these two brothers from Munich.

Dario and Marco´s techno is kaleidoscopic, doesn´t not shy away from emotion, very inventive and often trippy, without ever sacrificing any of the primeval potency we associate with the genre. It shares with other names in the Ilian Tape stable (Stenny or Andrea, for example) the rhythmic diversity, often broken beats clearly influenced by classic UK techno and bass music, traces of 90s Warp-style melodies and echoes of unashamedly rave-y sounds. Heard on a suitable soundsystem, it´s euphoric yet immersive music, as you could probably guess from the name of their debut solo album on Ilian Tape, precisely called “Immersion”. Similar lines are threaded by their individual releases on labels like Modeselektor´s 50 Weapons or Marcel Dettmann´s MDR (Marcel might just be their nr. 1 fan), with Dario (the oldest of the now) as the more outgoing brother and Marco as the more introspective.

A sketch of what we can expect was already drawn by Dario a few months ago when he played at the bar dancefloor here, as part of the Dettmann-curated Green Ray. As a glorious sunrise came through the windows over the river, he welcomed it with a mix of grace and power we don´t often witness. This time we´ll get the complete painting, born out of the palette of vibrant color only the Zenker Brothers can come up with.

Words Nuno Mendonça
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android