23:45 até às 06:00
VATICAN SHADOW | live

VATICAN SHADOW | live

O americano Dominick Fernow e o seu projecto Vatican Shadow são mencionados frequentemente em debates recentes entres artistas e críticos, sobre se o techno actual é um género demasiado masculinizado, escuro e agressivo. Se olharmos de uma forma literal para os títulos dos seus trabalhos, que parecem retirados de um rodapé da CNN, e somando-os à percepção que muitos têm da postura de Dominick em palco, às vezes considerada intimidante, a polémica percebe-se em parte, mas é superficial e injusta.

Importa relembrar, por exemplo, que alguns dos mais fundamentais pioneiros do techno, como os Underground Resistance de Mike Banks, Jeff Mills e Robert Hood, empregavam uma linguagem altamente bélica e confrontacional no seu trabalho, como forma de passar a sua mensagem. E é isso também que o projecto Vatican Shadow procura, acordar as massas narcotizadas pelos media, usando os nomes das suas faixas e a sua apresentação ao vivo como veículos de transmissão de ideias. Uma das ideias defendidas por Dominick é, aliás, a de que é função da Arte levantar questões, sem necesariamente dar respostas. E em tempos em que tanta música nada tem para dizer, esta intenção é necessária e vital.

Mas outra ideia que Dominick defende é que a nossa sociedade leva tudo demasiado à letra. Que a música precisa de personagens. Que se alguém fala de violência, não é obrigatoriamente violento. E quem viu actuações como as que já fez no Lux ou no Festival Forte, subindo para cima da bancada onde tem o equipamento, levantando garrafas de cerveja enquanto se entrega a um furioso headbanging ao som do poderoso techno industrial, abstracto e expansivo que produz, percebeu que Vatican Shadow é uma figura que existe para nos informar tanto como para nos entreter, para nos abrir os olhos enquanto nos agita o corpo. Afinal de contas, a catarse pode ser divertida.
- Nuno Mendonça

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American Dominick Fernow´s Vatican Shadow project has been frequently mentioned in recent debates amongst artists and critics, about whether current techno is too “masculine”, dark and agressive. If we take literally aspects like the titles of his works, often seemingly cut out of CNN news tickers, and put them together with the perception some have of Dominick´s stage presence as intimidating , the questioning is partly understandable, but it is, in fact, shallow and unfair.

It´s important to be reminded, for example, that some of techno´s pioneers, like the Underground Resistance of the Mike Banks, Jeff Mills and Robert Hood era, often used beligerant and confrontational language in their work, as means of transmitting a message. And that´s also what the Vatican Shadow project strives for, to awake the masses put to sleep and numbed by the media, using the titles of the tracks and his live presentations as vehicles for delivering ideas. One of those ideas is, actually, that it is part of Art´s function to raise questions without providing answers. And in times where so much music seems to have nothing to say, this intention is necessary and vital.

Another idea Dominick defends, however, is that our society takes things too literally. That music needs characters. That someone who speaks about violence is not necessarily violent. And anyone who´s seen performances like those he put on at Lux or Festival Forte, climbing on top of the equipment table, raising beer bottles and and abandoning himself to furious headbanging to the sound of the powerful, widescreen, indusrial techno he makes, understood that Vatican Shadow is a creation that seeks to inform but also entertain, to make us open our eyes as he shakes and rattles our bodies. As it turns out, catharsis can be really fun.
- Nuno Mendonça
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