21:00 até às 16:00
Hamlet, de William Shakespeare

Hamlet, de William Shakespeare


Hamlet, de William Shakespeare.
Tradução: Sophia de Mello Breyner Andresen.
Co-Produção: Teatro da Cornucópia e Companhia de Teatro de Almada.

Usamos a tradução de Sophia. Raras vezes um texto de teatro em tradução terá como este, e como matéria de trabalho para os actores, os valores estilísticos que nos habituámos a só reconhecer na poesia. A escolha do Guilherme Gomes para o papel de Hamlet permitiu o que quase nunca se faz, um Hamlet jovem, imaturo. O Tempo, é tema omnipresente na peça (e a Morte, sim, que é o mesmo), mas será sobretudo a Consciência, o Conhecimento da Vida (da sua efemeridade, grande tema do Barroco) que conduz toda a peça. E a relação do pensamento (das palavras) com a acção. O que faz a tragédia aqui é o acompanhamento pelo espectador, de monólogo em monólogo, do trajecto mental de um indivíduo que não consegue ser adulto, enfrentar o mundo, agir, porque a geração que o pôs no mundo o prendeu a valores que ele não consegue reconhecer como armas que lhe sejam úteis, um jovem maldito pela identidade e pelos valores que herdou: ser príncipe. Ser superior. Um outro Hamlet, dois séculos depois, teve a mesma condenação, talvez mais grave ainda, não ser ninguém: o Woyzeck de Büchner. A Arte vai dando conta, ou antecedendo, vai pensando a evolução do Mundo. E na nossa leitura do Hamlet antigo foi-nos inevitável reconhecer também quanto do impasse contemporâneo não será maldição de um Fantasma. O Hamlet, mesmo que quase não tenha intriga, é a descrição dum pensamento em evolução ou formação, é um debate moral. Onde, aliás, o príncipe, falando de si para si ou do palco para fora do palco, é um inocente. Os outros são os que logo cedo se dedicam a castrar qualquer sentido de responsabilidade, qualquer descoberta do mundo. Com este trabalho a peça passou a ser nas nossas conversas, nos ensaios, uma peça moderna.
Luis Miguel Cintra (n. 1949) nasceu em Madrid. Estreou-se como actor e encenador no Grupo de Teatro da Faculdade de Letras, no qual dirigiu Anfitrião, de António José da Silva. Fundou o Teatro da Cornucópia em 1973, com Jorge Silva Melo, companhia na qual já encenou e interpretou mais de 120 espectáculos. Foi homenageado no 31.º Festival de Almada, em 2014.
Intérpretes: Alberto Quaresma, Bernardo Souto, Dinis Gomes, Duarte Guimarães, Guilherme Gomes, Isac Graça, João Reixa, José Manuel Mendes, Luís Lima Barreto, Luís Madureira, Luis Miguel Cintra, Marques D’Arede, Nídia Roque, Rita Cabaço, Sílvio Vieira, Teresa Gafeira, Tiago Matias. Assist. de encenação: Rodrigo Francisco, Sofia Marques. Cenografia e figurinos: Cristina Reis. Voz e elocução: Luís Madureira. Luz: Cristina Reis, Guilherme Frazão, Luis Miguel Cintra, Rui Seabra.
23 de Outubro a 15 de Novembro, 2015 Quarta e Quinta às 20h00. Sexta e Sábado às 21h00. Domingo às 16h00. Sala Principal | M/12 Bilheteira online: http://goo.gl/RsauXJ
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