17:00 até às 20:00
Exposição 'Sentido Obrigatório' de Carlos No

Exposição "Sentido Obrigatório" de Carlos No

A Galeria SETE inaugura no próximo dia 30 de Outubro, a exposição “Sentido Obrigatório”, de Carlos No. Aqui se verá como o artista é atento ao seu tempo e concebe novos objectos que servem para ampliar e completar a percepção de cada um de nós sobre o mundo onde se insere.

Carlos No transporta para o campo artístico/poético aquilo que não parece ter solução no campo social. Repare-se como as obras apresentadas, produzidas desde 2009, estão aguçadas na sua actualidade, essencialmente porque o tema que iluminam é um problema que não tem tido solução na vida real, um caminhar de “sentido obrigatório” para o abismo.

Já em 28 Junho de 2011, o sociólogo e professor Boaventura de Sousa Santos, escreveu “ O Domador de Escalas”, um texto a propósito da obra de Carlos No, onde se podem ler os trechos que se seguem e que permanecem bem sugestivos de como a poética do artista continua a ser um acto de resistência, a encontrar-se com a preocupação do mundo em que coloca os seus objectos/esculturas. Assim:

“ Em Carlos No, a unicidade da escala é um artifício que simultaneamente reforça e oculta o poder de quem define a escala. 
(….) É urgente denunciar esse poder. Mas como, se os nossos olhos foram cientificamente treinados para não o ver? (…)
A arte de Carlos No liberta a diversidade das escalas e cultiva-a para mostrar que as relações de poder desfiguram tanto os oprimidos como os opressores. 
A minúscula humanidade dos oprimidos e excluídos confronta-se com monstruosos objectos de repressão e de regulação. No mundo contemporâneo, grande parte da humanidade vive na condição de sub-humanidade. Não desiste de lutar e por isso todas as figuras de Carlos No caminham, caminham incessantemente. Mas esbarram sempre (…) nas engrenagens abstractas da burocracia e da tecnologia do poder. (…)

Em Carlos No a Europa é um centro inóspito, hostil, agressivo, excludente e, sobretudo, cínico. Exclui com gestos de inclusão; nega direitos em nome do direito; defende a democracia por métodos anti-democráticos; cria regras universais para retirar delas benefícios exclusivos; (...) Tudo com respeito pelos “direitos humanos universais”, já que estes são um “património incontornável da identidade europeia”. Tudo feito anonimamente para que o poder possa estar em toda a parte sem estar em parte nenhuma. 

A Europa de Carlos No (…) é uma Europa metafórica que está em todo o mundo onde a desigualdade, a injustiça social e a opressão se disfarçam de igualdade, liberdade e fraternidade..."
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