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Os Capitães da Areia

Os Capitães da Areia

+ Teatro Diogo Bernardes + Música

Bilhetes à venda no Teatro Diogo Bernardes - 2,00€.

Maiores de 6 anos.

Os bilhetes encontram-se à venda no Teatro Diogo Bernardes e todas as informações podem ser obtidas pelo telefone 258 900 414 ou pelo email teatrodb@cm-pontedelima.pt.

“A Viagem dos Capitães da Areia a bordo do Apolo 70”

Num passeio a pé pela Avenida da República, Os Capitães da Areia vão à livraria do Centro Comercial Apolo 70, no Campo Pequeno, em Lisboa. Sem querer, desencadeiam um mecanismo que transforma o Centro Comercial numa estupenda Espaço-Nave, partindo para uma odisseia intergaláctica cheia de peripécias delirantes e encontros cósmicos com artistas como a Mel do Monte, José Cid, Capitão Fausto, a actriz Joana Barrios, o Artista Anteriormente Conhecido como Tiago Guillul, Samuel Úria, Rui Pregal da Cunha, Toy, Tiago Bettencourt, Bruno Aleixo (o cão da zona Centro), o visualista Tiago Pereira, Adufeiras de Monsanto, Ana Pires, Adélia Garcia, Moças Nagragadas, a família Urbano Jorge, Lena d’Água, Miguel Ângelo e Manuel Fúria.

“Portugal devia saber que Toy, Bruno Aleixo, Lena d’Água e Samuel Úria estão juntos numa ópera espacial… e que a ópera espacial em questão é o novo disco dos Capitães da Areia.
Recebi-o esta semana num insuspeito envelope. Apaixono-me à primeira vista pela capa – uma espécie de Sgt. Peppers dos Beatles, mas menos povoado, cruzado com Era Uma Vez o Espaço ou Ulisses XXXI. E começo a reconhecer caras familiares: “Espera aí… Aquele é o José Cid, nu em em pose disco de ouro! E aqueles são o Tiago Cavaco e o Samuel Úria! E o Toy? E o Bruno Aleixo?” – estou fã e ainda nem retirei o celofane. Mais fã fico quando os meus olhos se concentram no título: “A VIAGEM DOS CAPITÃES DA AREIA A BORDO DO APOLO 70″.
O Apolo 70 é um dos meus poisos de infância. O shopping da moda no tempo em que ainda não havia a moda dos shoppings, um lugar sofisticado de moda, cultura, óptimos brinquedos e abelhas maias daquelas em que se mete uma moeda para andar. Imaginar aquele buraco de classe dos anos 70 e 80 a sair disparado pelo espaço é um conceito, à partida, vencedor.
Na contracapa, um rol interminável de faixas – 31 – e a certeza de que a jovem banda, assim como quem não quer a coisa, decidiu atirar-se de cabeça a uma das operações mais ambiciosas da cultura popular nacional recente: os Capitães da Areia, dirigidos por Manuel Fúria, criaram o seu próprio Hitchhiker’s Guide To The Galaxy nacional, um musical retrofuturista que parece existir na fina linha que separa os New Order do lendário especial televisivo da RTP ABBAcadabra (famoso por, entre outras coisas surpreendentes, juntar figuras tão díspares como Lenita Gentil e António Manuel Ribeiro dos UHF – que fazia o papel de príncipe, em collants).
Assim como quem não quer a coisa, Os Capitães da Areia fizeram um dos discos mais ambiciosos, épicos e desconcertantes da temporada. Como todas as coisas mais ambiciosas, épicas e desconcertantes tem as suas imperfeições – neste caso, as performances dos Capitães enquanto actores, nos sketches que ligam as canções; mas se isto é o Interstellar deles, ninguém está à espera que eles sejam nenhuns Matthews McConnaugheys. O que eles aqui fizeram, entre sábios conselhos de um Obi-Wan Kenobi José Cid (“Se tiverem de morrer, morram”) e sábias análises de Bruno Aleixo sobre a qualidade dos ovos servidos num bitoque, é uma ópera pop com um pé nos anos 80 e outro nos dias de hoje, contendo canções coloridas imaginativas e momentos tão gloriosamente divertidos que dei por mim a sorrir sozinho, enquanto explorava esta aventura – o encontro de Rui Pregal da Cunha e Toy, na mesma canção (O Duelo dos Reis), é das coisas mais incatalogáveis – no bom sentido – com que me cruzei nos últimos tempos (os improvisos do vozeirão de Toy, no final do tema, por entre a electrónica dos Capitães, redefinem a palavra “épico”).
Em suma, Os Capitães da Areia tiveram a coragem de tornar possível um disco impossível. Não os conheço pessoalmente, mas consigo sentir o seu entusiasmo ao conseguir juntar as peças de um puzzle provavelmente melhor do que eles teriam sonhado: conseguir reunir numa mesma aventura musical e com uma assombrosa coerência os Capitão Fausto, Toy, Tiago Cavaco, Samuel Úria, Miguel Ângelo, Rui Pregal da Cunha, Tiago Pereira, as Adufeiras de Monsanto, Joana Barrios, Lena D’Água, Tiago Bettencourt, Bruno Aleixo, etc etc, não é para quaisquer uns. Não é para quaisquer uns IMAGINAREM, quanto mais conseguirem FAZER. Eles imaginaram e fizeram, o que é muito bom. Ainda melhor é perceber que o resultado final é das coisas mais loucas e imaginativas que se encaixaram num disco.”

Nuno Markl em A Cave do Markl
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