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PASSAGEM#2 - Vera Mantero

PASSAGEM#2 - Vera Mantero

Apresentação de dois solos de Vera Mantero

'uma misteriosa Coisa, disse o e.e. cummings' (1996) 
'O que podemos dizer do Pierre' (2011)

"O que podemos dizer do Pierre" 

Em 2006 e no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Dança apresentei no Porto, no Balleteatro, uma pequena improvisação ao som da voz de Gilles Deleuze dando uma aula sobre Espinoza e o seu conceito dos três tipos de conhecimento possíveis ao ser humano (o discurso em causa centra-se no 1º tipo de conhecimento, e mais básico, aquele em que quase todos se movimentam...). Manipulei as temporalidades do discurso de Deleuze, mas apenas minimamente, porque este já possui temporalidades muito particulares. E baseei o meu movimento na insistência e no grounding, um corpo quepressiona e empurra espaços e vai todo em direcção ao chão. Esta proposta apresenta-se na linha de vários outros trabalhos que tenho feito, em queproponho multiplicidades que põem em interacção filosofia e intuição, verbal e não-verbal, racional e irracional. O Festival Escena Contemporânea viu no Youtube o precário vídeo que lá se encontra com um excerto dessa experiência, interessou-se e propôs-me que desenvolvesse e apresentasse este trabalho.


'uma misteriosa Coisa, disse o e.e. cummings' 

Pensava a regressada Josephine por volta de meados de Agosto de 1995: "Depois de ouvir um discurso na rádio do presidente português Mário Soares (não me lembro se no 25 de Abril ou se no 10 de Junho), em que ele falava do mundo neste momento com qualquer coisa que se deve poder chamar alguma elevação de espírito (que é uma coisa que infelizmente surpreende imenso por estes dias num político, e que se ouve com imenso agrado), associei esse discurso ao Glenn Gould e às suas Variações Goldberg (as da maturidade), ao Kazuo Ohno, e a uma expressão que me surgiu na cabeça, "grandeza de alma". O meu grande desejo de uma vitória do espírito, acho que é o que esta associação revela. É uma coisa que eu gostava de encontrar ou de criar, um amplo território em que a riqueza de espírito reinasse. (Será educação massiva a resposta?). Este espírito de que falo não tem vontade nenhuma de anular o corpo, nem vergonha nenhuma do seu desejo e do seu sexo, o que este espírito de que falo tem vontade de anular é a boçalidade, a assustadora burrice, a profunda ignorância, a pobreza de horizontes, o materialismo, etc., etc. (infelizmente a lista tem ar de ser longa...). Seria uma nova dicotomia, não a estafada "corpo-espírito" (e vazia de sentido, francamente!), mas a infelizmente actual “burrice-espírito” (ou talvez “boçalidade-espírito”). Ou todas as possíveis variantes (era bom decidir-me por uma...)".
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