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BATIDA | 9 OUT | GNRation

BATIDA | 9 OUT | GNRation

Um dos mais importantes artistas portugueses da atualidade passa pelo GNRation a 9 de Outubro. 

Pedro Coquenão é como o Homem Aranha e entende que grande poder implica grande responsabilidade. O poder que Pedro convoca com Batida é o que lhe é oferecido sempre que conquista espaço num palco – e têm sido muitos e muito internacionais e cada vez maiores. A responsabilidade é a que decorre do facto de se recusar a olhar para o lado quando na Angola que o inspira e lhe serve de berço acontecem injustificadas detenções de ativistas que apenas pretendem sonhar com um futuro melhor para o seu país. Batida tem um poder enorme, mas tem igualmente consciência plena da sua responsabilidade. A arte é, afinal de contas, um motor para mudar o mundo.
E Pedro leva muita arte para o palco: leva música, claro, que bebe do passado, mas que impacta o presente e ousa o futuro – há ali semba e kuduro, afrobeat e cultura bass global, dub e hip hop e tanto mais, passado pelo filtro de quem está sempre a olhar para a frente sem nunca esquecer o que veio de trás; há dança, não acessória, não decorativa, mas dança como arte, com dimensão dramática, dança que conta; há cinema e documentário, válidos olhares de um passado que constituem memória para a construção do presente; há grafismo da era internet que fez de todos nós criadores e que em Batida é sempre uma forma de comentário democrático: é possível transformar a memória, parecem dizer.
E depois há a arte do discurso, que Pedro Coquenão domina como poucos… Nenhuma palavra que lhe sai da boca é gratuita ou escusada. Profundamente irónico e igualmente cáustico, Pedro parece preocupado em informar, conta histórias, explica marcas culturais e atira farpas em todas as direções, sobretudo na do público a quem exige atenção e respeito e a quem pede que abra os olhos e os ouvidos. Quando Batida distribui apitos pelo público, o gesto conceptual é fundo: não é uma mera distração festivaleira, é um convite a que todos se juntem ao ruído colectivo da mudança.
E essa é a mais importante marca da ideia Batida: há aqui um subtexto conceptual muito sério, a noção de que a música não faz sentido se despida de um propósito maior, mais nobre do que o simples abandono durante uma hora ao poder do ritmo. Ao fim do dia, é a liberdade que importa: na Detroit funk, psicadélica e elétrica dos anos 1970 ou no Portugal e na Angola kizombados, reais e eletrónicos do século XXI.
por Rui Miguel Abreu (Blitz, Antena 3, Rimas & Batidas)

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Lotação / 250 pessoas a pé
M / 6 anos

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