23:45 até às 06:00
DVS1

DVS1

O carro pára, a porta abre-se, e uma silhueta alta emerge do seu interior, a luz da noite reflectindo na cabeça rapada. Alguns clubbers exclamam: “olha, é ele!”. Do carro, a figura recolhe um trolley com discos, que arrasta até à porta do club, e as chamadas de atenção avolumam-se: “Zak, Zak! You rock, man!”, “Yeah, go Devious One!”. Zak sorri abertamente e acena. Para os fãs, é DVS1 quem chega. Para Zak Khutoretsky, é mais um momento para se sentir grato por quanto tudo mudou desde aquela festa em Minneapolis em 96, com Laurent Garnier, quando parou em frente a uma parede de colunas e sentiu a música em cada átomo do seu ser. Falta 1 hora para começar a tocar, Zak está no backstage e tenta espreitar a pista e absorver a atmosfera do club e a disposição dos que dançam. Ainda há 3 ou 4 anos, Zak podia estar na pista no meio deles, antes da sua actuação, para sentir o som da casa e a disposição dos clubbers, mas tamanho é agora o seu estatuto, que é difícil fazê-lo sem interpelações constantes. Está na hora… o DJ de warmup fez bem o seu trabalho, sem entrar numa cavalgada de BPMs e DVS1 pode fazer o seu trabalho como mais gosta. Gritos e mãos no ar na pista, o 1º disco roda, um toque no master, isto dá mais alto, certo? Vem o 2º, o 3º e o 4º, levanta o pitch, estamos nas 130, o próximo disco está a fugir, aquele arrepio bom da mistura na corda bamba que se domina antes que as batidas tropecem, corta o grave de um lado, sobe no outro, backspin do disco que sai, Zak levanta a cabeça e vê punhos erguidos à frente, um bruá que se levanta.. 1 hora, 2 horas passam, altura de largar aquela arma secreta que sai daqui a uns meses na sua Mistress… Zak, o A&R, é muitas vezes o melhor fornecedor de DVS1, o DJ. 3 horas passaram e ele chegou as 135BPM, o suor faz os olhos arder, os seus ombros abanam furiosamente, as sapatilhas perdem mais uns milímetros de sola com a sua dança… está quase na hora de terminar, os clubbers em delírio merecem “Polyphonic Love”... e as luzes da casa acendem, gritos de “One more!”. DVS1 arrasou mais um club. Outra vez. Sai para a luz do dia, o sol nos olhos pouco deixa ver, mas ouve os aplausos e os “thank you!”, entra no carro, tempo de ir ao hotel, um duche, duas horas de sono e já tem de estar no aeroporto. Logo é Lisboa e o Lux, e o ciclo repete-se. Recosta-se no assento do avião, um suspiro feliz e diz para si mesmo : “Não trocava isto por nada neste mundo. Vale tudo a pena”.
- Nuno Mendonça
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