É uma tarefa impossível e infecunda tentar resumir a vida e obra de Diamanda Galás num pequeno texto sem recorrer a uma adjetivação hiperbólica e poderosa. Porque a sua voz, maior que todas as outras e que nos assombra continuamente há mais de quarenta anos, é tudo isso. Com um timbre inumano e as suas performances entre o ritual e o político, a artista grega-norte-americana tem sido um símbolo da inquietude e inconformismo, cruzando o experimental com o clássico, o grito e o silêncio, o sagrado e o profano. Uma arte de extremos que olha para a realidade de modo verdadeiro, cru e ensanguentado, enfrentando temas de sofrimento, exclusão e resistência.
Em palco, Diamanda Galás é pura energia, voz e música sem concessões, numa explosão de emoções vestidas de protesto, mostrando-nos que a arte pode ser simultaneamente a ferida e o curativo. Depois de uma longa ausência dos nossos palcos, Diamanda Galás está de volta, com o estrondo e a urgência que necessitamos. Concerto absolutamente imperdível para quem quer olhar de frente a luz trémula da nossa humanidade.
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