22:00 até às 20:00
PICTURES and CREAM

PICTURES and CREAM

PICTURES and CREAM, 
The confidential report of the life and opinions of Tristram Shandy & friends, Volume 1

um projecto comissariado por Paulo Mendes 
para Cristina Guerra Contemporary Art 

inauguração _ 9 de Julho (Quinta-feira) _ 22h 

com a participação de_ A Practice for Everyday Life, Adriano Amaral, André Cepeda, António Júlio Duarte, António Olaio, Carla Filipe, Christian Andersson, Erwin Wurm, Fabrizio Matos, Fernando Calhau, Filipa César, Gilbert & George, Jérémy Pajeanc, Jim Shaw, João Onofre, João Paulo Ferreira / Cineground, João Pedro Trindade, John Baldessari, Jorge Molder, Julião Sarmento, Lawrence Weiner, Mafalda Santos, Maria Trabulo, Matt Mullican, Mike Kelley, Mirka Lugosi, Non-verbal Club, Óscar Alves / Cineground, Paul McCarthy, Pedro Pousada, Pierre Candide, R2, Raymond Pettibon, Richard Prince, Rosângela Rennó, Rui Toscano, Tatjana Doll e Von Calhau.

Esta exposição propõe uma deambulação narrativa por histórias e biografias ficcionadas. É um projecto expositivo em processo e um estudo especulativo sobre a criação e construção de narrativas e personalidades. São exibidas obras, objectos e documentação que nos remetem para nascimentos e mortes, filosofia e viagens, casamentos e traições, fraudes e obsessões. O ponto de partida para pensar este projecto, o MacGuffin que desencadeia esta intriga, é o livro The Life and Opinions of Tristram Shandy, Gentleman, escrito e editado por Laurence Sterne, entre 1759 e 1768, na Inglaterra do século XVIII e que constitui uma sátira às convenções e a referenciais clássicos da literatura. A partir deste (pre)texto abordar-se-á a autoficção – noção híbrida situada entre a autobiografia e a novela, na fronteira entre o verdadeiro e o falso – que pode considerar-se uma forma de expressão característica da arte contemporânea. Com efeito, seja através da invenção de pseudónimos, de alter-egos e de vidas imaginárias, ou de auto-retratos ficcionados, máscaras e próteses, muitos foram os artistas/criadores a ensaiar mediante mitologias pessoais, o desenvolvimento de novas maneiras de representar/ expressar a transformação da sua persona.

Os criadores produzem uma constante releitura do caos desta cultura global, anulando distinções entre criação e cópia, ready-made e trabalho original. As noções de criação e originalidade esbatem-se nesta contínua “samplagem” da paisagem cultural. Manipulando formas e formatos pré-estabelecidos, os artistas contemporâneos servem-se delas para descodificar modelos e produzir outras correntes de realidade, ou seja, narrativas alternativas. As narrativas contemporâneas são permanentemente fragmentadas e descentradas, o presente retrata-se numa dimensão anti-narrativa, herdeira de Warhol, Debord ou Godard. Não existe uma história linear, mas várias histórias que se desenvolvem simultaneamente. A narrativa clássica explodiu numa pluralidade de micro-narrativas – estamos perante uma realidade estilhaçada, um cadavre exquis de escritas múltiplas. Cada vez mais os artistas criam projectos que envolvem processos de investigação e uma utilização
crítica do material visual e documental. Essa prática cartográfica resulta aqui como noutros casos numa montagem site-specific, envolvendo uma implicação performativa do participante, activando o espectador, integrando-o nesta exposição-instalação. Uma exposição-instalação é uma exposição enquanto dispositivo. 

É uma exposição sem começo nem fim, uma transformação orgânica do espaço, em processo. Uma exposição-instalação é um fragmento no tempo em que um conjunto de obras e coisas foram convocadas para um encontro temporário e improvável. Uma fracção de tempo onde todas as contribuições, visuais e documentais, funcionam como uma exposição, uma instalação total, um objecto único que pode ser visitado, caminhado, penetrado. Algo transitório e imaterial no seu conjunto, na sua leitura – que no momento que termina a exposição se separa, se desmaterializa, ganhando cada elemento, cada obra, novamente autonomia, individualidade, que provisoriamente foi partilhada num projecto total.

—Este projecto propõe uma reflexão sobre as diferentes possibilidades de ensaiar a prática da curadoria, na sua dimensão conceptual e espacial, nos seus formatos referenciais, tanto imaginários como materiais. Um conjunto de trinta e oito criadores, artistas plásticos, cineastas e designers são convocados a manipular as suas máquinas de ficção, através de suportes como o cinema, o vídeo, a fotografia, a pintura, o desenho, o cartaz ou a instalação.

Como transformar um livro num objecto? —Como transformar um livro numa exposição? —E uma galeria num livro? —Como pode um livro perder a sua vocação primeira de leitura para se transformar num objecto espacial complexo? —Será possível tridimensionalizar um livro numa exposição-instalação?



A inauguração deste projecto realiza-se a 9 de Julho pelas 22h na Cristina Guerra Contemporary Art localizada na Rua Santo António à Estrela, 33, em Lisboa e com o website www.cristinaguerra.com. Esta exposição estará aberta ao público entre 9 de Julho e 16 de Setembro de 2015.
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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