dia 4 | sex | 21.30h
CONVERSAS NA CAPELA
BENFEITORIAS E BENFEITORES DO ARRAIAL DO SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CABO (1650-1826)
por Rui Mendes, especializado na história e património de Lisboa e da grande Estremadura
Desde a segunda metade do século XIV que temos notícias certas da «romeria a Sancta Maria do Cabo» e no século seguinte já aqui se registam círios de diversas localidades da península de Setúbal e da região saloia a norte de Lisboa. Segundo o visitador de 1492, o arraial e Ermida do Cabo estavam demarcados com terras que lhe foram dadas pelo Infante D. Fernando, sendo Mestre da Ordem.
É neste circuito que, se levantam ao longo dos séculos seguintes, um vasto conjunto de hospedarias ou casas de romeiros e dos círios, casa de água e respetivos tanques – «para descanso e refrescamento e lazer» –, casa do forno, cozinhas, cavalariças e alojamentos para particulares, incluindo a Casa de Aveiro e a Família Real, que ali acudiam todos os anos nas grandes romarias ao Cabo, além de uma inusitada casa da ópera, construída em 1770, e agora em ruínas.
Em todas estas obras, a Família Real teve um importante papel até aos inícios do séc. XIX, e apesar da presença das tropas francesas de Junot, que roubaram parte do tesouro do santuário em 1809, e da ida da corte e nobreza para o Brasil, entre 1807 e 1821, o Santuário teve ainda, entre 1819 e 1826, uma grande campanha de reparações patrocinada por D. João VI, nas hospedarias, telhado, cavalhariça, teatro, igreja, pintura, casa de água e encanamento, e estrada de acesso, vindo da Apostiça.
Núcleo Museológico da Capela do Espírito Santo dos Mareantes
Fonte: https://www.sesimbra.pt/agenda-online/evento/conversas-na-capela-benfeitorias-e-benfeitores-do-arraial-do-santuario-de-nossa-senhora-do-cabo-1650-1826