Documentário visceral, em que se analisa o fascismo de um ponto de vista antropológico, procurando pensar a desumanização das massas enquanto suporte fundamental do totalitarismo, assim como económico, ao nível da estreita ligação entre este poder e o político, como consciente, e derradeira, opção do capital para evitar a ascensão dos movimentos de esquerda no contexto dos seus mais graves momentos de crise. Conhecido por assumir a herança de Esfir Shub, cineasta soviética pioneira no tratamento de imagens de arquivo enquanto matéria essencial do seu fazer cinematográfico, e por reconvertê-la sob um cunho pessoal, Romm atinge neste filme um dos pontos mais definidores desta estratégia ao longo da História do Cinema. O recurso a técnicas de montagem arrojadas revela um domínio dos pressupostos da linguagem na qual os soviéticos eram particularmente exímios, e é também, de igual modo, o instrumento privilegiado para revelar o potencial avassalador de domínio mental do cinema, essencial no contexto do objecto deste documentário. O fascismo, também ele conhecedor deste poder e fervoroso adepto do cinema como veículo para a sua mensagem de endoutrinação, é aqui desmontado de uma forma que permeia o tom geral do filme, entre o humor retorcido e a brutalidade gráfica da guerra, da barbárie e da memória cravada na retina. > Realização: Mikhail Romm > Ano de lançamento: 1965 > País de realização: União Soviética > Duração: aprox. 138 min > Língua: russo (com legendas em inglês) > Excerto: https://www.youtube.com/watch?v=KOsNXEgFsY0 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: > Organização: Prisma > Produção: Prisma, com apoio do Ateneu de Coimbra >>> Programa: Manuel Pereira > Materiais gráficos: Prisma, Guilh\otina > Documentação: Prisma :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Captura ----------- Pretende-se um programa com propósitos bem definidos: o relacionamento com espaços de resistência, um esforço de reflexão social e estética, um cinema comprometido com o diálogo. Cinema directo, cru e frontal, avesso ao preciosismo inconsequente ou ao refinamento supérfluo. A câmara como extensão do homem, esclarecida e corajosa. Contra a homogeneização forçada do cinema, o resgate de obras invisíveis assume-se como acto de luta. Urgentes, cada vez mais, as estratégias para fintar estruturas e ideias dominantes tendo em vista um cinema verdadeiramente livre. Os filmes, os autores, os públicos, sobreviverão aliando-se na construção de percursos alternativos, que a história oficial do cinema se encarrega de obscurecer. ======================================== AGENDA (JAN-JUL 2015) Janeiro ---------- 17 (sáb) · 17h00 · Sede do Ateneu de Coimbra Cinema · Captura #22: "La dialectique peut-elle casser des briques?", de René Viénet https://www.facebook.com/events/797347693670948 Fevereiro ------------- 19 (qui) · 22h00 · Salão Brazil Concerto · Nova Orquestra Futurista do Porto https://www.facebook.com/events/1397989177175450 21 (sáb) · 17h00 · Sede do Ateneu de Coimbra Cinema · Captura #23: "Genèse d'un répas", de Luc Moullet https://www.facebook.com/events/382536675251838 Março --------- 21 (sáb) · 17h00 · Sede do Ateneu de Coimbra Cinema · Captura #24: "Obyknovennyy Fashizm", de Mikhail Romm https://www.facebook.com/events/1654968474601872 Abril ------ 17 (sex) · 23h59 · Teatro de bolso do TEUC Cinema · Sessão da Meia-Noite II 21 (ter) Concerto · Fabrizio Testa Maio ------- 15 (sex) · 23h59 · Teatro de bolso do TEUC Cinema · Sessão da Meia-Noite III Julho -------- 3 e 4 (sáb e dom) Cinema, concertos, performances, feira · Derrube III + Feira Bastarda III