17:00 até às 18:00
Teresa da Palma Pereira interpreta “a água como refúgio” em recital de piano na Figueira da Foz

Teresa da Palma Pereira interpreta “a água como refúgio” em recital de piano na Figueira da Foz

A água e as emoções associadas ao imaginário popular são o mote do recital de piano que Teresa da Palma Pereira vai levar à Figueira da Foz este domingo, 28 de abril. Um ano volvido sobre a homenagem prestada à personalidade ímpar de Madalena de Azeredo Perdigão, por ocasião do centésimo aniversário do seu nascimento, a Figueira da Foz volta a acolher um recital da pianista lisboeta em que esta interpreta a “água como refúgio e superação” e as “emoções do corpo que dança e sobrevive”. 

O programa da pianista está divido em dois atos: um primeiro ligado ao romantismo, com composições de Chopin e Liszt; e uma segunda parte inspirada na dança, com composições do bailado russo de Tchaikovsky e Rimsky-Korsakov, e do espanhol Albéniz, ligado ao flamenco. “É como se o público visse dois recitais num só”, resume Teresa da Palma Pereira. O novo programa de Teresa da Palma Pereira sobe ao palco do Auditório Madalena Biscaia Perdigão, no dia 28 de abril, pelas 17:00. 

O recital começa com a Consolação n.º 1 de Liszt, “num breve momento de pura expressão e improvisação, emoção contida e sem palavras”. Segue-se a obra de Liszt do primeiro caderno de “Les Années de Pélegrinage” inspirado no poeta Byron: “Teu lago contrastante / Com o mundo selvagem em que habito é uma coisa / Que me avisa, com sua quietude, para abandonar / as águas turbulentas da Terra por uma fonte mais pura”. Esta composição reflete o refúgio na água e nos seus sons profundos a que Marie d’Agoult – que acompanhou Liszt – se referia quando afirma que “as margens do lago de Wallenstadt mantiveram-nos por muito tempo. Franz escreveu ali, para mim, uma harmonia melancólica, imitando o suspiro das ondas e a cadência dos remos, que nunca consegui ouvir sem chorar”. 

Seguem-se os contornos aquáticos nos Noturnos de Chopin: “Sendo das obras para piano mais amadas do público, a fluidez, a constância e a suavidade de uma mão esquerda construída sobre um padrão que se repete continuamente, suporta o lirismo e a expressividade intimista da mão direita, num ritmo que se assemelha ao da água”, afirma Teresa da Palma Pereira. A primeira parte do recital regressa a Liszt, de novo com a ligação entre as águas e o desejo de superação das limitações e obstáculos do mundo humano, as águas ora calmas ora tenebrosas e agitadas e o sagrado, na “Lenda de São Francisco de Paula Caminhando sobre as Ondas”.

“A segunda parte do recital continua com uma estética pictórica, mas as peças evocam a cor dos cantos e danças da Andaluzia”, com os “Rumores de la caleta” e “Malageña” de Albéniz, ambas reminiscentes da sonoridade flamenca da cidade marítima de Málaga, afirma Teresa da Palma Pereira.

Segue-se Tchaikowsky, com dois excertos de duas das suas obras mais célebres: o “Pas de Deux” de “Quebra-Nozes”, “uma melodia apaixonada que marca o ponto alto de um dos mais adorados ballets de todos os tempos”; e o “Adágio” de “A Bela Adormecida”, uma “obra de êxtase”. O programa culmina com o andamento final da suite Sherezade op. 35 de Rimisky-Korsakov, transcrita para piano por Paul Gilson. “Esta peça destaca-se pela assumida grandiosidade sinfónica e pelo caraterístico ritmo de tarantela”, afirma a pianista. Mais uma vez, a água é, aqui, evocada. “Na agitação das águas, exprime-se a superação de Scherezade, que afinal sobrevive pela força também vital das suas histórias e das emoções que suscita”.

Teresa da Palma Pereira é uma pianista galardoada em Portugal e no estrangeiro. Ficou em primeiro lugar no Concurso Internacional Maria Campina, obteve a segunda posição e a menção especial do júri no Concurso Internacional Princesa Lalla Meryem. Ganhou o prémio do Koninklijk Conservatorium, em Bruxelas, o que lhe permitiu atuar como solista com a Orquestra da Câmara de Bruxelas. Conta com cinco CD's editados. Atualmente é diretora artística da Academia de Música Flor da Murta, com sede em Paço de Arcos, e, desde 2018, do Festival Internacional de Piano de Oeiras. 
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