Esta é uma história sobre o campo. Mas primeiro, o que é o campo? Todos sabem e ninguém sabe. O campo é um sítio onde não há casas ou há poucas casas. Evidentemente que uma cidade não pode ser um campo, por muita vontade que tenha disso. E depois, se não há casas, alguma coisa tem de haver no campo, pois se não houvesse nada não havia campo, e nós sabemos que o campo existe. Ora então a questão é: o que há no campo? No campo, em vez de casas há árvores. E claro que o campo não tem só árvores, isso é que era bom, o campo tem flores e até há aquele campo que tem cenouras, alfaces, couves, e é claro que este campo é diferente do das árvores, sim porque os campos não são todos iguais, como as cidades não são todas iguais.
E depois no campo há os bichos. Milhões e milhões. Dentro da terra, em cima da terra e acima da terra. Os que estão acima voam, é claro, e desde moscas, passando por borboletas e toda a espécie de aves, ele há de tudo. Em cima da terra, depende de onde é o campo. Pode haver vacas, ovelhas, cabras e porcos, mas esses costumam estar naquele campo que também tem cenouras e couves. No outro campo há muitos bichos de que quase ninguém sabe o nome. Ora, e tanta conversa para quê? Porque ninguém pode começar a contar uma história sobre quatro bichos no campo, sem explicar bem o que é o campo. Ora os tais bichos eram um rato de água, um toupeira, um texugo e um sapo.
Texto a partir do romance de Kenneth Grahame Dramaturgia e encenação de Teresa Gafeira Companhia de Teatro de Almada
Cenário e figurinos Sérgio Loureiro Desenho de luz José Carlos Nascimento Música (interpretação) Inês Proença Coreografia Cláudia Nóvoa Sonoplastia André Oliveira Interpretação Bruno Realista Diana Vaz João Farraia João Maionde Pedro Walter
23 e 24 Mar. Sábado às 16h Domingo às 11h e às 15h
Sala de Ensaios
Duração: 50 min. // M/3
Perguntas ao palco! 23 e 24 Mar.