21:00
CARAVELA – 9.ª edição do Festival Encontros do DeVIR

CARAVELA – 9.ª edição do Festival Encontros do DeVIR

20 de janeiro | 21h00

Local: Centro Cultural de Lagos – Auditório Duval Pestana
Org.: DeVIR/CAPa
Duração: 60m
Class. etária: M15
Bilhete: 6 € | Disponível na receção do CCL ou através da BOL

É inevitável, temos que assumir o equilíbrio do Planeta. Há que recuperar o Mundo Natural complexo e diverso. É um desafio de sobrevivência no qual todos temos de estar implicados. Podemos considerar que o que temos na nossa mão é quase nada - o simbólico, a solidariedade e pouco mais. No entanto sabemos que, noutros tempos, a resistência, tal como a vontade e a loucura que a Arte tem capacidade de promover, contribuíram para a fuga, para a invenção, para a criação de olhares alternativos que não nos deixaram afundar. Não devemos esperar da Arte o que ela não pode dar, nem acreditar que a Ciência encontre soluções, só por si, que contrariem perspetivas de futuro absolutamente confrangedoras.

- de onde VIMOS? para onde VAMOS? é o mote da 9ª edição deste festival temático, que se debruça sobre a mutação climática e a emergência ecológica. Foram estas as perguntas que endereçámos a um conjunto de criadores de várias áreas (teatro, dança, escrita, fotografia, cinema, ilustração) e de diferentes geografias para que as tomem como ignições para os seus trabalhos, e as devolvam como desafios, possibilidades e reflexões.

Sem lugar a exotismos, lançámos desafios, fizemos encomendas a criadores portugueses e ucranianos, uma forma de os apoiar, e convocámos cientistas ibéricos. Quase todos abordaram a ecodependência, a degradação do Planeta e o futuro. Uns falam do ecocídio como arma de uma guerra a que estão obrigados, da necessidade de cooperação e de reciprocidade. Outros refletem sobre o futuro das praias do Algarve e da Andaluzia, outros evocam a ciência, a ética e o amor que salva.

Todas as reflexões, mais ou menos realistas, todos os espantos, até mesmo todas as incompreensões que nos tragam esperança e outras perceções do Mundo, são, mais do que nunca, necessárias para que nos afastemos da paralisia.

Ultrapassados os condicionalismos e superadas todas as barreiras, sobram-nos palavras duras, gestos contidos, e ainda imagens com voz que merecem ser ouvidas pelo público que nos acompanha, mas também pelos estudantes do secundário, com quem partilhamos toda a programação deste festival, porque ninguém poderá ficar de fora nesta urgência de mudança que depende tanto da responsabilidade individual como do compromisso coletivo.

Uma coisa sabemos: não podemos ignorar nem desistir. Temos de mudar e de exigir mudança, influenciar quem tem o poder de decidir para o bem da Humanidade e da Natureza.

CARAVELA
É, no mínimo, um exercício de atrevimento atual, oportuno e necessário, o que Leonor Cabral nos propõe. Se o desafio é olhar para trás, numa tentativa de perspetivar o devir, faz todo o sentido criar um arco ficcional entre as caravelas do degredo e da escravatura - que parecem ser de ontem, mas que ainda hoje persistem noutros moldes - e as caravelas, organismos flutuantes, que denunciam a degradação de um Planeta em perigo e, consequentemente, a possibilidade de extinção da Humanidade.

O vento e as correntes marítimas trazem ao nosso território milhares de caravelas portuguesas que flutuam no oceano. Chegam até nós de mansinho. Trata-se de uma colónia - Physalia Physalis - que ameaça atacar-nos com os seus tentáculos compridos. O aumento da temperatura da água do mar coloca em extinção os seus predadores naturais, as tartarugas marinhas. Estamos a ser invadidos. Será uma metamorfose da natureza ou uma vingança da história? Nesta ironia, proponho fazer uma analogia entre um fenómeno ambiental e um processo histórico, à luz da discussão atual sobre colonização, invasão e destruição do planeta. Pretendo questionar a crise existencial entre a humanidade e a natureza.

Cátia Oliveira, mais conhecida como A Garota Não, aceitou o desafio e escreveu um texto comovente e incisivo, que “tem tudo lá dentro”. É muito sentido, e, por isso, sério, poético e acutilante. Responde sem responder, baralha tudo e envolve todos nas dúvidas onde cabem todas as perguntas. A Cristina Faz parte deste texto e, recorrendo ao desenho digital, cria imagens que ilustram a narração.

Criação e interpretação: Leonor Cabral
Produção: Ciclone Associação Cultural
Desenho de luz e coordenação técnica: Zé Rui
Créditos fotografia: João Rocha

Estacionamento gratuito - O Centro Cultural de Lagos e a Biblioteca Municipal de Lagos oferecem estacionamento gratuito no parque da Frente Ribeirinha (Avenida dos Descobrimentos) para o público dos seus espetáculos/eventos. Para o referido desconto basta que o utente apresente, na receção do parque, carimbo obtido na bilheteira do Centro Cultural de Lagos ou entrada da Biblioteca Municipal de Lagos. A oferta diz apenas respeito a uma hora antes e até uma hora depois de cada espetáculo/evento.

Fonte: https://www.cm-lagos.pt/municipio/eventos/11731-caravela-9-edicao-do-festival-encontros-do-devir
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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