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Conferência anual - O risco de errar. O erro de não arriscar

Conferência anual - O risco de errar. O erro de não arriscar

“Vamos correr riscos, vamos cometer erros. Vamos permitir que outros corram riscos e cometam erros.” Do programa do ACARTE, elaborado por Madalena de Azeredo Perdigão

No final da conferência do ano passado (onde reflectimos sobre liderança no sector cultural), várias das pessoas presentes sugeriram que o tema deste ano fosse o erro. Aceitámos a sugestão e escolhemos como tema o risco e o erro. Ao mesmo tempo, temos a feliz coincidência de este ano se celebrar o centenário do nascimento de Madalena de Azeredo Perdigão, que foi directora do Serviço de Música e do ACARTE, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Na altura da pandemia, organizámos vários debates online, para nos apoiarmos mutuamente num período confuso e incerto. Nesses encontros, várias pessoas expressaram a esperança que algo mudasse na forma como trabalhamos na área da cultura (o tempo, a pressão, a produtividade exigida). O que verificamos hoje é que, com poucas excepções, nada mudou. Pelo contrário, a pressão é ainda maior (e os problemas de saúde mental entre os profissionais da cultura multiplicam-se).

Neste contexto, o erro deixou de ser visto – numa área que se considera criativa – como algo desejável, necessário, que possa alimentar a nossa imaginação e criatividade. Associada a este facto está a aversão à tomada de riscos. Assim, verificámos uma estagnação, assim como uma desilusão e um desânimo entre os profissionais.

Mas mesmo antes da pandemia, a co-fundadora do Belarus Free Theatre, Natalia Kaliada, alertava no seu discurso na State of the Arts Conference No Boundaries 2015:

“O conformismo criativo está a florescer em países democráticos e, portanto, devemos perguntar-nos se a única maneira de garantirmos financiamento hoje é criando arte segura? Quantas peças de Shakespeare são encenadas em Londres todos os anos? Quantas peças de Chekhov são encenadas em Moscovo todos os anos? Esses dois escritores eram altamente críticos de sua própria sociedade e, mesmo assim, hoje são considerados “escolhas seguras” para teatros, para o público que não pode ser perturbado ou provocado e, além disso, para financiadores que querem apoiar apenas o que é seguro para as suas estratégias.”

Um dia para reflectirmos sobre o risco de errar e o erro de não arriscar. “O que faz falta?”, perguntar-nos-ia Madalena de Azeredo Perdigão.

Programa, bionotas, sugestões de leitura e ficha de inscrição em https://acessocultura.org/conf2023/

Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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