21:00 até às 17:30
NA SOLIDÃO DOS CAMPOS DE ALGODÃO de Bernard-Marie Koltès

NA SOLIDÃO DOS CAMPOS DE ALGODÃO de Bernard-Marie Koltès

NA SOLIDÃO DOS CAMPOS DE ALGODÃO
BERNARD-MARIE KOLTÈS

Tradução
Marcello Urgeghe , Rita Blanco
Co-encenação
Marcello Urgeghe, Maria João Luís, Rita Blanco
Interpretação
Maria João Luís, Rita Blanco
Música
José Peixoto
Consultor para o espaço cénico
F. Ribeiro
Direcção de produção e luz
Pedro Domingos

Co-produção
Teatro da Terra  e
São Luiz Teatro Municipal                         2014    M/12

Fotografia de capa de José Filipe Costa


De 8 a 25 de Janeiro 2015
na sala principal do 
São Luiz Teatro Municipal

 

 O contacto de duas pessoas sem passado comum, sem linguagens familiares, sem cumplicidade histórica, acontece em território neutro, numa noite fria e deserta de sinais, numa qualquer rua sem memória, silenciosa. 

 Voltar a  Koltès significa decifrar uma obra imprescindível para a compreensão da dramaturgia do final do século XX, representativa da condição humana em diálogo com os nossos tempos. Um universo com raízes na rua, nos marginais, nos descriminados, nos injustiçados, NA SOLIDÃO DOS CAMPOS DE ALGODÃO, obra ilustrativa deste torrencial autor, apresenta--nos uma atitude insubmissa face à hierarquia social do bicefalismo estrutural de dois extremos: o vendedor e o comprador.
 
 A extensa crítica social insiste na fatalidade do irracional prejuízo na ausência de critério, que condenam a Humanidade a manter uma postura de desconfiança face ao outro, comprometendo toda a possibilidade de se conhecerem. A linha reta em que ambos seguiam, converte-se numa linha curva e labiríntica sem espaço para hesitações.

Como dois animais que se cruzam no mesmo território, uma hostilidade violenta submerge estes dois seres humanos, igualmente confusos, cara a cara, dois estrangeiros, degladiam-se ali, num tempo e espaço argumentativo de: ou diálogo ou morte; um combate dialético dominado pelo medo, que apesar da densidade verbal, assinala, um conflito que ultrapassa em muito as palavras. Sem alternativas à ausência de desejo, surge a inevitável guerra e lutam.
 
 Maria João Luís, Rita Blanco e Marcello Urgeghe, criam uma despojada dramaturgia cénica, estratégia estética de uma geração que abdica de grandes cenografias ou dispositivos que diminuam a força da palavra deste texto fundamental. Um cenário minimalista e a música de José Peixoto completam esta seca abordagem, e focam o espectáculo no trabalho de actor, centrando-o entre o ritmo, a corporalidade e a entoação verbal.
 A austeridade poética proposta na peça, jogada com poucos elementos, resulta na máxima rentabilidade, onde tudo significa e nada provoca indiferença.
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