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Nas asas do indefinido [CANCELADO]

Nas asas do indefinido [CANCELADO]

Jazz, canções originais, fado e clássico ocidentais

No aclamado filme de Wim Wenders, As Asas do Desejo, um anjo abdica da sua imortalidade perante uma paixão que o consome. Neste conflito entre o divino e o efémero, a eternidade e a vida, a acção desenrola-se numa cidade de Berlim, ainda dividida por um muro, mergulhada numa atmosfera elegíaca. Parafraseando este filme, o concerto Nas Asas do Indefinido apresenta um benévolo conflito entre jazz, fado, canções originais e clássicos da cultura ocidental, uma fábula musical envolvente onde a multiplicidade de caminhos conduz o ouvinte não à chegada mas à partida, num depurar da essência do que é a música.

Há muito radicada em Roterdão, Maria Mendes é uma das vozes mais aclamadas do jazz europeu, destacando-se por fazer da língua portuguesa o seu principal veículo de expressão musical. Sendo a única artista portuguesa no feminino a receber uma indicação ao Grammy Americano, em 2020 venceu o presti-giado EDISON Jazz Awards, bem como uma indicação ao Grammy Latino. A sua recente incursão pelo fado, demonstra qualidades caleidoscópicas, secundadas por Côrte-Real e o Ensemble Darcos, numa expectável cumplicidade entre dois músicos que têm marcado o seu percurso musical por um olhar inquiridor e descomplexado, explosivo na forma como cruzam estilos e universos sonoros.

Nas Asas do Indefinido tem como motivo unificador o tema do 1º andamento do trio op.97 de Beetho-ven (1770-1827), uma idée fixe que, ao contrário da canónica definição, estabelece pontes etéreas por onde todos somos convidados a circular. Se a obra de Wenders pauta-se por um estático preto-e-branco, quase a raiar a distopia, são os matizes cromáticos de cada uma das peças convocadas neste concerto que se sobrepõem, qual composição feérica e utópica. Como escreveu Fernando Pessoa “O sonho é ver formas invisíveis / da distância imprecisa, e, com sensíveis / movimentos da esperança e da vontade (…)”.

Voz: Maria Mendes
Direção musical e sintetizador: Nuno Côrte-Real
ENSEMBLE DARCOS

"Nesta nova edição da Temporada Darcos, propomo-nos seguir a linha que tem norteado as temporadas anteriores: grande música, grandes intérpretes, mas procurando sempre pontos de contacto entre diferentes tradições, privilegiando o ecletismo e a inclusão. Por isso, desta vez escolhemos o lema da união pela música. Num mundo ainda muito desunido, dividido pelas políticas, pelas religiões, pelas desigualdades e pelos abomináveis racismos, cabe à arte proclamar bem alto que o único futuro sustentável é o da união.A união pela paz, pelo amor, pelo planeta e pela liberdade. A união dos povos. Nós e os outros, duas realidades diferentes, mas na utopia que desejamos para o mundo as diferenças esbatem-se e convergem numa única realidade. É com esta convicção que a Temporada Darcos apresenta o seu projeto de fusão entre o fado e a música tradicional afegã, através da colaboração entre o Ensemble Darcos e o ANIMP (Afghan National Institute of Music), com o fadista Marco Oliveira e o guitarrista Miguel Amaral. Segundo o mentor e diretor do ANIMP, Dr. Ahmad Sarmast, dezenas de jovens estudantes afegãos fugiram ao terrível regime Talibã, viajando 6.592 quilóme-tros para poderem ter um futuro, e para que a música tradicional afegã pudesse sobreviver. Parece-nos triste e paradoxal que uma tradição milenar necessite do exílio para garantir a sua existência e preservação… Também sob a égide da união, e visando criar pontes culturais de índole humanista, o mais ambicioso projeto da Temporada Darcos, Europa Sinfónica, será finalmente retomado (em suspenso desde 2020 devido aos anos de pandemia), com a primeira visita a Portugal da Orquestra da Ópera Estatal da Hungria, um dos mais antigos e prestigiados agrupamentos musicais europeus, e com a Orquestra da Toscana, instituição capital daquela região italiana, com sede em Florença. Estes dois programas terão como solistas os aclamados artistas portugueses António Rosado e Eduarda Melo. O ano de 2023 verá ainda nascer o projeto Folias, terceiro livro da série para coro e instrumentos, Novíssimo Cancioneiro, de Nuno Côrte-Real, desta vez inteiramente dedicado às danças portuguesas, reper-tório rico e variado que é mister revitalizar com vista a uma maior presença artística no panorama contemporâneo.De destacar, por último, a estreia do projeto de fusão estética entre o jazz e o clássico, Nas asas do indefinido, com o Ensemble Darcos e a internacional cantora portuguesa Maria Mendes, procurando caminhos de fusão e desco-berta entre aqueles dois mundos distintos. Podíamos projetar neste último projeto musical, como exercício para as nossas próprias vidas, o caminho que a humanidade parece cada vez mais estar a necessitar: tomar o oposto, o contrário, o aparentemente inconciliável, e conciliá-los; entender as diferenças, aceitar as distinções, compreender as essências, e num desejo sincero de harmonia, conceber um horizonte onde a natureza varia do Homem possa existir pacificamente e sem mácula. Utopia, nunca te esqueceremos!" Nuno Côrte-Real“A cultura é o grande observatório do humano” José Tolentino Mendonça (2021)Na sua 16ª edição, a Temporada Darcos propõe um programa artístico que elege “A união pela música” como impulso e horizonte. Longe de constituir um cliché semanticamente esvaziado pela repetição, a afirmação prefigura um manifesto pelo direito a construir uma nova narrativa do futuro.A Temporada Darcos enraíza-se num movimento cultural agregador de matriz cosmopolita que promove o encontro entre “diversidades”, aprofundando o diálogo, a cooperação e a participação cidadã. Repousa na profunda convicção de que as Artes e a Cultura – conceito poliédrico – devem assumir um papel central e não ornamental no âmago de qualquer projeto de desenvolvimento territorial. Ao longo da sua trajetória, um sistema capilarizado de relações tem sido delicadamente tecido, dirimindo distâncias entre instituições, coletivos artísticos e comunidades.Na sua dimensão processual, a Temporada Darcos concorre para a edificação de uma ecologia de práticas colaborativas que, assentes na mutualização de experiências, conhecimentos e competências, aportam inovação e abrem caminho a diálogos fecundos materializados em projetos comuns.
Enquanto movimento fortemente comprometido com a educação, inequívoca alavanca de transformação, a Temporada Darcos tem contribuído para salvaguardar a acessibilidade a um patri-mónio artístico em permanente (re) criação e avigorar a literacia musical de uma “vasta maioria”.A música, na sua pluralidade de expressões, é um universal de cultura, uma linguagem de convergência que nos projeta num espaço identitário partilhado. Em tempos marcados pelo desencanto, incerteza, fragmentação, dissolução e insularidade, a música, mais do que uma experiência salvática, hiperbolicamente escapista, ou de estrita e efémera fruição estética, oferece a possibilidade de pensar novas formas de habitar o mundo, de ousar outras vidas em comum." Ana UmbelinoDireção artística
Nuno Côrte-RealConsultoria
Afonso MirandaProjetos especiais
Vanessa Pires / ArtwayTextos
José Bruto da CostaProdução executiva
Bruna MoreiraAssistente de produção
João BarrinhaGestão de apoios
Jorge ReisRelações públicas e assessoria de imprensa
Débora PereiraContabilidade
Luís Silvestre
Imagem gráfica
Olga Moreira a partir de fotografias de Jorge Carmona
Comunicação e imagem
Câmara Municipal de Torres Vedras

Fonte: http://www.cm-tvedras.pt/agenda/detalhes/146933
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