00:00
Vagos Open Air 2015

Vagos Open Air 2015

Os ALESTORM vão ocupar o lugar dos norte-americanos Halestrom no cartaz da VII edição do VAGOS OPEN AIR. Na sequência do cancelamento da atuação da banda liderada pelos irmãos Hale – que se viu forçada a cancelar os concertos marcados em Portugal, Espanha e Itália há umas semanas por conflitos de agenda –, cabe aos muito aplaudidos “piratas” escoceses deixarem a sua marca muito própria de folk/power metal junto do público que, nos dias 7, 8 e 9 de Agosto, vai transformar a idílica Quinta Do Ega num ponto de paragem obrigatória para qualquer apreciador de música pesada que se preze. A nível internacional, vão subir também ao palco instalado em Vagos os BLACK LABEL SOCIETY, WITHIN TEMPTATION, BLOODBATH, OVERKILL, AMORPHIS, TRIPTYKON, DESTRUCTION, ORPHANED LAND, VILDJHARTA, HEAVEN SHALL BURN, NE OBLIVISCARIS e MUTANT SQUAD. A representação lusa fica a cargo dos FILII NIGRANTIUM INFERNALIUM, IRONSWORD, W.A.K.O., MIDNIGHT PRIEST, SCAR FOR LIFE e MOONSHADE. A menos de um mês do evento, estão reunidas todas as condições para que o VAGOS OPEN AIR se afirme uma vez mais como uma excelente mostra do que de melhor a música pesada tem hoje para oferecer – em todos os seus quadrantes; do hard rock ao female fronted metal, passando pelo heavy, thrash, death, black, power, folk, progressive e tudo o que fica no meio.

Os WITHIN TEMPTATION já percorreram um longo caminho nos últimos quinze anos. Apesar das suas origens humildes, a banda holandesa vendeu mais de três milhões de discos em todo o mundo e transformou-se não só na maior exportação musical holandesa em termos de vendas, mas também numa das maiores bandas internacionais de rock pesado. Formada em 1996 pelo núcleo duro de Robert Westerholt na guitarra e Sharon den Adel na voz, o projeto manteve-se um segredo bem guardado nos Países Baixos durante os primeiros anos de existência, mas com o lançamento de «Mother Earth» transformou-se num enfoque de atenções em toda a Europa. Desde então, o coletivo – cuja formação fica completa com o guitarrista Ruud Jolie, o teclista Martijn Spierenburg, o baixista Jeroen van Veen e o baterista Mike Coolen – tem recolhido elogios, experimentando grande sucesso comercial no seu país de origem e no resto do mundo. Álbuns como «The Silent Force» de 2004 e o seu sumptuoso sucessor «The Heart Of Everything» de 2007, hipnotizaram uma base de fãs crescente, estabelecendo novos padrões para o metal e para o rock sinfónico. Pelo caminho tornaram-se um enorme sucesso comercial, atingindo a marca de platina e trepando ao Top 10 na Alemanha, Bélgica, Espanha e Finlândia. Mesmo assim, em 2011 Robert Westerholt decidiu abdicar dos concertos para compor música nova e focar-se no seu papel como criador multimédia. O guitarrista Stefan Helleblad foi rapidamente contratado para acompanhar o grupo em palco depois de o ter acompanhado nos bastidores durante anos e, juntos, iniciaram de seguida a tour europeia de promoção a «The Unforgiving», que os levou a 40 cidades diferentes. O álbum era um concept fortemente influenciado pela pop/rock dos anos 80 e atingiu o Top 10 em sete países europeus. «Hydra», o sexto álbum de estúdio, foi editado em Fevereiro de 2014 e mostrou-os a experimentarem com uma série de estilos novos e inesperados – como se de um animal místico de muitas cabeças se tratassem.

Nascido Jeffrey Phillip Wielandt, em Bayonne, New Jersey, Zakk Wylde começou a tocar guitarra aos oito anos de idade e tornou-se famoso quando, após o trágico falecimento de Randy Rhoads, se juntou à banda de Ozzy Osbourne, com quem gravou os álbuns «No Rest For The Wicked», «No More Tears» e «Ozzmosis» entre 1988 e 1995. Após separar-se de Osbourne, o talentoso músico decidiu seguir em frente sozinho e, em 1996, lançou o seu álbum a solo, «Book of Shadows». Sem conseguir provocar o impacto pretendido a nível mainstream, votou-se então a um hiato que só o viu reaparecer em 1999, com novo disco e uma nova banda chamada BLACK LABEL SOCIETY, que – além de contar com Wylde na voz, na guitarra e no baixo – ficava completa apenas com o baterista Phil Ondich. Para a atribulada tour de promoção a «Sonic Brew», contou com a ajuda de vários músicos e, dois anos depois, grava o primeiro disco para a Spitfire, «Stronger Than Death». A digressão seguinte viu-os pisar pela primeira vez o palco do Ozzfest e, no ano seguinte, deu origem ao registo ao vivo «Alcohol Fueled Brewtality Live!!». Em 2002, após a edição de «1919 Eternal», voltam ao famoso festival itinerante, mas desta vez para tocar no palco principal. Já com um nome estabelecido e uma reputação sólida como banda ao vivo, o quarteto – que atualmente fica completo com Dario Lorina na segunda guitarra, John DeServio no baixo e Jeff Fabb na bateria – não perdeu tempo e editou, em 2003 e 2004, «Blessed Hellride» e «Hangover Music, Vol. 6». Apesar de inúmeras flutuações na formação e das tours constantes, Wylde nunca descurou os registos de estúdio e conseguiu manter um regime regular de edições, com «Mafia» e «Shot to Hell» a serem disponibilizados com apenas um ano de intervalo. Pelo meio o guitarrista volta a colaborar com Ozzy em «Down To Earth» e «Black Rain», sendo que os BLACK LABEL SOCIETY só voltam à carga em 2010 com «Order Of The Black» e, no ano seguinte, «The Song Remains Not the Same». Já em 2013 decidem explorar a fundo a faceta bluesy do seu hard rock em «Unblackened» e, no ano passado, «Catacombs of the Black Vatican» registou um regresso ao peso sem compromissos que tem caracterizado o projeto desde que deu os primeiros passos.

Erradamente vistos apenas como “mais um super-projeto retro”, os BLOODBATH são muito mais que apenas isso. Sim, a formação da banda é uma efetivamente constelação de estrelas do cenário extremo – pela formação da banda passaram elementos dos Katatonia, Opeth, Hyprocrisy, Witchery, Bewitched, October Tide e Diabolical Masquerade, entre outros – e a música que fazem é nostálgica, mas – determinados a provar que são mais que apenas uma aventura fugaz – os músicos suecos muito trabalharam ao longo de mais de uma década para construir uma reputação sólida e um fundo de catálogo exemplar. Com o EP de estreia «Breeding Death» a suscitar curiosidade enorme em relação ao grupo e a sequência de álbuns formada por «Resurrection Through Carnage», «Nightmares Made Flesh» e «The Fathomless Mystery» a solidificá-lo como uma das mais interessantes propostas de death metal old school criadas na viragem do milénio, o quinteto com base em Estocolmo transformou-se rapidamente num caso sério de sucesso. Mistura do melhor que as tendências escandinava e norte-americana ofereceram ao underground mais bruto no início dos 90s, o quinteto liderado por Anders Nyström e Jonas Renkse tem servido sistematicamente lições consistentes de como fazer puro death metal sem compromissos ou concessões. 2014 marcou o regresso do projeto aos álbuns com «Grand Morbid Funeral» e um novo vocalista – o lendário Nick Holmes, dos Paradise Lost.

Influência seminal na evolução do thrash e do black metal, os VENOM juntaram-se no final dos anos 70 em Newcastle, Inglaterra. Originalmente um quinteto chamado Oberon, eventualmente reduziram a sua formação a um trio formado pelo vocalista/baixista Conrad “Cronos” Lant, pelo guitarrista Jeff “Mantas” Dunn e pelo baterista Tony “Abaddon” Bray. Influenciados pela intensidade pesada dos Motörhead e pelo impacto visual dos Kiss, desenvolveram um som obscuro e potente que, indo beber influências à N.W.O.B.H.M. e ao movimento punk, acabou por pavimentar o caminho para o surgimento posterior do thrash. A imagem macabra, orgulhosamente satânica, revelou-se a referência primordial para as legiões de bandas de black metal que, durante os anos 90, começaram a surgir em catadupa na Escandinávia e sim, foram eles que, já após a estreia «Welcome To Hell» em 1981, deram o nome à tendência com o lançamento de seu segundo álbum, «Black Metal», de 1982. O terceiro álbum do grupo, «At War With Satan» foi editado em 1984, sucedido por «Possessed». Os anos seguintes foram de mudança, com a banda a ser atormentada pelas flutuações de formação que se seguiram à saída de Mantas após «Eine Kleine Nachtmusik», de 1986. Um ano depois, «Calm Before The Storm» marca a estreia de Mike Hickey e Jim Clare, mas os dois guitarristas mantêm-se pouco tempo no grupo, acompanhando a saída de Cronos para se dedicar a uma carreira a solo. É nessa altura que Mantas decide regressar e, em parceria com Abaddon e o baixista/vocalista Tony Dolan (dos Atomkraft), criam uns “novos” Venom. É com esta formação que gravam «Prime Evil», «Tear Your Soul Apart», «Temples Of Ice» e «The Waste Lands». Durante os anos 90, o trio Mantas/Abaddon/Dolan continuou a tocar ao vivo pelo mundo, mas o grupo só voltaria ao estúdio após o regresso de Cronos em 1996. O retorno da formação original deu origem a «Cast In Stone» em 1997, mas depois de uma digressão mundial Abaddon abandona, sendo substituído pelo irmão de Cronos, Antony "Antton" Lant. Essa formação grava «Ressurection» em 2000, ainda antes de Mantas sair e propiciar o regresso de Mike Hickey, com quem gravaram «Metal Black» e «Hell», em 2006 e 2008. Na viragem da década, segue-se mais uma revolução profunda, que acabaria por estabelecer os Venom como são hoje. Com o lendário Cronos ao leme, Stuart “La Rage” Dixon na guitarrista e Danny “Dante” Needham na bateria, lançam «Fallen Angels» em 2011 e, já em 2015, um explosivo regresso à forma intitulado «From the Very Depths», o décimo quarto registo de uma carreira incrivelmente influente e cheia de peripécias.

Repetentes no VAGOS OPEN AIR, onde protagonizaram uma atuação explosiva na edição 2012, os OVERKILL regressam agora ao “local do crime” e, na sequência do memorável espetáculo em nome próprio que assinaram em Lisboa no início de Novembro de 2014, preparam-se para provar uma vez mais que estão a atravessar um excelente momento de forma. De resto, outra coisa não se poderia esperar do quinteto liderado por Bobby “Blitz” Ellsworth e D.D. Verni, duas das figuras emblemáticas do thrash. Injusta e recorrentemente ignorados quando se fala dos grandes nomes do género, são das poucas bandas que nunca pararam e nem por um momento comprometeram a sua atitude ou o seu som para chegar a uma audiência mais vasta. Ao longo das últimas três décadas, o grupo conseguiu construir uma carreira incrivelmente sólida, com lançamentos regulares e, apesar de nunca ter atingido os mesmos níveis de sucesso mainstream de pares como os Metallica, Slayer ou Megadeth, goza de um estatuto de culto invejável e de um respeito imenso por parte de quem se manteve fiel aos ideais do thrash como ele era quando surgiu. No currículo dos nova-iorquinos contam-se já dezassete álbuns de estúdio – o mais recente chama-se «White Devil Armory» e foi editado em Junho do ano passado – e também alguns registos ao vivo, que dão provas do quão explosivos e letais continuam a ser em palco. Uma coisa é certa: os OVERKILL estão entre os mais ilustres sobreviventes de um género que viveu a sua época dourada nos anos 80 e que, nos tempos mais recentes, gozou de um novo fôlego, tendo vindo a captar cada vez mais atenção renovada por parte dos apreciadores de música pesada.

A dar cartas, primeiro a nível underground e – poucos anos depois da formação da banda em 1990 – em massa, os AMORPHIS são um dos nomes incontornáveis do boom do metal europeu de uma das décadas mais profícuas no que à música de peso diz respeito. Hoje uma das “potências” com mais força no que toca à produção de heavy metal em todas as suas vertentes, as coisas nem sempre foram assim na Finlândia, mas antes dos Nightwish, Children Of Bodom e HIM, já os autores de «The Karelian Isthmus» estavam presentes na mente dos apreciadores do death metal não alinhado com os clichés da altura. Ao longo de uma carreira que já ultrapassou a marca das duas décadas, conseguiram conquistar o seu lugar de destaque no panteão do som de peso e foram essenciais na tarefa de levar ao mundo o metal finlandês graças a discos como «Elegy» ou «Tales From The Thousand Lakes». É precisamente no incontornável álbum de 1994 – verdadeira lufada de ar fresco aquando da sua edição e um dos títulos mais marcantes da música extrema produzida nos anos 90 – que o quinteto formado por Esa Holopainen, Tomi Koivusaari, Jan Rechberger, Tomi Joutsen, Santeri Kallio e Niclas Etelävuori se vai focar neste regresso ao Vagos Open Air, depois de uma passagem apoteótica pelo festival em 2010. Uma oportunidade única para revisitar clássicos como «Black Winter Day», «The Castaway», «Into Hiding» ou «In The Beginning», entre muitos outros, emblemáticos da época dourada do underground europeu.

Pioneiros do metalcore em território europeu numa altura em que o género ainda não tinha sequer metade da fama que ganhou nos anos seguintes, ao longo dos últimos quinze anos os HEAVEN SHALL BURN nunca se sentaram à sombra do sucesso de congéneres norte-americanos como os Killswitch Engage ou Shadows Fall. Discos como «Antigone», «Deaf To Our Prayers» e «Iconoclast» mostram que o grupo liderado pelos irmãos Bischoff continuou sempre a evoluir como um monstro sonoro que, hoje, já não pode ser classificado com um qualquer género específico ou estanque. Aliás, enquanto muitos dos seus contemporâneos começaram a pôr o pé no travão e a mostrar óbvios sinais de abrandamento, reduzindo drasticamente os níveis de agressividade da sua música para agradar a audiências bem mais vastas, estes germânicos fizeram exatamente o contrário e, reduzindo as coisas ao essencial, sempre se mantiveram fiéis aos seus ideais, centrando o ataque do seu death metal com influências hardcore nas injustiças sociais e ecológicas a que fazem questão de apontar o dedo na tentativa de educar e inspirar o ouvinte a adotar um estilo de vida um pouco mais consciente e positivo. As onze canções que compõem «Veto», editado em 2013 na sequência do muito aplaudido «Invictus», são “só” mais um compêndio de peso inflexível e a prova que faltava de que este é um daqueles grupos que nunca vai mostrar um sinal que seja de comprometimento.

Muita da música extrema atual não existiria sem a influência de Tomas Gabriel Fisher, o artista tornado famoso como Tom G. Warrior. Primeiro com os Hellhammer e depois com os Celtic Frost, o talentoso músico suíço estabeleceu uma grande parte das regras básicas da tendência durante os anos 80 e, pelo caminho, influenciou uma série de subgéneros – do death ao black metal, passando pelo doom e pelas abordagens mais avantgarde que se tornaram populares na década seguinte. Os TRIPTYKON são a mais recente aventura criativa da mente brilhante que assinou clássicos como «Morbid Tales» ou «To Mega Therion» e, apesar da ideia já andar a fervilhar na cabeça de Fisher há uns anos, acabaram por materializar-se apenas no momento em que o músico decidiu pôr um ponto final na sua colaboração com Martin E. Ain depois do colossal «Monotheist», que marcou o regresso dos Celtic Frost aos discos após décadas de silêncio. Não é por isso estranho que o projeto possa ser visto como a continuação do trabalho que desenvolveu com a sua banda de sempre. Depois da estreia sufocante com «Eparistera Daimones» (de 2010), que os levou em digressão pelo mundo, o quarteto regressou ao estúdio e saiu de lá com um novo disco debaixo do braço. «Melana Chasmata» foi editado em Abril de 2014 e recebeu aplausos unânimes, sendo que é precisamente esse colosso de negrume sinistro que vai dar o mote para o regresso do grupo a Portugal.

Dizer apenas que «Spiritual Genocide», o álbum que gravaram em 2012 para comemorar três décadas de existência, é o registo mais rápido e brutal que os DESTRUCTION alguma vez assinaram já é dizer muito em relação a uma banda que se mantém estoicamente no ativo há mais de trinta anos, nunca se desviando um milímetro sequer da sua essência pura, sem nunca recuar. Quando, depois de tanto tempo, um grupo ainda é capaz de escrever petardos a transbordar energia incontida, fala-se de um feito notável, ao alcance apenas de músicos com uma ligação muito especial. Criados em 1982 pelos lendários Schmier, Mike e Tommy, cujo lugar atrás da bateria foi assumido há uns anos por Vaaver após diversas mudanças de formação ao longo das décadas, o trio afirmou-se, a par dos Kreator e Sodom, como um dos mais importantes porta-estandartes do thrash teutónico. «Infernal Overkill», «Eternal Devastation» e «Release From Agony» são incontornáveis no género, fizeram-lhes a fama e o respeito. Os anos 90 foram de travessia de deserto para Mike, que assumiu os comandos da banda após o abandono de Schmier, assinando dois discos que não eram muito mais que a pálida versão da fúria desenfreada dos 80s. O carismático baixista e vocalista só voltaria ao grupo em 1999, sendo que o trio começou por encabeçar os maiores festivais de metal desse ano e, em 2000, entrou em estúdio para gravar um muito antecipado álbum de regresso. «All Hell Breaks Loose» mostrou ao mundo uma banda revigorada e deu um tiro de partida certeiro para os quinze anos seguintes. Desde 2000 que não param um segundo, lançando disco atrás de disco consistente, cruzando o globo em digressões e recolhendo elogios rasgados por parte de quem gosta de bom thrash – feito como mandam as regras.

Originalmente designados Battleheart, os ALESTORM, descobridores intrépidos de um território musical relativamente inexplorado como é o pirate metal, começaram a fazer música em Perth, Escócia, corria o ano de 2004. Como Battleheart eram inicialmente um duo – formado pelo guitarrista Gavin Harper e pelo vocalista/teclista Christopher Bowes – e gravou o primeiro EP, homónimo, dois anos depois. Ao longo de 2006, sentindo a necessidade de transpor o seu som para os palcos, decidiram expandir a sua formação para quarteto, com a adição de Dani Evans no baixo e Doug Swierczek na bateria. A primeira gravação como banda “a sério” foi o EP «Terror On The High Seas» e a inclusão de um dos temas desse lançamento numa compilação da revista Metal Hammer, intitulada «Battle Metal V», permitiu-lhes chegar pela primeira vez a um público mais vasto. Em 2007, já depois de assinarem contrato com a Napalm Records, decidem mudar a designação da banda para Alestorm, adotando um nome mais em consonância com a sua abordagem muito peculiar ao metal. Praticante de um auto-intitulado True Scottish Pirate Metal, o quarteto mistura a abordagem otimista do power metal com as orquestrações típicas do folk metal, entre as quais se pode ouvir um acordeão sintetizado que dá à música um feeling verdadeiramente genuíno. No início de 2008 lançam então a estreia «Captain Morgan's Revenge», partindo em digressão pelos Estados Unidos (ao lado dos gigantes do folk metal Tyr e Heidevolk) antes de lançarem «Black Sails At Midnight», o segundo disco, logo na Primavera do ano seguinte. Apesar do abandono de um dos seus membros fundadores, o guitarrista Gavin Harper, o quinteto – a formação fica hoje fica completa com Gareth Murdock no baixo, Máté Bordor na guitarra, Peter Alcorn na bateria e Elliot Vernon nos teclados – deu continuidade ao seu plano de conquista mundial, apoiado em discos tão aguerridos como jocosos («Back Through Time» e «Sunset In The Golden Age» foram editados em 2011 e 2014, respetivamente) e num rigoroso plano de extensas digressões, pautadas por prestações contagiosas e explosivas, pelos quatro cantos do globo.

É difícil nomear outros músicos em Israel que tenham influenciado tantas pessoas fora das fronteiras do país, mas a verdade é que – numa região dividida por visões religiosas radicalmente opostas – os ORPHANED LAND são, em muitos aspetos, considerados inimigos por muita gente. Felizmente, não há como negar que a sua música quebrou essas barreiras e unificou uma comunidade – contam com centenas de muçulmanos entre a sua leal base de fãs. Não foi uma banda de new age ou de jazz que reuniu essas pessoas; foi uma banda de metal do Médio Oriente. Por esta altura já percorreram o mundo, levaram a sua mensagem a milhares e, quase vinte anos depois de terem dado os primeiros passos em Bat-Yam, continuam a cimentar uma reputação como projeto com um propósito forte. Algo muito além do death melódico e do folk metal contido em álbuns como «Sahara», «El Norra Alila», «Mabool – The Story of The Three Sons of Seven», «The Never Ending Way of ORwarriOR» e «All Is One», de 2013. Ao contrário do que fazem muitos outros projetos que se movem nesta linhagem herdeira do boom underground da década de 90, o coletivo liderado por Kobi Fahri arrisca a nível musical e não baseia as suas letras em mitos de outrora, centrando-se em situações vividas no mundo real. Feitas as contas, nunca fez tanto sentido existir uma banda assim, que continua defender a liberdade de expressão artística e que, nesta era pós-Charlie Hebdo, toca em assuntos controversos, apontando o dedo ao que está a acontecer aqui – e agora.

Os VILDHJARTA foram criados por Daniel Bergström, Jimmie Åkerström e Johan Nyberg em 2005, em Hudiksvall, na Suécia. Verdadeira sensação desde o primeiro momento, muito graças às maquetas que puseram a circular na internet, passaram os últimos cinco anos a desenvolver um estilo próprio e, com os músicos espalhados pela Suécia, foram escrevendo as suas canções via e-mail, refutando a ideia de que a distância pode ser um obstáculo quando chega a altura de compor. À medida que mais e mais canções iam tomando forma, a progressão natural passava por encontrar elementos para completar a formação da banda. Com uma base de seguidores consolidada a nível underground, começam a surgir os primeiros convites para tocarem ao vivo e os músicos reúnem-se pela primeira vez em palco, sendo que a experiência lhes deu a confiança necessária para começarem a trabalhar num disco de estreia. A banda contacta diversas editoras e, na Primavera de 2011, assina um contrato mundial com a Century Media. «Måsstaden» foi gravado e misturado por conta própria – ficando só a masterização a cargo do muito reputado Jens Bogren – mas é a prova viva de que Bergström e companhia sabem exatamente como chegar ao destino que traçaram, desde bem cedo, para si próprios. Neste caso em particular, um álbum conceptual de proporções épicas, narrado como uma fábula que alterna momentos brutais com outros mais atmosféricos de uma forma desconcertante.

Criados em 2003, os NE OBLIVISCARIS só se apresentaram pela primeira vez ao mundo três anos depois e, fruto da impressionante coesão revelada desde logo, recolheram de imediato aclamação por parte da crítica australiana, que traçou rasgados elogios ao seu som único, à intensidade das atuações e ao virtuosismo dos músicos. Contando com uma formação invulgar, composta por um violinista, dois guitarristas, baixista, baterista e um misto de vocalizações limpas e extremas, o coletivo vai beber a sua inspiração a uma vasta gama de influências, que vão do prog rock ao black, thrash, death e metal melódico, passando pela música ocidental artística, pelo jazz e até pelo flamenco. Tendo como principal objetivo a criação de música feita de diversos extremos, os músicos apostam em composições longas, que tanto podem ser ultra-técnicas e complexas como simples e subtis, e que dão origem a um som muito original, que desafia quaisquer classificações. Já depois do lançamento de uma maqueta de três temas que lhes valeu críticas muito positivas a nível mundial, nove anos de trabalho árduo e inúmeras mudanças de formação, a banda estreou-se no formato longa-duração em 2012, com o lançamento de «Portal Of I». O álbum valeu-lhes mais uma ronda de aplausos, oriundos dos quatro cantos do globo. Entretanto tornaram-se uma das propostas de metal mais proeminentes e bem sucedidas na Austrália, o que lhes permitiu fazer várias digressões em nome próprio e participar em festivais como o Progfest e o Sonic Forge, onde partilharam o palco com Devin Townsend, Enslaved, Soilwork e Suffocation, entre outros. Já em 2013 assinam contrato com a Season Of Mist, que editou o arrojado segundo álbum, intitulado «Citadel», em Novembro do ano passado.

Atualmente, os MUTANT SQUAD são a cara mais conhecida do thrash feito na Galiza e têm vindo a dar que falar desde que, numa altura em que ainda não se falava em revivalismo 80s, começaram a “dar uns toques na garagem” há quase uma década. Desde as primeiras atuações na cidade natal Santiago de Compostela, o trio tem desenvolvido um som próprio, construindo lentamente a sua visão aberta do género. O EP «Social Misfits», de 2012, marcou o início de uma rápida ascensão com uma abordagem mais primitiva e inspirada nos ícones do thrash, mas já com influências de stoner e prog. 2013 marca a edição do álbum de estreia; em «Titanomakhia» arriscaram ainda mais, com riffs complexos, perto do death metal, mas também mais aventureiros, à laia de uns Mastodon. O arrojo valeu-lhes os melhores elogios internacionalmente, com a produção de Davish G. Alvarez (guitarrista dos Angelus Apatrida) e a mistura de Daniel Cardoso a captarem de forma cirúrgica a evolução e abertura dos três músicos, capazes de ombrear com as melhores propostas do género vindas do país vizinho. As prestações do grupo formado por Pla (guitarra/voz), Campi (baixo e Caki (bateria) são feitas de atitude thrash cheia de energia e honestidade – afinal, são “só” três jovens músicos que sobem a palco para mostrar quem e como são. E não é “só” isso que se quer quando se fala de bom thrash?

As origens dos FILII NIGRANTIUM INFERNALIUM remontam a 1988, altura em que o guitarrista e vocalista Belathauzer se juntou ao baixista Tetragrammaton e ao baterista Jerzegemoth para criarem a maqueta de estreia dos Bactherion, «The Miracle of Death». Em 1993, já depois de terem mudado de nome, atuam pela primeira vez ao vivo com a ajuda de elementos dos Moonspell e Decayed, naquele que hoje ainda é recordado como o primeiro concerto de black metal em Portugal. «Os Métodos do Pentagrama», o primeiro lançamento com a designação atual, é disponibilizado ainda nesse ano, mostrando o trio lisboeta a adotar uma postura musical ainda mais doentia, rápida e blasfema. Dois anos depois, já com Helregni no baixo, gravam o mini-CD «A Era do Abutre» e, após o lançamento via Monasterium Records, regressam aos concertos, mas a banda acaba por mergulhar num hiato profundo que acabaria por durar grande parte da segunda metade dos anos 90. Em 2001 regressam ao ativo com Samhain na guitarra, Lopo na bateria e Tormentor no baixo, gravando no ano seguinte o EP «A Queda». «MoïrA» e «Puta Infernal» provaram que, apesar das mudanças e formação, o peculiar híbrido de black/heavy/thrash, a que eles próprios gostam de chamar necro rock'n'roll, se mantinha intocado. No ano seguinte sofrem mais alterações com a entrada do guitarrista Andremon, do baterista Maalm e do regressado Helregni e, na Primavera de 2004, assinam contrato para a muito aguardada edição do álbum de estreia, «Fellatrix Discordia Pantokrator». Entre concertos de norte a sul do país e alguma inatividade pelo meio, só voltam às edições cinco anos depois com o EP «Rëtrofornicatör», ao que se seguiu «Pornokrates: Deo Gratias» e um split EP, «Copula Necrotheologica: Sabbat Infernal», ambos de 2013. Em 2015 assinalam o vigésimo aniversário d'«A Era Do Abutre» com uma luxuosa edição em vinil do emblemático registo de 1995como a máquina poderosa, intensa e enérgica que sempre foi.

Os IRONSWORD foram criados em 1995, numa altura em que Tanngrisnir era guitarrista dos Moonspell. Com escola feita em bandas como Grog e Decayed, o músico da linha de Cascais reduziu o pseudónimo para Tann e, responsabilizando-se pela voz e todos os instrumentos, gravou as primeiras maquetas caseiras de um projeto que, quando transformado em banda “a sério”, ganhou um culto considerável à sua volta. Provavelmente nem o próprio músico imaginaria que, duas décadas depois, estariam entre os nomes mais reverenciados no underground do som eterno. O primeiro passo deu-se na viragem do milénio, no momento em que Tann decidiu expandir a formação e, com a ajuda do baterista Ricardo Hammer e do baixista Axemaster, deu os primeiros concertos. Em 2002 é editada a estreia homónima e foi com «Ironsword» que se cristalizaram as diferenças abismais em relação ao ambiente gótico dos Moonspell, com o trio a adotar uma postura épica perante o battle metal tradicional, assumidamente inspirada nos ícones do género, os norte-americanos Manilla Road, e nos livros de Robert E. Howard, o autor de “Conan, O Bárbaro”. Dois anos depois surge o segundo álbum e «Return Of The Warrior» apresentou uma versão ainda mais sólida da banda. A nova formação, com Rick Thor no baixo e Maalm na bateria, ambos dos Filii Nigrantium Infernalium, era uma espécie de super-grupo do underground nacional e, muito graças a aparições estratégicas em alguns dos maiores festivais europeus do género, começou inevitavelmente a dar que falar. Mesmo depois de quatro anos sem que se ouvisse falar muito deles, surpreendem toda a gente com o lançamento de «Overlords Of Chaos», o primeiro disco com o selo de culto da Shadow Kingdom Records, recebido com pompa e circunstância pelos fanáticos do género. E depois... Novo silêncio prolongado. Em 2015, ano em que comemoram as primeiras duas décadas existência, estão finalmente de volta, aos discos e aos palcos, com «None But The Brave».

Os We Are Killing Ourselves – mais conhecidos como W.A.K.O. – nasceram em Janeiro de 2001, no exato momento em que um grupo de amigos com as mesmas influências musicais tentou criar o seu próprio estilo de som. A primeira maqueta, «Outrage», foi gravada no ano seguinte e, a partir daí, a banda começou a criar empatia com um público mais vasto. Em 2004 auto-financiam o EP «Symbiotic Existence», numa altura em que contavam já com mais de 200 atuações – ao lado de nomes como Soulfly, Sepultura ou Moonspell – no currículo. O grupo de Almeirim começava então a ser reconhecido e respeitado em mais larga escala e, sem perder muito tempo, grava o álbum de estreia com Daniel Cardoso como produtor. «Deconstructive Essence» foi editado em Agosto de 2007 com selo da editora independente britânica Casket Music e o ano seguinte foi passado na estrada, incluindo atuações no Reino Unido e nos Estados Unidos. Em 2010 voltam aos estúdios UltraSound e gravam «The Road of Awareness», posteriormente misturado e masterizado por Josh Wilbur (nome associado aos Hatebreed e Lamb of God) em Nova Iorque. O álbum é editado em Março de 2011 pela nacional Rastilho Records e, após algumas mudanças de formação, a banda voltou a encontrar novamente a estabilidade precisa para regressar aos palcos como a máquina poderosa, intensa e enérgica que sempre foi.

Reza a lenda que, numa longínqua sexta-feira 13 de 2008, um fugitivo em busca de salvação entregou a sua alma ao Diabo. Ao tropeçar na campa de um padre mestre em magia, desencadeou uma série de acontecimentos miraculosos que culminaram na aparição dos MIDNIGHT PRIEST. O burburinho que, entretanto, se gerou à volta do projeto oriundo de Coimbra cedo tomou proporções pouco vistas, com os próprios a afirmarem-se como uma mistura de heavy metal e punk, que remete de imediato para os tempos áureos da New Wave of British Heavy Metal. No ano seguinte à formação do grupo gravam a maqueta «The Priest Is Back» e o EP de estreia, «Rainha da Magia Negra», dando que falar com uma sonoridade retro que apelou de imediato aos fanáticos old school do som eterno. Sofrendo de alguma instabilidade em termos de formação, o projeto nunca se furtou a tocar ao vivo e foi precisamente em palco que desenvolveu a sua personalidade muito própria, bem espelhada numa estreia homónima em longa-duração que foi editada em 2011 com selo da independente norte-americana Stormspell Records. Composto por nove temas de heavy metal tradicional, rude e pouco polido, o quinteto conseguiu levar os ouvintes numa viagem aos primórdios das lendas Iron Maiden, Judas Priest e Mercyful Fate, uma atitude que lhes valeu aplausos, uma digressão europeia e a participação em festivais como o Wacken Open Air, Up The Hammers e Metal Bats, entre outros. 2014 marcou finalmente o regresso aos discos com o explosivo «Midnight Steel», estreia com o novo vocalista Lex Thunder e primeiro registo 100% vocalizado em inglês.

Corria o ano de 2009, quando o guitarrista Pedro Quelhas e o baterista Cristiano Brito – determinados a aventurar-se num som diferente daquele praticado pelo seu anterior projeto, os Deep Cut – decidiram juntar-se ao guitarrista Dinis Martins, ao baixista Rúben Oliveira e ao vocalista Ricardo Pereira para formarem os MOONSHADE. Influenciados pelo death metal melódico escandinavo e estabelecendo o objetivo de misturar elementos mais melódicos com outras vertentes sonoras mais extremas, lançaram – em formato digital – «The Path Of Redemption», o EP de estreia, em 2010. Após alguns concertos, ocorrem as inevitáveis mudanças na formação, com a saída da secção rítmica e a entrada de Afonso Aguiar para a posição de baixista. Em 2014 é lançado um segundo EP com o título «Dream | Oblivion», o primeiro a ser disponibilizado em formato físico, contando com Luís Neto como baterista de sessão. O lançamento é acompanhado pelo “lyric video” do single «Goddess Eternal» e também pela entrada de Sandro Rodrigues para a bateria, marcando assim o início de uma nova era para a banda do Porto. Em 2015 estão mais vivos que nunca e, segundo os próprios, prontíssimos para “redefinir musicalmente o desespero, o caos e a morte”.

O guitarrista Alexandre Santos deu início aos SCAR FOR LIFE em 2008, criando uma coleção de temas que iam do groove mais mordaz a peças acústicas bastante mais calmas, num resumo de todas aquelas influências que tornam a música do quarteto lisboeta tão emocional e poderosa. A estreia homónima foi gravada com Marco Resende na voz e Daniel Cardoso (hoje nos Anathema) na bateria, dando-lhes oportunidade de tocar pelo país durante 2009 e 2010, numa série de concertos elétricos e acústicos que deram origem a «Live & Acoustic». Já com Sales no baixo gravam o segundo longa-duração, «It All Fades Away» e a reação dos media supera as expectativas, culminando na eleição como Disco do Ano pela brasileira Collector's Room. Em 2011, já com Leonel Silva na voz, gravam «3 Minute Silence»; um disco mais ambicioso, que explorou a faceta mais pesada dos SFL e contou com convidados como Kari Vähäkuopus (dos finlandeses Catamenia) e o teclista britânico Ged Rylands (ex-TEN). Em 2013 marcam o quinto aniversário com a coletânea «Retrospective» e um tema-título inédito, em que participaram Neil Fraser (dos Ten) e Neil Murray (dos Whitesnake). Concertos em Londres e Portugal antecederam mudanças importantes, com a entrada de Teen Asty para o baixo e Rob Mancini (dos Hotwire e Crush) para o lugar de vocalista. No Verão de 2014 foi então editado «Worlds Entwined», que conta com mais um rol de colaborações notáveis, entre as quais se conta Vinnie Appice (ex-Black Sabbath).

Os bilhetes custam 32,00 euros (diário) e 65,00 euros (passe três dias) à venda nos locais habituais. Pack especial passe + t-shirt oficial do festival já à venda.

Reservas: Ticketline (1820 - www.ticketline.sapo.pt)
Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
Download App iOS
Viral Agenda App
Download App Android