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Apocalipse 2020 :: Junho em Cena – Mostra de Teatro

Apocalipse 2020 :: Junho em Cena – Mostra de Teatro

7 JUN. QUA. 21.30H Apocalipse 2020 Junho em Cena – Mostra de Teatro Teatro | GA | 5€ | M/16 anos

Esta peça começou quando João, O Evangelista, escreveu o Livro do Apocalipse, há dois mil anos atrás. Desde então, bispos e outros herdeiros dos apóstolos procuraram explicar as visões de João e logo se sucederam textos, imagens e mais visões. Após três meses de leitura de alguns desses textos, a recolher, ouvir, pensar e sentir, ganhámos imagens que se tornaram vozes e sequências inexplicáveis de palavras e massas em movimento. É daqui que surge ‘Apocalipse 2020’: uma peça que seduz e provoca, que desafia os nossos modos de fazer teatro e que, através da provocação, nos permite falar de futuro, criar e partilhar sonho.

Experimentámos ter visões, assim como se todos sonhássemos o mesmo sonho, ao mesmo tempo, numa mesma noite - e isso fosse uma visão, uma coisa desconhecida que existe do outro lado. Como se soubéssemos que isso é uma previsão. E perdemos o jogo. Perdemos o teatro. Perdemos as pedras do caminho e os olhos de dentro. Perdemos os sonhos e o outro lado.

Na verdade, os sonhos são o outro lado e servem para nos projetar para cima ou para baixo, para trás ou para os lados, para o abismo no qual caímos quando fechamos os olhos e adormecemos. É nesse lugar de abismos, de corpos que se movem entre vertigens abissais, que nos puxam, que procuramos o homem.

Procuramos, pois, um teatro de intervenção sobre nós mesmos e o chão que pisamos. O que queremos mais, hoje? E podemos não querer nada? Segundo nos apresentam as palavras de todas as propagandas, hoje temos tudo. Será que podemos ter apenas encanto? Ser encantados por um cântico, por uma palavra, pela música dos corpos. Esta ideia de que a humanidade, cada um de nós na sua individualidade, tem um objetivo, um caminho para chegar onde tudo faz sentido, confundiu-se. E confundiu-nos. Perdemo-nos. Somos insolventes e o mundo está hoje em falência.

Resta-nos a prerrogativa de pensar. Pensar como quem sente. De pensar e de querer que sejamos nós os nossos próprios encantadores. Sonhamos com um teatro de encantar. De encantar os outros, a nós mesmos e ao mundo todo ao redor. É por isso um voltar ao lugar da flor, do poema, do encanto, poder nascer a cada instante. É um regresso a experiências que se realizaram noutras épocas em que se sonhava com outro Homem, onde o masculino e o feminino, e a flor e a pedra, e todas as partes se encontrassem perante um altar. Poético. O Altíssimo poeta. O caminho para a unidade entre todas as coisas dispersas. A ideia, a vontade, o desejo de olhar para fora com os olhos de dentro. Equilibrar todos os recantos desavindos e estrangeiros. Uma dança em círculo no topo da esfera, uma linha corrente que liga entre si as pequenas partes dando-lhe importância e atenção ao detalhe. Dividir as grandes partes, as conquistas todas por conquistar e as já c onquistadas, por aqueles que fazem parte da multidão.

‘Apocalipse 2020’ desafia-nos a olhar o nosso presente e o nosso futuro, a chorar e a rir c om o trágico das personagens que vemos em palco. Os coros, os cânticos. As vozes longínquas e próximas. Provocanos, para que nos sintamos vivos. Evoca um teatro de encantar e um mun do de encantar porque, afinal, nada disto tem pés nem cabeça. O que acabou e o que acaba de começar? Uma encenação contemporânea do capítulo bíblico do Apocalipse. Esta peça nasce da parceria entre A Companhia João Garcia Miguel e a Baal17, companhia de teatro sediada em Serpa, e integra um projeto mais lato - ‘A Arte de ser Português’ - no qual se procura, através das artes, encontrar novas formas de diálogo com o passado.

Texto, Direção e Espaço Cénico - João Garcia Miguel Intérpretes - Carlos Guedes (Estraca), Filipe Seixas, Gustavo Antunes, Miguel Moreira, Rafael Zink, Rolando Galhardas Composição Musical - Vítor Rua Cocriação de Cenografia - Fabrice Ziegler Estagiário de Encenação - Rodrigo Gonçalves Direção Técnica - Bruno Boaro Figurinos - Rute Osório de Castro Costureira - Teresa Matos Produção - André Batista, Cássia Andrade Apoio à Produção - Sandra Serra Comunicação e Imprensa - Alexandre Pereira, André Batista, Rita Caetano Design - UP - Unlock Produções Fotografia - Fabrice Ziegler, Mário Rainha Campos Registo Vídeo - Bruno Canas Documentação e Arquivo - André Heitor Coordenação de Formação - Isira Makuloluwe

Recomendamos que confirme toda a informação junto do promotor oficial deste evento. Por favor contacte-nos se detectar que existe alguma informação incorrecta.
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