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Inauguração - Pedro Proença, 'O Nu e a Fraude'

Inauguração - Pedro Proença, "O Nu e a Fraude"

Pedro Prença
"O Nu e a Fraude"

Inauguração dia 23 de Outubro, às 22h, na Galeria Miguel Nabinho - Lisboa 20

"Minha querida, cá vai o press release da exposição do Pedro Proença que inaugura dia 23 de Outubro, às 22 horas, na Galeria Miguel Nabinho, na rua Tenente Ferreira Durão, 18 B. Chama-se o Nu e a Fraude, como se fossem duas faces dramáticas da mesma moeda. Vi-lhe os desenhos e não encontrei nus ou dramatismos, e fraudes, nem pó. Pese o ar meticuloso destes desenhos a tinta da china, tudo neles é feito directamente, improvisado, sem modelo, esboço, quiçá sem ideia. Arriscaria até a dizer, não sei se para irritação do artista, sem “conceito”. Diz-me ele que o “conceito” é etimológicamente uma predação, uma caça, uma voracidade. Ai é? E perguntei-lhe: “Esta tua exposição parece-se com as tuas últimas?”. “Claro! O assunto assim o exige. Voltei aos gregos, à mitologia, à antropologia e à psicanálise. Não é que alinhe nessas abordagens, mas passei a adolescência a folheá-los na biblioteca da minha casa. Esses temas continuam a interessar-me. Escrevi delirantemente a partir deles, assim como toneladas de manifestos. Daí os meus textos sussurrarem por baixo destes desenhos. Consegues ouvi-los?” Não ficando satisfeita com a resposta voltei à carga: “Eu já te conhecia este género de trabalho, e novidades?”. “Já me tramaste. Olha, tenho feito coisas muito diferentes. No último ano têm sido sobretudo desenhos a cores, a lápis de cera, com ou sem colagens e drippings, com um ar badalhoco e muito simples. Eu trabalho numa dúzia de séries que vou retomando constantemente, ainda que haja intervalos de tempo espaçados em que ficam de molho. É um bocado como as heteronomias. Mas estava com saudades da atenção e da trabalheira que estes desenhos exigem.” Na conversa Pedro insiste que é um trabalho de desenho que climatiza e coisifica as suas teorias/manifestos. “Estes nasceram contra a velha ideia divulgada entre nós pela Sophia, a poetisa, do nu como coisa pura, verdadeira, luminosa, séria, desveladora, inteira. Para mim os gregos são extremamente maculados, tagarelas e sexuados. Por isso esta exposição é uma reflexão sobre a escultura, a pintura e o cinema que não estão lá. Reflexão pessoal, cheia de incertezas, boutades, disparates, amor e piscadelas marotas ao cânone duchampiano.”

S.A.
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