Perrine Lacroix expõe na bela sala de estilo gótico-mudéjar, no piso térreo da Casa de Burgos, uma obra que faz uso da tradição oleira de São Pedro do Corval. Um fluxo de potes de argila simboliza uma medida temporal que reconstrói a História. Inaugura dia 17 de outubro, pelas 18 horas e vai estar patente até dia 17 de novembro.
«Dormente de Mó» é a expressão arqueológica utilizada para identificar a base dormente de uma mó pré-histórica.
A exposição homónima de Perrine Lacroix faz uso da tradição oleira de São Pedro do Corval e simboliza o património cultural imortalizado nos objetos arqueológicos, refletindo o processo pelo qual a História se compõe a partir das ações do presente.
A cerâmica dá aos arqueólogos informações preciosas, registando ao longo dos anos as diferentes tendências culturais. É uma medida temporal que, por sua vez, contribui para reconstruir a história, devido à sua rastreabilidade.
Os vasos expostos, ainda que partidos e destituídos da sua função de recipiente (“que recebe” em latim), transformam-se em informação histórica.
A partir de uma abertura no fundo da sala, surge um fluxo de potes de argila quebrados que desliza para o chão, como se saísse do forno ou emergisse de escavações arqueológicas ao subsolo. Aí podemos encontrar impressionantes blocos de construção pré-romana, bem como vestígios de ocupação islâmica da cidade e, finalmente, peças do português medieval.
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