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Tiago Sousa na Cossoul

Tiago Sousa na Cossoul

foto: Vera Marmelo

Concerto de apresentação de Ripples on the Surface https://holuzam.bandcamp.com/album/ripples-on-the-surface

Tiago Sousa: Piano, órgão eléctrico e loops

Ripples on the Surface Num período particularmente rico na criação de Tiago Sousa - as explorações sonoras da série “Organic Music Tapes” assim o comprovam -, “Ripples On The Surface” ouve-se como um estágio de salto. Habituado a compor com um desejo de procura e descoberta, o pianista e compositor está desde 2006 – ano em que começou a editar em nome próprio – num processo de constante evolução. Isso acontece de forma aberta, partilhável, a música de Tiago Sousa existe como um acontecimento relacionável, genuíno e honesto.

Assim, “Ripples On The Surface” ouve-se como um passo dessa evolução, distante de uma sugestão de pico: é um músico ainda em crescendo. Só que ao viver no presente, ao ouvir esta música no presente, torna-se irresistível olhar para estas cinco peças como um momento chave. Até porque “Sunflowers”, a peça de quase vinte minutos que abre este álbum, atravessa a clássica e a contemporânea sem fronteiras óbvias, enquanto fecha Steve Reich – “Music For 18 Musicians” – numa processo condensado de harmonias que relacionam música cósmica, com new age e minimalismo. Por outro lado, “Sunflowers” bate – sobretudo nos seus primeiros minutos – como uma homenagem a Manuel Göttsching se este tivesse desligado o botão house em “E2-E4”.

As intenções de novidade podiam ficar-se por aqui. Mas em “Red Pine” Tiago Sousa volta a surpreender, com uma peça mais aberta que liberta da tensão – ou da beleza ofegante, conforme se queira ver – de “Sunflowers”. Há qualquer coisa de triunfante que começa aqui, como se a primeira peça fosse um grito de elevação e, o que se segue, um abraço ao belo e a emoções que o pianista pretende revistar. Como se tudo o que vem depois de “Sunflowers” fosse uma segunda parte, uma forma de Tiago Sousa apaziguar a catarse da abertura: voltando ao pianista que conhecemos de outros álbuns, mas desafogado e sem um qualquer peso nos ombros. “Blossoms” não é um lugar estranho no seu espólio, mas nunca o fez de forma tão relaxada e desconcertante. É de ir às lágrimas. No final, “The Time Binder” fideliza uma ideia de infinito que parece romper a cada momento de “Ripples On The Surface”. E se dúvidas até aí existiam, no último tema concretiza-a com grandeza. Termina-se com as mesmas certezas: Tiago irá para outro lado, certamente, depois disto. Felizmente passámos por aqui.

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