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Academia das Letras - 100 anos de Saramago

Academia das Letras - 100 anos de Saramago

ACADEMIA DAS LETRAS

A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada promove a iniciativa Academia das Letras, com carácter regular, que pretende recuperar o espírito fundador da Sociedade dos Amigos das Artes e Letras, iniciada no ano de 1848 em Ponta Delgada por António Feliciano de Castilho. Contará com um programa diversificado, centrado no fomento da literatura, com inicio a 16 de novembro de 2022, às 18h, cuja sessão será dedicada à comemoração dos 100 anos de Saramago.

Retomando uma tradição iniciada com a Academia Francesa no século XVII, na senda de Platão, busca-se o saber pelo questionamento e pela discussão em torno de um tema para cada sessão. As sessões serão mediadas pela investigadora, escritora e poetisa Ângela de Almeida, cuja abordagem convocará os convidados para uma sessão viva e frutífera. A sessão inicial, para assinalar os 100 anos do Nobel da literatura José Saramago, contará com a participação de um leque de convidados de áreas diversificadas: Bernardo Cabral, cineasta; Inês Bessa, estudante universitária; Maria João Bettencourt, professora do ensino secundário e Vamberto de Freitas, critico literário. Esta iniciativa associa-se à Mostra Documental intitulada Saramago e o poder de cada palavra, patente no 2º piso da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada durante todo o mês de novembro.

Nas palavras de Ângela de Almeida, “José Saramago (1922-2010) é o «viajante» que escalou cada palavra, até sentir que cada uma delas era capaz de fazer a verdadeira História, dando voz à população anónima que a fez, ostracizada, subjugada, obrigada a carregar a insuportável e descomunal pedra de Sísifo, física e megalómana em Memorial do Convento (1994) ), morrendo assim, com o inferno do lume na pele, nos ossos, na claridade dos olhos, nas páginas silenciadas da vida atirada às fogueiras da Inquisição , obrigada a cumprir as prisões da PIDE ,obrigada a carregar dentro e fora do corpo a desmedida ordem de grandeza do poder político ( A Viagem do Elefante (2008) - «porque entre o latifúndio monárquico e o latifúndio republicano não se viam diferenças e as parecenças eram todas»[1] ( Levantado do Chão, 1980).

A escrita de Saramago, essa «bagagem» fabulosa e perene que nos deixou, deambula entre o real e o fantástico, a utopia e a distopia, a esperança e o desencanto, a vida e a morte, a memória campestre da infância e a cidade, onde viveu maioritariamente, até escolher a serenidade e a paz de uma ilha, Lanzarote, para pensar e para escrever”.

[1] SARAMAGO, José (1980, 1ªed.). Levantado do chão. Lisboa: Caminho (2000, 15ª ed): 34.

Fonte: http://www.culturacores.azores.gov.pt/agenda/default.aspx?id=42582
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